LUTA DIA APÓS DIA

676
Foi no passado dia 25 de junho pelas 11 horas que os emigrantes lesados do BES/NB se manifestaram, mais uma vez, num dos pontos estratégicos de Paris. Desta vez, junto à Caixa Geral de Depósitos,  no bairro da Opera Garnier
Cerca de 200 lesados deram eco à sua dor e ao seu desespero dado o silêncio dos membros do governo que, que há cerca de 15 dias, prometeram criar todos os meios necessários para resolver este problema que se torna cada vez mais urgente dada a carência moral e material dos emigrantes lesados.
A palavra de ordem continua a ser “Justiça”.
Mas naquele dia ocorreu mais um episódio lamentável decorrente desta situação difícil que os emigrantes lesados estão a viver. Uma senhora com de cerca 80 anos que continua a ver as suas economias bloqueadas teve um ataque de pânico: as pernas começaram a tremer e os seus olhos desvaneceram. Foi a polícia e alguns dos presentes que lhe acudiram e chamaram os bombeiros que a conduziram ao hospital. Isto foi nas ruas de Paris, aos olhos dos franceses e dos turistas.
Neste momento fui abordada por um casal de franceses que me confessou compreender o que os portugueses ali presentes estavam a viver. Eles próprios tinham uma história triste para contar:
“Os portugueses fizeram-nos perder uma soma bastante importante. Nós queríamos criar uma empresa em Portugal e assim, criar postos de trabalho. Depois de tudo pronto e o dinheiro gasto, foi-nos negada a possibilidade de abrir a empresa. Perdemos tudo!”
Fiquei perplexa. Quantas situações como a desta senhora ainda terão de acontecer? Onde está a consciência dos responsáveis deste caos?
Onde está a justiça? É a pergunta dos lesados há cerca de 2 anos? O Novo Banco que se diz de transição não pode, por isso, sentar-se à mesa para negociações. Tem dinheiro para patrocinar a seleção portuguesa no europeu, pagar publicidades de páginas inteiras para manter alguns jornais e revistas mas não quer reembolsar a quem de direito.
 
Dado o período forte em futebol, a imprensa mostrou-se TIMIDA e, nesta manifestação, reduziu-se à imprensa escrita. 
E como para os lesados o principal objetivo continua a ser reaverem o que lhes pertence, no domingo, dia 26, foram até Marcoussis, onde se encontra a equipa da seleção portuguesa para dizerem  sim à  Seleção e não ao Novo Banco!
Os emigrantes vibram com os jogos da seleção. Cada jogo ganho é razão para festa onde o orgulho de ser português se vê nos rostos entre o sorriso e as lágrimas de felicidade. Mas terão eles razão para este orgulho?
Os emigrantes lesados já enviaram uma carta a Cristiano Ronaldo pedindo apoio não financeiro mas moral, com o intuito de ele interceder em prol desta causa. Ele foi o rosto do BES mas continua a ser a confiança dos portugueses! Fica uma cópia da carta que a AMELP lhe enviou e que espera mereça alguma consideração da parte do grande herói do futebol português.