EDITORIAL Nº 775 – 1/5/2020

DIRETOR
Caros leitores
Abrimos esta edição com um editorial que foi escrito no momento em que a Câmara Municipal declara luto em Mangualde, ao colocar a sua bandeira em meia haste. Esta situação surge pelo facto de terem falecido pessoas no concelho, em consequência do COVID-19. Esta postura simboliza uma solidariedade institucional com as pessoas que faleceram e suas famílias e pessoas do seu convívio social e comunitário.
A entidade camarária realça um sofrimento pessoal e social. Ao fazê-lo tem implícita uma necessidade: a defesa do princípio do isolamento pessoal, social e geográfico, o que se vive na situação de emergência declarada pelas autoridades governamentais e de saúde. Esta atitude de isolamento, que previne o contato das pessoas, e altera as suas rotinas diárias, impede a propagação do vírus.
A preservação da atitude de isolamento social, com a exceção da continuidade funcional de centros comunitários, os quais permitem a circulação e entrega dos bens alimentares, da protecção, saúde e segurança social civil e da limpeza e recolha do lixo, como a realização de actividades comerciais e industriais em situação de segurança, é condição essencial de uma comunidade, para a manutenção da sua saúde pública.
A população mantem-se segura em casa, a vinda à rua é, só, para a consumação de situações, no contexto da satisfação de necessidades elementares, a nível social, como as alimentares e outras, que garantam a sobrevivência individual e dos grupos sociais. Nesta situação de isolamento social a comunidade de Mangualde viveu dois momentos: a Páscoa e o 25 de Abril.
A Páscoa é um momento religioso vivido pelos cristãos como o corolário da Semana Semana, a ultima da quaresma, que recria a vinda de Jesus para Jerusalém, a sua morte, e a sua ressurreição.
O 25 de Abril simboliza a liberdade e igualdade de cidadania, entre outros valores, na sociedade portuguesa. O 25 de Abril de 1974 foi o dia em que se iniciou a implantação da democracia em Portugal, após o derrube, pelas forças militares da 2ªRepulica, do Estado Novo. A sua comemoração, este ano, só se verificou, a nível oficial, na Assembleia da Republica. O Presidente da Republica, na cerimónia realizada nesse órgão, emitiu um discurso, no qual apelou à unidade do povo português e à sua capacidade para superar a dificuldades com que a sociedade portuguesa se está a defrontar.
As minhas cordiais saudações.