A estação dourada

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Terminou a época de Verão, alta temporada de férias e chegou o Outono. Em 23 de Setembro com o equinócio entramos na nova estação.
Ao contrário do que possa imaginar é uma excelente época para viajar. Estação dourada, com a vegetação a tomar tons de laranja, ou avermelhados, torna-se num espectáculo único de cores. Maravilhoso o pôr do sol, nas montanhas, uma luz dourada, reluzente, um tesouro natural, que aquece o coração e nos desperta para a poesia, uma inspiração entre carvalhos e sobreiros que nos leva a sentimentos mais humanos. Estação romântica, convida a passear a dois. O passear por tapetes de folhas caídas e o fresco a tornar mais fáceis as caminhadas. Caminhar por entre o verde do musgo e das árvores a ouvir a sinfonia da água a correr nos regatos. Uma sinfonia de meditação! Meter os pés ao caminho e calcorrear trilhos de terra batida com pedras incrustadas no chão. Uma verdadeira Ecovia de Montanha!
Com o abrandamento das viagens, estas tornam-se mais baratas, há menos confusão, melhor atendimento e estradas mais livres.
Esta é a época do enoturismo, própria para viajar e conhecer as regiões vinícolas. Época das vindimas, com as videiras com a sua cor de bronze. Um espectáculo único a não perder!
Como há menos calor, as refeições podem ser mais compostas, baseadas na saborosa gastronomia regional, tradicional. Tempo das amoras, dos primeiros cogumelos Padeiros, dos deliciosos míscaros e das primeiras castanhas. E beber um reconfortante vinho tinto ao calor de uma lareira.
Com o tempo mais fresco é mais fácil fazer uma caminhada, contactar com a terra, um tesouro natural, na tranquilidade, escolher trilhos que sobem e descem, como nas montanhas russas. Quem desde, também sobe. E apreciar a montanha pura, às vezes selvagem, uma biodiversidade, rica, única e irrepetível. Os regatos cristalinos onde a água, não passa duas vezes pelas mesmas pedras, ou por debaixo da mesma ponte.
E tudo isto sem necessidade de ir para fora do país. Li há dias um anúncio para visitar uma aldeia nos Picos da Europa (Espanha), onde só se chega de funicular ou a pé. Pois eu conheço aqui bem pertinho de Viseu, Gourim (S. Pedro do Sul), um local, pronto a receber turistas, onde não havendo funicular só se pode chegar a pé. E é um paraíso, sem luz eléctrica, sem acesso a telemóveis e o curioso é que tem clientes para o visitarem. E, deve-se isto a uma mulher de “armas” Maria do Patrocínio, residente e empresária em Viseu, que com muito esforço conseguiu reconstruir a sua casa de infância e a antiga capela da aldeia. O resto das casas, em ruina, como se tivesse passado um furacão, esperam melhores dias à espera de mais corajosos para a sua reconstrução. E andam por aí, uns estrangeiros e outros mesmo da capital, que nos parecem estranhos, mas que têm o bom senso de querer viver em paz e na natureza. E há muitos mais locais paradisíacos nestas condições.
Aprecie o Outono em todas as suas vertentes, visite esse Museu Ecológico ao ar livre, que se chama Natureza, respire, admire, fotografe e descontraia.
Faça o favor de viver!