REFLEXÕES

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GRUMAPA- GRUPO MANGUALDENSE DE APOIO E PROTECÇÃO DOS ANIMAIS
Construção do Canil /Gatil
Em 2010 focamos a nossa acção na montagem das boxes. Tínhamos de prever as tarefas que futuramente se iriam desenvolver, a partir da acomodação dos animais. Uma que se tornara prioritária referia-se ao processo de limpeza. Teríamos de ter água dentro do pavilhão. Como já tínhamos aberto um poço no exterior foi fácil instalar uma canalização e um motor eléctrico para criar pressão nas mangueiras que iriamos utilizar futuramente. Isto trazia novas questões relacionadas com o saneamento. Abriu-se um dreno longitudinal a meio do pavilhão que receberia as águas das lavagens e como não existia saneamento básico por perto, teríamos de optar por uma fossa séptica para as receber. Tudo isto se tornava demasiado complicado e dispendioso. Mais uma vez recorremos à Autarquia que acabou por disponibilizar a sua instalação. Tínhamos, portanto, avançado mais uma etapa… E o cansaço cada dia se tornava mais evidente.
Resolvidos estes problemas, já vislumbrávamos a possibilidade de muito proximamente instalar alguns dos animais que albergava em minha casa... Era preciso apetrechar as boxes com estrados, cestos para camas, cobertores, almofadas e mantas usadas para o seu conforto. Havia que solicitar ofertas aos amigos e familiares. Mas nem tivemos tempo…. Surgiu de rompante um pedido urgente – numa estrada próxima e junto à passagem de nível sem uso, uma cadela escanzelada alimentava os seus nove filhotes que se escondiam num tubo instalado na valeta. Ainda não havia chuva e assim eles conseguiam manter-se secos no seu interior. Havia ali duas ou três casas e as pessoas tentavam alimentá-los. Mas não era situação que pudessem manter e recorreram a nós, à Associação.
O Amigo Fábio, como sempre, acompanhou-me na difícil tarefa de recolher os animais. Assim A CADELA E OS NOVE CACHORRINHOS inauguraram as instalações, sem pompa nem circunstância, mas com várias fotografias para o futuro. Agora para além dos tantos que tinha perto de mim, havia que cuidar e alimentar os pequeninos e a mãe, lá longe. Em minha casa, já era habitual fazerem-se panelões com arroz ou massa, carnes e vegetais que era dividido por baldes para que o vizinho Fábio e eu carregássemos no carro e fossemos distribuir pelos 17 cães que já alimentávamos no monte da Senhora do Castelo, e agora de seguida tínhamos também o encargo destes primeiros albergados a dois quilómetros de distância. Se eu me detenho a descrever alguns factos de entre as centenas, senão milhares, que ao longo desta vida fui vivendo em prol dos animais, é apenas para que as e os protectores destes novos tempos fiquem a conhecer um pouco do que já foi feito desde há longos anos. Qualquer período histórico faz-se de factos e estes narrados são minúsculos quadros duma vida.
dezembro 2019