IMAGINANDO

francisco cabral
PARTE 60
SINTRA
Continuação
 Mas voltemos atrás, reportando-me ao tempo do Condado Portucalense e a influência dos Cavaleiros Templários nesse momento, incluindo o seu relacionamento com a Vila de Sintra:
D.Teresa de Leão, mãe de D.Afonso Henriques, 1º. Rei de Portugal, obteve o apoio destes Cavaleiros no combate aos muçulmanos e mediante algumas doações,  como os Castelos de Penafiel e Soure.
D.Afonso Henriques teve uma ajuda preciosa destes Cavaleiros, na fundação de Portugal em diversas conquistas, tais como   Lisboa e Sintra. Não devemos esquecer, que nosso primeiro Rei, era um Cavaleiro Templário.
É então, que através de um documento datado de 1157 e dirigido a D. Gualdim Pais, Grão Mestre desta Ordem  ao Serviço  do nosso Monarca, é feita a doação da Vila de Sintra à Ordem dos Templários, assim como a Mata de Almosquer, algumas fazendas agrícolas e Azenhas.
Em 1160 estabeleceram definitavamente a sua Sede em Portugal, no Convento de Cristo em Tomar.
Mas quem foi Gualdim Pais?
Um Frei do Mosteiro de Santa Gruz de Coimbra, e um dos braços direitos de D. Afonso Henriques, grande soldado e fiel ao seu Rei, que entre outras batalhas, às portas de Lisboa combateu com Martim Moniz. Na Batalha de Ourique, viria a ser armado cavaleiro. Como Templário, também jurou voto de pobreza.
Foi o fundador do Castelo de Almourol, situado no médio curso do Rio Tejo, e tinha como objetivo o controle daquela região do distrito de Santarém.
Durante cinco anos esteve ao serviço da Ordem, na Palestina.
Continuando, e aludindo à Ordem dos Templários em Sintra, no Museu Arquelógico de S. Miguel de Odrinhas são visíveis pedras tumulares.
Uma panorâmica da Vila de Sintra
A Quinta das Murtas, seria um território exclusivo dos Templários.
A presença dos Templários na região de Sintra está muito marcada nesta Vila.
Mas  a origem de Sintra, remonta do Neolítico até aos dias de hoje, através de civilizações  que passaram por esta região, tais como os Celtas, Lusitanos, Romanos, Visigodos e Mouros.
Conhecida antigamente por Xintara ou Shantara, tendo na época medieval a designação de Suntria.
Uma forte influência foi a Romana quando da sua ocupação, dando à Serra de Sintra o nome de “Mons Lunae” (Monte da Lua). Seria posteriormente a Muçulmana que viria a vincular sua ocupação, antes da intervenção Portuguesa.
Regressemos à Vila pròpriamente dita; Além de uma paisagem completamente exótica, possui uma doçaria ímpar, destacando as célebres Queijadas e Travesseiros de Sintra confecionados na Casa Periquita no Centro da Vila,  fundada em 1862 e frequentada pelo Rei D.Carlos I, grande apreciador destes doces, sendo o autor do nome desta Casa por alcunha  dada à sua proprietária, devida à baixa estatura. Estes doces são apreciados por turistas de todo o mundo e a prova está, quando visitam Sintra já sabem o caminho da célebre Piriquita.
Na viticultura possui o apreciado Vinho de Colares, nascido em solo de areia, recebendo a brisa marítima. É no reinado de D.Fernando I, que há permissão para exportar este Vinho, ficando conhecido em todo o mundo pela sua qualidade. Reportando-me ao Século XIX, resistiu à filoxera, insecto oriundo das Américas. Esclareço ainda, que após a Batalha de Aljubarrota, nosso Rei D.João I doou a Vila de Colares a D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, Mestre de Avis e também ele  Cavaleiro Templário.
Complementando a gastronomia e a viticultura aos históricos Palácios e na grandiosidade do seu todo, dos únicos no nosso País, sabemos o porquê deste cantinho de Portugal ser um dos mais procurados pelo turismo além fronteira. Não é por acaso, que é o segundo maior Concelho de Portugal.
Continua