IMAGINANDO

francisco cabral
PARTE 75
Sigurd-O Viking   (Parte 3)-Final
Reembarcados, seguem para Gibraltar, onde travam combate naval com os sarracenos, pugna da qual saíram triunfadores, conquanto houvessem sofrido duras perdas.
Certamente um outro rumo teria seguido a história da Peninsula, se acaso Sigurd deliberasse estabelecer-se, no extremo da Peninsula de Lisboa.
Atravessado o Estreito apoderaram-se os noruegueses da Ilha Formentera, tendo-se os infiéis refugiado numa larga caverna, donde foram expulsos, e onde foi encontrado um grande tesouro. Os habitantes de Iviça, avisados, apressam-se a vir render homenagem aos conquistadores, mas estes abandonaram as Baleares e aportam à Secília, onde foram encontrar os descendentes dos que haviam acompanhado o normando Rolão, e que eram, então, governados pelo Conde Rogério.
Sigurd foi magnificamente recebido, e coroou Rogério como Rei da Secília, título que só em 1130 foi confirmado, aos Reis da Secília, pelo papa.
Sigurd, em 1110, parte para Jerusalém, onde reinava Balduino, irmão e sucessor de Godofredo de Bouillon. Os dois reis cercam e tomam Sidon, havendo dividido o saque.
No ano seguinte Sigurd segue para Constantinopla, onde Aleixo Comneno realiza, em sua honra, grandes festas, havendo regressado à Noruega pela Hungria, Baviera e Dinamarca, casando neste reino com Malafrida, sobrinha de Canuto e filha dum Príncipe russo.
Já dissemos que no Outono de 1107 falecera Raimundo, conde da Galiza. Em 1109 morre Afonso VI. Diz-nos Herculano que os sarracenos de Sintra, sabedores da morte do Rei de Leão e Castela, se rebelaram nesse ano de 1109, recusando-se a pagar o tributo que o Conde D.Henrique lhes havia imposto.
Desde quando datava este Imposto?
Dá-nos a impressão de que, afastados os noruegueses, ficaram os sarracenos de Sintra tão enfraquecidos, que, sob ameaças, consentiram na vassalagem ao Conde D.Henrique. Este marcha sobre o Castelo de Sintra “que naquela época parece tinha uma importância militar pouco inferior à de Lisboa” (Herculano), e reduziu-o novamente à obediência. Libertados desta, só em 1147 passa definitivamente a Fortaleza de Sintra, da posse do crescente, ao da Cruz.
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