FEVEREIRO

juiz
O mês de Fevereiro é o mês mais pequeno do ano, pois só tem 28 ou 29 dias, enquanto todos os outros têm 30 ou 31 dias.
Aliás, nem sequer tinha lugar no primeiro calendário romano, onde só existiam dez meses, sendo o primeiro o mês de Março. Os atuais nomes dos últimos meses do calendário ainda evidenciam exatamente a mesma ordem, desde o 7ª ao 10º: Setembro (7), Outubro (8), Novembro (9) e Dezembro (10). Anteriormente, o mês de Julho tinha o nome de Quíncio e o de Agosto o de Sêxtil, por serem, respetivamente, o 5º e o 6º mês do calendário de Rómulo.
Para os romanos era mais fácil adotar um calendário lunar. Assim, de Março a Dezembro, o calendário de Rómulo contava os meses lunares com 29,5 dias, mas com a adaptação, atribuíam aos meses a duração de 30 ou 31 dias, alternadamente, totalizando 304 dias. Ficavam de fora 61,25 dias, pois os astrónomos romanos sabiam que o ano solar tinha a duração (de solstício a solstício, por exemplo) de 365,242 dias.
Quando Numa Pompílio se tornou rei de Roma, modificou o calendário. Como os números pares eram, na época, considerados fatídicos e os ímpares agradavam aos deuses, todos os meses de 30 dias passaram a ter apenas 29. O ano passou a ter 12 ciclos lunares, ou seja, 12 meses e, portanto, foram acrescentados mais dois: o mês de Janeiro, dedicado ao deus Jano, no começo do ano, com 29 dias, e o de Fevereiro, cujo nome deriva de Februo, “deus dos mortos” ou de februare, “purificar”, no final do ano, com 28 dias.
Deste modo, o ano passou a abranger 355, sendo, portanto, inferior em 10 dias e uma fração ao ano trópico. Sentiu-se então necessidade de intercalar entre os dias 23 e 24 de Fevereiro, de 2 em 2 anos, mais um mês, denominado Mercedonius, com 22 ou 23 dias, alternadamente.
Quando Júlio César chegou ao poder, em 46 a. C., o calendário lunar foi substituído pelo calendário solar. Janeiro e Fevereiro foram colocados no início do ano e Júlio César repartiu os dez dias de diferença por vários meses, continuando o mês de Fevereiro a ser o de menor duração. A ordem pela qual se alternavam 31 dias nos meses ímpares e 30 dias nos meses pares também sofreu alteração. O mês dedicado a César Augusto (Agosto) não podia ter menos dias do que o mês dedicado a Júlio César (Julho). Por isso, foi acrescentado a este mês mais um dia, que foi retirado ao mês de Fevereiro. A ordem dos meses também foi alterada ficando os dois últimos meses com 30 e 31 dias.
A palavra calendário deriva do latim Calendarium, que significava o livro de contas que indicava as calendas em que os juros deviam ser pagos. O calendário Juliano foi substituído pelo calendário gregoriano, criado pelo Papa Gregório XIII, em 24 de Fevereiro de 1582. No nosso País entrou em vigor na data indicada pela Santa Sé, por força de uma lei assinada pelo rei Filipe I de Portugal. A sua adaptação obrigou a que, de início, tivessem de ser omitidos 10 dias do calendário juliano, pelo que deixaram de existir os dias 5 a 14 de Outubro de 1582. Assim, o dia imediato à quinta-feira, 4 de Outubro, desse ano, passou a ser sexta-feira, dia 15 de Outubro.
Demorando o movimento de translação da Terra 365 dias e quase 6 horas, determina que, ao fim de cada 4 anos, há necessidade de um ajustamento, considerando mais um dia. Trata-se do ano bissexto, que tem a duração de 366 dias. Esse dia a mais é acrescentado ao mês de Fevereiro que passa a ter 29 dias. Matematicamente, portanto, o ano é bissexto quando é divisível por 4. Assim, o próximo ano de 2020 será bissexto. Excecionalmente, os anos seculares só são bissextos quando são divisíveis por 400, ou seja, 1600, 2000, 2400, etc.
Para sermos mais precisos, devemos dizer que o ano solar dura, em média 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos, ou seja, 27 segundos mais do que o ano trópico. Estes segundos de diferença são quase irrelevantes, pois só se traduzirão em mais um dia ao fim de 3.323 anos.
A mudança para o calendário gregoriano foi sendo adotada pelos vários países por um período de tempo que se prolongou por mais de três séculos. Na Europa, os últimos Países a seguir o calendário gregoriano foram a Grécia, em 1923, e a Turquia, em 1926. Alguns Países conservam, em paralelo, outros calendários para usos de caráter religioso.