UMA QUESTÃO DE SAÚDE

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Síndrome de Fragilidade no Idoso
Atualmente, assistimos a um aumento da população envelhecida. O INE expôs, em 2001, a existência de 102,2 idosos por cada 100 jovens em Portugal. Em 2011, os dados alteraram-se, sendo que o índice de envelhecimento apresentava 129 idosos por cada 100 jovens em Portugal. No fundo, existem mais pessoas idosas do que pessoas jovens.
Indissociável do processo de envelhecimento, está a doença crónica, a polipatologia (a presença de várias doenças no mesmo indivíduo), a polimedicação (a toma de vários medicamentos) e o emergente conceito de síndrome de fragilidade do idoso.
A fragilidade caracteriza-se por diminuição da massa e da força muscular e manual, exaustão, pouca energia, alteração da marcha com locomoção lentificada e perda de equilíbrio, reduzida atividade física, perda de apetite e perda de peso progressiva não intencional.
Todos estes fatores levam a um maior risco de eventos adversos como quedas, incontinência urinária e hospitalização, perda de autonomia e dependência.
É de ressalvar que a fragilidade não acontece em todos os idosos, de todo, pois a maioria destes não se torna frágil. Há fatores de risco para esta síndrome, ou seja fatores que aumentam a probabilidade que um idoso venha a tornar-se frágil, sendo os de maior relevância a ausência de suporte social, idade avançada, o género feminino, sintomas depressivos, função cognitiva deteriorada, baixo peso corporal, tabagismo e uso de álcool.
A síndrome de fragilidade do idoso deve ser reconhecida aos primeiros sinais, para que possam ser implementadas medidas preventivas da sua instalação e agravamento. É de facto possível fazer a prevenção, tratamento e reabilitação do idoso. Enfermeiros, nomeadamente enfermeiros especialistas em reabilitação, gerontólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, são fundamentais neste processo de prevenção e reabilitação, visto que a estimulação cognitiva, social e física pode e deve ser trabalhada diariamente. Infelizmente, a sociedade atual não está muito voltada para esta problemática nem as políticas se mobilizaram ainda no sentido de criar serviços de apoio multidisciplinar a estes idosos e às suas famílias e estes cuidados estão por isso muito aquém do que deveriam estar. De qualquer forma, há instituições de apoio como Lares e Centros de Dia que disponibilizam alguns destes serviços como Fisioterapia e Terapia Ocupacional, há centros de Fisioterapia públicos e privados em Mangualde e em cidades vizinhas, para os quais o idoso poderá ser encaminhado pelo seu Médico de Família e a Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Mangualde prepara-se também para iniciar a modalidade de Reabilitação Cognitiva.
Na próxima rubrica falaremos também de cuidados específicos nutricionais nesta população, para evitar a perda de força muscular. Esteja atento à próxima edição.

Fonte: Ana Certo, Kleiver Sanchez, Ana Galvão, Hélder Fernandes. “A síndrome da fragilidade nos idosos: revisão da literatura” ISSN: 2182-9314, Vol. 2 | Nº. 1 | Ano 2016