SANFONINAS

dr. jose
A alternativa
– Está de serviço a Farmácia Nêspera!
– Bolas, logo essa! Onde é que se vai estacionar o carro?...
Ouvi. Magiquei no que poderia ser uma reacção alternativa, melhor:
– Boa! Há um ror de tempo que não vou ao centro da vila! Sempre é um pretexto para ver como o alindaram agora!
ooo
A condutora teve de fazer uma manobra rápida para fugir a dois inesperados buracos da rua.
– Queres atirar o carro para onde? (o tom, áspero, de censura).
A alternativa:
– Boa destreza, menina, boa destreza! Aliás, eu até acho que eles deixam os buracos para nós treinarmos a condução!... (E a gargalhada soaria).
ooo
– Telefonou a Genoveva a saber como decorrera o funeral da Marquinhas.
– A senhora foi enterrada, não?
A alternativa:
– Sempre uma atenciosa, a Genoveva. Ela adorava a Marquinhas e não pôde ir ao enterro.
ooo
O Artur bateu com a janela um tudo-nada mais forte.
– Foi pena não a teres partido! (A voz era agreste, maldosa!...)
A alternativa:
– A aragem ia-te enganando!... Vá lá que conseguiste tirar o dedo a tempo!…
ooo
Poderia continuar a lengalenga de flagrantes da vida real, em que a palavra violenta detém primazia. Palavra que, no fundo, ainda massacra mais quem a diz do que os alvos que atinge. Faz pena!
Cenas tão correntes, afinal, no dia-a-dia, sem que do seu reflexo emocional raramente nos consigamos aperceber. Setas venenosas que ferem mesmo! Em primeiro lugar, quem as desfere também!