REFLEXÕES

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CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DE MANGUALDE

GRUMAPA –Grupo Mangualdense de Apoio e Protecção dos Animais
Construção do Canil / Gatil

Em 2005 acertado o esquema de trabalho, que em princípio se iria desenvolver, deitamos mãos à obra. Era um trabalho pensado em conjunto – construtor e elementos da Direcção – contando sempre com o precioso apoio da Autarquia e de alguns Beneméritos de grande valor e que mais tarde iremos enumerar com notoriedade.
Foi com grande entusiasmo e ansiedade que começamos a ver o senhor Joaquim a transportar as máquinas necessárias. Mas logo surgiu um problema que parecia insolúvel e que não nos tinha ocorrido – era indispensável a electricidade, ali, para o funcionamento das máquinas, contudo a rede pública tinha o último poste a cerca de 1 km e não podíamos esperar que a companhia fizesse a extensão com a brevidade necessária !...Estávamos num impasse que parecia insolúvel. Sem luz nada feito! Era inacreditável a nossa distracção! Então todo o trabalho desenvolvido até agora ficaria suspenso ou anulado ?! O pedido de uma baixada demoraria bastante a ser aceite e por sua vez a Câmara também nada podia fazer de momento. Com tanto obstáculo a atravessar-se à nossa frente sentíamos as forças a ceder… Mais reuniões de Direcção, mais hesitações na continuidade do projecto. O desgaste mental. A força anímica estava a falhar. Havia porém uma outra energia positiva que não nos abandonava nos momentos de grandes dificuldades e nos trazia as soluções impensáveis. Ali em frente, a dois passinhos, do outro lado do caminho havia instalação eléctrica particular para obviar às necessidades de um agricultor que possuía uma pequena vacaria. Era o senhor Fonseca, afinal a pessoa que nos tinha feito a limpeza daquele enorme matagal de 3ha, durante várias semanas. Foi com ele que combinamos a cedência de luz com o devido pagamento… E por isso nos sentimos muito gratos.
Mais uma vez, algo para lá de nós, tinha surgido evitando o completo alquebrar das forças. Agora sim. Marcou-se a implantação dos imóveis e avançou-se com a abertura dos caboucos.
Pela parte que me toca, digo agora, com alguma tristeza…. Se pudesse recuar no tempo, com o que a vida me ensinou até aqui, não me iria permitir a tamanha loucura – erguer aquela obra caríssima, sem fundos sólidos e garantidos foi uma odisseia. Até porque como Presidente a minha responsabilidade era enorme e eu nunca me perdoaria que o GRUMAPA vivesse atolado em dívidas. A tempo as faturas eram sempre pagas.
É muito provável que alguém que me leia não encontre nada de interessante. Também não é essa minha intenção mas, tão só, aconselhar a quem tem sonhos que os deve analisar em todas as vertentes para que a sua concretização não se venha a converter num lamaçal sem fim. Encontramos muita gente por aí que entra pelo caminho do facilitismo e quando menos espera está no completo desespero. Bom, começadas as obras passamos a viver, como é de calcular, de grandes impasses…. Mas fomos caminhando…

Agosto 2019