REFLEXÕES

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GRUMAPA Grupo Mangualdense de Apoio e Protecção dos Animais
A abordagem que temos feito por vários meses sobre a vida desta associação, desde o seu início em 1995, é apenas, e já o disse, um ligeiro resumo do muito que se trabalhou ao longo de dezasseis anos, do dinheiro que se investiu desde a aquisição do terreno até à construção dos edifícios e o desgaste físico e psicológico inerente às imensas preocupações na resolução, sobretudo, dos sempre presentes problemas financeiros os quais, como presidente, eram os que mais preocupações me traziam. De construção eu pouco percebia, mas aí entrava sempre o saber do vice, prof Benjamim e do senhor Carlos Pina que iam acompanhando as diversas fases da obra.
É também a intenção de não se perder a história do nascimento e existência de um Grupo criado por pessoas sonhadoras na ideia de resolver os problemas que surgiam diàriamente na vida de animais que deviam ser protegidos e bem cuidados pelos donos ou tutores. Contudo muitas pessoas possuidoras de animais não tinham a mínima sensibilidade nem conhecimentos para lhes proporcionar o aconchego que lhes era devido por tudo aquilo que nos davam e dão. Felizmente que nestes últimos 15 anos muita coisa tem mudado e a população vai - se tornando mais consciente do problema e empenhada em proporcionar uma vida agradável aos nossos companheiros no planeta. Intencionalmente deixo muito por dizer nas entre linhas. Guardo-o para ser acrescentado num futuro próximo, porque a história da protecção animal na vida da Humanidade ainda está por fazer. E todos devíamos ter em conta o que tem sido ao longo dos milénios a dependência de todos os humanos em relação à existência dos animais na Terra, assim como de toda a Natureza que nos rodeia. O que seria do ser humano plantado num infinito deserto? É uma interrogação divertida, mas talvez constitua matéria para uns largos momentos de reflexão só que no actual estilo de vida da maior parte das sociedades a subjectividade não estará presente.
Estou com divagações que me desviaram do essencial - o nascimento e vida do GRUMAPA. É por ele que aqui tenho estado neste trabalho de escriba chegando ao fim do ano de 2011, quando as minhas energias quebraram e na Direcção se procurava uma solução ainda que fosse temporária.
Já era lusco –fusco. Naquele dia de Dezembro tinha acabado de cuidar dos oito animais que já tínhamos nas boxes e com as energias em falência total. Entrando no carro para o regresso a casa vi no meu telemóvel a marcação de uma chamada que me tinham feito e cujo número me era desconhecido. Pensei…deve ser notícia de mais uma ninhada ou qualquer encrenca com animais… Tenho que ignorar, estou de rastos…
Depois de uns minutos de descanso, não resisti à tentação e procurei saber quem me havia contactado. Tinha de ficar tranquila, mesmo que fosse algum problema grave seria necessário agir. Não estava no meu espírito alhear-me da causa que sempre me tinha motivado.
A partir deste meu gesto toda a vida no GRUMAPA se baralhou e ficámos a braços com uma surpresa altamente desagradável que foi piorando à medida que o tempo passava! Então a estória ainda não fica por aqui, não ! O mais grave estava para vir e o que se seguiu não dá para acreditar. Então teremos de prosseguir na narrativa…
15 Fevereiro, 2020