EDITORIAL Nº 737 – 1-9-2018

serafim tavares
Caro leitor

Depois das merecidas férias vamos ao trabalho, aquele que dignifica o Homem.
Era eu miúdo e recordo-me com mágoa de quando o meu irmão Matias foi para o Ultramar. A minha mãe, passou o dia num quarto escuro a chorar, dado que ele ia obrigado para defender a nossa pátria, num tempo em que se morria pela pátria. Felizmente regressou bem mas, entretanto, já partiu num acidente de automóvel. Deus o tenha em descanso, era um irmão genuíno e bom. Dizia eu, que os que morriam pela pátria no Ultramar, chamavam-lhe morte sagrada e foi assim que aconteceu para mais de um milhar, que defendiam a terra onde tinham nascido. Depois, eram então louvados, e chorava toda a aldeia ao chegarem os corpos à terra onde tinham nascido e onde eram enterrados. Aquele que voltou era então um herói nacional, mas muitos ficaram por lá, para sempre na memória do mais negativo que teve a guerra. De bom, só tinha para os graduados, que em cada ida tinham uma promoção. Hoje em dia tudo mudou. O soldado deixou de morrer pela pátria. A pátria já não conta. O que conta são números, palavras avulsas como democracia, ditadura, direita ou esquerda, religião ou cor de pele e o soldado passou a morrer por uma ideologia. O soldado é levado para longe da pátria, como o Kosovo, Vietname, etc. e morre a defender uma causa, que pode não ser a sua, numa terra que não é sua, que não conhece e a que nada o liga. Acaba por morrer por imposição desses ideais e desses políticos de segunda. A heroicidade do soldado não existe, pois é internacional. É do mundo, é de todos e uma coisa que é de todos, não é de ninguém. A única coisa que é nossa é o pensamento, esse ninguém nos consegue tirar. Diz não a guerras de qualquer espécie. Vivemos com um destino e é muito importante escrever sua história no livro da vida.

Abraço amigo,