PROFISSÕES CAíDAS EM DESUSO

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4ª PARTE
O Ferreiro: Acendia a forja com carvão de pedra e todo o santíssimo dia dava ao fole avivando o lume. O ferro tinha que ficar ao rubro em ponto de ser malhado. Aguçava os picos e os guilhos. Estendia o ferro rubro para fazer enxadas, sachos e sacholas, aplicando-lhe em seguida o olhal.
A padeira (Forneira): Durante a véspera “acarretava“ os molhos de ramos e pernadas secas dos pinheiros das matas próximas para aquecer o forno no dia seguinte Quando este se encontrava na temperatura certa que era calculada pela sua experiência sensitiva. Depois de o forno ser “Varriscado “ (retiradas as cinzas para a entrada da porta) cozia várias fornadas de pão de milho que ia vender á vila de Mangualde. Era uma forneira de Stº André que abastecia a prisão da vila de Mangualde.
O Cantoneiro: Sempre na berma da estrada farda de merino cinzenta e chapéu de aba larga rapava todas as ervas daninhas que por ali proliferavam. No Inverno agasalhava-se do frio e da chuva usando capa e galochas. No Verão pelo sol escaldante procurava sempre a sombra do arvoredo.
O cavador de enxada: De sol a sol, mangas da camisa arregaçadas até aos cotovelos mourejava o cavador com o suor deslizando em bátegas pela testa. Limpava-o às mangas da camisa e sem um fraquejo curvado sobre o cabo da enxada sofria as amarguras de um longo dia.
O Cesteiro: “cesteiro que faz um cesto faz um cento, caso tenha verga e tempo “ (provérbio popular). Aproveitando os vimes e a sua maleabilidade, com mãos calejadas mas hábeis fazia “cestos“ , e “canastros” para os trabalhos agrícolas.
Vendedor de pipocas: Percorrendo as ruas da vila no seu velho triciclo motorizado o vendedor de pipocas anunciava-as quentes e estaladiças. Foi pioneiro neste ofício um nosso conterrâneo.
A leiteira: Manhã cedinho cântaro no braço e copo na mão a leiteira distribuía as medidas de leite de porta em porta pelos seus clientes habituais que deixavam a vasilha no exterior.
A sardinheira – Caixa de madeira á cabeça, calcorreava os caminhos da aldeia para acabar de vender a sardinha, o carapau e o chicharro que o mercado da vila lhe não tinha consumido na sua totalidade.
O lavrador: De aguilhada em punho na frente da sua junta de bois que fumegavam pelas ventas vai o lavrador abrindo sulcos no ventre da terra virgem. São as lavras.
O fabricante de caixões: artífice nosso conterrâneo que na oficina da sua própria casa fabricava os caixões, que eram postos á venda nas funerárias em Mangualde.
O carvoeiro: Passava o dia no monte colhendo os duros troncos das urzes (urgueiras). Em casa fazia um buraco na terra onde semi queimava esses troncos abafando-os de seguida, cobrindo-os com terra. O carvão era utilizado para abastecer as forjas dos ferreiros da aldeia.