UMA QUESTÃO DE SAÚDE

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Alimentação no Idoso
Na pessoa idosa, um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade condicionando a qualidade de vida. A desnutrição é muitas vezes subdiagnosticada, por ser confundida com sinais de envelhecimento, pelo que o seu reconhecimento precoce é fundamental para uma correção adequada e atempada.
Há vários fatores que podem dificultar a alimentação nesta idade, desde logo as condições habitacionais, os rendimentos e o acesso à compra de alimentos frescos e de qualidade; o estado emocional e cognitivo do idoso, nomeadamente no caso de demência ou depressão; dificuldades na mastigação, paladar ou na deglutição, falta de apetite; e por último, não menos importante, a falta de conhecimentos acerca das regras de uma alimentação saudável, frequentemente baseada em hábitos, cultura e crenças, por vezes erradas. Ora é neste ponto que tentaremos intervir hoje com a redação deste artigo, que esperamos que seja esclarecedor.
Nesta faixa etária as necessidades energéticas poderão eventualmente diminuir, devido a um decréscimo da atividade física e da consequente redução da massa muscular. No entanto, as necessidades em macro e micronutrientes (vitaminas e minerais) aumentam e as necessidades proteicas também podem aumentar, de forma que é fundamental introduzir alimentos ricos e densos nutricionalmente:
• Fruta e hortícolas;
• Cereais pouco refinados;
• Laticínios com baixo teor de gordura;
• Marisco, carne magra, aves e peixe;
• Leguminosas;
• Ovos;
• Frutos oleaginosos.
Uma adequada ingestão proteica (ovos, carne, peixe, marisco) evita a perda muscular, enfraquecimento ósseo e imunitário e ajuda na cicatrização de feridas.
A ingestão de fibra (sementes, hortícolas, fruta) é importante porque diminui a prisão de ventre e o colesterol, mas por outro lado uma ingestão excessiva comporta risco de flatulência e défices na absorção de ferro.
O ferro é um elemento de destaque na terceira idade, pela prevalência de anemia. Há que evitá-la ingerindo carne vermelha ou fígado uma vez por semana e evitando fazer sobremesas láteas (sobremesas com leite, iogurte ou queijo), porque diminuem a absorção do ferro acabado de ingerir.
Os défices de vitamina B12 e ácido fólico, com consequências neurológicas, evitam-se comendo carne e hortícolas, respetivamente.
À vitamina D, dedicaremos uma outra edição desta rubrica.
E eis mais algumas dicas:
• Não omitir refeições, evitando estar mais de 3h30 sem comer;
• As refeições devem ser pouco volumosas e facilmente digeríveis;
• Adaptar a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades ao mastigar e engolir (cozinhar bem os cereais e tubérculos, misturar com líquidos (sopas, purés), optar por fruta mais madura ou sumos naturais, preferir cozidos, estufados, picados e desfiados, demolhar bem as leguminosas e triturá-las com varinha);
• Preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas, texturas e aromas;
• Fazer as refeições com companhia, sempre que possível, e num ambiente calmo e agradável;
• Experimentar novos alimentos e novas receitas evitando consumir enlatados e pré- confecionados;
• Utilizar ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar os cozinhados (evitando o excesso de sal), de forma a melhorar o sabor dos alimentos, minimizando assim as consequências da diminuição do paladar;
• Beber água regularmente (mínimo 1,5L/dia), mesmo não sentindo sede. A menor perceção da sensação de sede é bastante frequente nas pessoas idosas e determina um elevado risco para a desidratação;
• Moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas;
• Preparar mais quantidade em cada refeição e dividir em porções para congelar em recipientes individuais para outras ocasiões;
• Comprar pouca quantidade de alimentos de cada vez. Por exemplo, na compra de fruta comprar uma peça madura, uma média e uma verde;
• Confecionar bem os alimentos (ovos, carnes, peixe e marisco), para evitar toxinfeções alimentares;
• Lavar corretamente e desinfetar frutos e hortícolas antes do seu consumo;
• Dar uma caminhada antes das refeições para estimular o apetite e estar atento às alterações do mesmo.
Assim estimando a sua saúde!
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Fonte: Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia “Alimentação no Ciclo de Vida, Alimentação na pessoas idosa”, Colecção E-books APN | N.º 31 1 de Outubro de 2013 | Dia Internacional das Pessoas Idosas