Arquivo mensal: Junho 2014

EDITORIAL Nº 641 DE 15/06/2014

SR

Caro leitor,

Infelizmente e, mais uma vez, vão fechar escolas no nosso concelho e distrito. E claro que ficamos sentidos com o anúncio, mas não teremos de o expressar só ao governo, mas a todos os governantes nacionais e locais, actuais e anteriores, que para isto, mais ou menos, contribuíram.
Que fizeram ou têm feito, para fixar as pessoas no nosso interior, por forma a que não tenham de ir à procura de emprego à beira mar ou no estrangeiro? E que fizeram pela natalidade? Nada. E é exactamente neste ponto que está o cerne da questão. Descuraram o mais importante deste mundo: a continuidade da humanidade, a renovação de gerações e de ideais.
Fizeram portagens, edifícios, avenidas, campos de ténis, campos de futebol, auto-estradas sem medida, transformaram escolas que não eram perfeitas em escolas equipadas para lá das necessidades. Muitos milhões estoiraram em vez de apostar na natalidade e dar estes milhões às pessoas, fosse até em investimento. Todos estes milhões não trouxeram grande comida, grande calor, grande establidade às pessoas. Porque enquanto não apostarem na natalidade, todos os milhões cairão em saco roto no longo-prazo. Estamos a termo. Não vale esperar mais. Quanto mais esperamos mais perdemos pelo que poderíamos já ter conseguido. E assim, tudo o que fizeram vai continuar a sobrar, eventualmente ficará às moscas dos poucos que seremos sem filhos que tomem o nosso lugar.  Mas a despesa irá manter-se.
O que se tem feito pelas crianças vindouras? Despenalizou-se o aborto e nenhuma medida de natalidade repôs nascimentos. Estamos sempre cegos ao que é óbvio que necessitamos, até se materializar em problemas do dia-a-dia. Estamos à espera de acordar. E por este andar também não vai haver a casa do gaiato.
A falta de natalidade vai implicar que daqui a poucos anos apenas tenhamos lares de idosos e centros de dia e, as gargalhadas de crianças pela rua sejam raras, coisas do passado. A segurança social vai rebentar pelas costuras e o Estado Social vai atrás dela. Nenhum sistema se aguenta sem um ciclo geracional que o sustenha. Quiça se promova a eutanásia social, pois serão muitos e demais. E sem crianças.
Na era da tecnologia, é mais fácil esquecermo-nos das coisas que um dia foram básicas: que as plantas nos permitem viver e que as crianças igualmente o fazem.

Um abraço amigo