Arquivo mensal: Julho 2022

EDITORIAL º 826 – 15/7/2022

Vai de Férias?…
Quer ir de férias? Fazer uma viagem de avião?
É melhor pensar duas vezes.
A desordem nos aeroportos, na Europa, no Mundo, têm estado nos últimos dias na ordem do dia, com centenas (milhares) de voos cancelados, atrasos, perda de ligações, muito mais despesas e todos os desarranjos imagináveis e inimagináveis.
Enfim, férias estragadas!
Em Portugal a TAP, um sorvedouro do nosso dinheiro, foi a Companhia que liderou as reclamações, com 44% das queixas. Segue-se a Ryanair, a Easyjet, a Vueling e a Air Europa.
As principais causas das reclamações são o cancelamento dos voos e as questões relacionadas com o rembolso e as bagagens.
E não menos grave o deficiente, ou nulo, apoio e esclarecimento aos clientes.
Chegados a esta situação inconcebível o que diz o Governo, o Ministro das Infraestruturas? …
Após a pandemia o ano de 2022 parecia auspicioso.
Mas, pelo que temos visto e analisado não parece ser assim.
O Transporte é uma componente fundamental do Turismo. Sem transporte não há turismo!…
O Sector do Turismo é uma Actividade Económica fundamental para gerar riqueza e empregos em Portugal.
Se analisarmos os últimos dez anos, a subida do Turismo é um fenómeno.
As dormidas subiram de 37 milhões em 2010, para 70 milhões em 2019.
As receitas, no mesmo período, subiram de 7,6 mil milhões para 18,4.
Esperava-se que este ano de 2022 fosse igual, ou ultrapassasse mesmo 2019.
Mas, assim, não vamos lá.
Se quer umas férias sossegadas, viaje cá dentro !
As férias são para descansar, recarregar as “baterias” e não para preocupações, aborrecimentos e despesas extras que não estavam programadas.
Se vai de férias, desejo-lhe as melhores férias, aquelas que imaginou e programou.
Não permita que outros as estraguem, as alterem e lhe criem problemas que não estavam nos seus planos.
Boas férias !…

IMAGINANDO

Parte 115
Você não é a sua Mente –Parte 2
Como já em artigos anteriores demonstrámos, o medo é uma ilusão da mente e utilizado pelo Ego, simplesmente para o controlar.
Queremos com isto dizer, que quanto mais se identificar com seus pensamentos, gostos, críticas, desejo, ganância ou apego, mais forte será a sua carga emocional (do latim “emovere”, que significa deslocação ou perturbação) que acabará por refletir num problema ou sintoma físico (doença), isto porque se está a afastar do seu presente.
Não nos podemos esquecer, que somos aquilo que atraímos e essa atração advém do pensamento.
Qual a vantagem em se focar no Agora?
Ausência de pensamentos, Mente vazia.
Sabemos que é um pouco difícil, mas se começar a treinar fazendo exercícios diários, vai-se tornando um hábito.
Há um exemplo entre outros e talvez este o mais fácil, para que instantaneamente se possa focar no Agora:
Concentre-se na respiração.
Sinta o inspirar e o expirar.
Este é o sopro da vida.
É a vida e o Poder do Criador, dados ao homem para torná-lo vivente.
Ao tomar consciência deste exercício, torna-se presente, e a sua mente deixa de interferir naqueles pensamentos que o Ego lhe emana a cada momento para o controlar, na base do medo.
Ao assumir-se no presente (Agora), já é você próprio a tomar conta de si e a ser um observador atento dos seus próprios pensamentos, quando assim o entender, não permitindo que estes acessem sem a sua devida autorização.
Passa a controlar a Mente e consequentemente, seus pensamentos, isto é, começa a deixar de se identificar com a Mente.
Ainda se pode focar no “Agora”, praticando o silêncio absoluto
Em ambas as ocasiões, está em sintonia consigo próprio, e a reconhecer quem você é.
“Consciência Pura”.
Ao Ser essa consciência, está ausente de tudo o que exteriormente o rodeia (ausência de Mente) e apenas vive a sua Paz interior, transbordando a todo o momento, alegria e amor.
Passa a Ser e não ter
Recordemos que o ter é limitado, porque a primeira Lei do Universo, diz:
O Universo é mental.
Tudo o que o rodeia é um produto da sua mente.
É você que cria
O Universo envia para nós, o que nós enviamos para nós próprios.
 Ao retornar à sua consciência Pura, entra no “Não manifesto”. 
-Que é reconhecer Sua própria essência.
-Um Ser multidimensional, que é Parte da Consciência Universal, e na Física Quântica, chamamos de CAMPO.
-Atingirmos nossos objetivos, ao compreendermos que já os atingimos.
-Encontrarmos Deus, ao compreendermos que não mais precisamos de procura-Lo.
Qu Nós já existimos antes do Corpo Físico, exatamente porque somos parte da Consciência desse Campo, que algumas religiões dão pelo nome de DEUS.
O surgimento do corpo físico ou outro objeto, é devido à condensação, ou melhor, manifestação do Campo que atua nas diversas frequências (tornando-se mais densa à medida que ela aumenta, e mais expandida quando baixa, ao ponto de se dissolver no próprio Campo), dando origem a padrões de Consciência.
Nada está separado do Campo, porque tudo o que existe é o próprio Campo.
Como só se pode gerar Consciência, quando se é Consciência, o Campo é a “Consciência Cósmica”, que também podemos designar por “Uma Inteligência Cósmica”
Cremos ter ajudado a compreender que “Não Somos nossa Mente”

Brincar aos aeroportos


O Ministério das Infraestruturas anunciou no dia 29 de Junho uma nova solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa que prevê a construção de um aeroporto na atual Base Áerea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035, que substituiria o Humberto Delgado. O novo plano foi objeto de um despacho do secretário de Estado das Infraestruturas.
Para espanto de todos, o primeiro-ministro “desconhecia o despacho” publicado na quarta-feira e foi “apanhado de surpresa” na cimeira da NATO que decorria em Madrid.
O ministro Pedro Nuno Santos, para além de ter ultrapassado as suas competências não informando o PM António Costa bem como o Conselho de Ministros, também reconheceu não ter falado previamente com o Presidente da República. Para o ministro, Portugal não pode continuar a adiar uma solução. “Já chega, já chega! O país anda a anos a discutir aeroporto. Já é tempo de mais. Há uma decisão tomada e vamos avançar”.
Depois deste episódio lamentável, só havia uma coisa expectável: ou o ministro saía pelo seu próprio pé se tivesse dignidade, ou seria exonerado pelo Primeiro-Ministro. Só que não. Pedro Nuno Santos pediu desculpa, admite “falha de comunicação e articulação”, mas aponta para o futuro ao lado de António Costa, por quanto tempo, não sabemos. É a “cola” que o poder tem.
Ficou, claro, a poeirada dos estilhaços e do entulho no ar. É que a declaração do ministro, depois da sua decisão ter sido publicamente revogada pelo Primeiro-Ministro, não apazigua as coisas. Deixa todos em muito maus lençóis. Enquanto António Costa anda a mostrar serviço no estrangeiro à procura de uma colocação numa qualquer entidade internacional, Pedro Nuno Santos mostra ao PS que quer fazer obra, nem que para isso seja preciso deixar os “banqueiros alemães com as pernas a tremer” (por PNS em 2011).
Depois de décadas à espera de uma decisão sobre o novo aeroporto, não sai um aeroporto mas dois de uma assentada. Para Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro sombra de António Costa, depois de prometer aos beirões um IP3 duplicado e uma linha férrea digna, eis que só falta também prometer que o aeroporto Internacional da Beira Alta, nasça numa qualquer cidade, vila ou aldeia com um presidente socialista!
A região de Viseu merece um aeródromo de referência, com uma pista com mais umas centenas de metros que a atual, com instalações renovadas, bem equipado e operacional 24/h dia, 365 dias ao ano.
O País merecia melhor. Sobretudo de um governo de maioria absoluta.

TEMPO SECO

Os Fins e os Meios

Pode-se conseguir um bom fim através de uma má ação? Sempre pensei que não. Contudo, há fatos que nos podem fazer suspeitar da verdade desta resposta.
A ética não é uma ciência exata. Existe uma ambiguidade nos seres humanos, que faz com que as ações mais nobres, possam ter motivações duvidosas, e até a depravação e a revolta humana podem ter um lado virtuoso. Provavelmente em situações limite, não há mais remédio: que recorrer à violência para sobreviver, o que pode ser entendido: como uma legítima defesa.
Acontece hoje, em tantos casos paradigmáticos que vemos na comunicação social, que nunca chegamos a saber o cerne que levaram situações complicadíssimas a acontecer. E, é o caso, salvando as enormes distâncias, da conjura para assassinar Hitler em Julho de 1944. Claus von Stauffenberg e os demais oficiais do exército alemão que participavam neste plano pensavam que o único meio de por fim a guerra e à destruição do seu país, era eliminar o ditador nazi.
Colocar uma bomba no lugar onde se reunia com os seus generais era um crime, mas, este crime estava justificado porque, além de serem todos criminosos, poderia salvar milhões de vidas humanas.
Von Stauffenberg era um homem de honra, de sólidos princípios, que se apercebia de como a loucura criminosa de Hitler desonrava o exército e o povo alemão. Assim, encontramo-nos na contradição de ter que dizer que fazia bem ao tentar matá-lo, embora se tratasse de um homicídio. As circunstâncias entre este fato e um possível assassinato de Putin, só diferem, porque não aparece o homem, que como Stauffenberg, execute essa tentativa, porque na sua loucura sanguinária, Putin vai eliminando todos os potenciais candidatos a essa tarefa.
A Ucrânia. Onde prósperas e belas cidades, são hoje meros amontoados de escombros. Os seus quintais e jardins transformados em cemitérios. Milhões de refugiados fora e dentro do país. Orfãos a quem roubaram os pais e vagueiam pela Europa. Pais a quem roubaram a felicidade de poderem criar os seus filhos. E, tantas outras atrocidades que se podiam enumerar, merece um ator em cena, semelhante a Stauffenberg e com resultados positivos.
Merecia também, um apoio mais robusto e atempado por parte daqueles, que são mais atores que espetadores, como é o caso dos países do Ocidente, que vão satisfazendo as solicitações bélicas da Ucrânia a conta-gotas, deixando-a debilitada e sem meios de uma resposta à altura e no tempo certo. Antes da guerra preparamo-nos para ela: foi isso que Putin fez na última década, debaixo dos olhos complacentes da Europa, que lhe forneceu as componentes bélicas que ele solicitava e o deixou encher o cofre com os meios financeiros, que ele iria utilizar para fazer frente às sanções, que hoje prejudicam mais os sancionadores que o sancionado.
Se, e como evoca a Rússia: a Ucrânia faz uma guerra por procuração do Ocidente. O ocidente, não pode ter a veleidade de pensar que tudo vai ficar bem, quando a Ucrânia claudicar. Muito pelo contrário: a cobra só deixa de expelir veneno depois de morta. Se Putin agride a Ucrânia, com os meios mais poderosos, a partir do Mar Báltico, a Ucrânia deve estar apetrechada, com meios capazes de poder retribuir e destruir, no local do crime, o seu agressor. O direito à defesa é um direito universal. Ignorar esse direito é um erro fatal, do qual todos nos vamos recordar.
Todos têm medo, e com razão, do nuclear, mas se Putin vencer: o nuclear vai persistir ou até mesmo aumentar.

lendas, historietas e vivências

A EVOLUÇÃO DA ARQUITECTURA O NOSSO PAÍS
Tenho tido ao longo dos últimos anos umas certas surpresas, algumas muito pouco agradáveis relacionadas com as soluções arquitectónicas que têm revolucionado o aspecto paisagístico e urbano do nosso País. Por esse mundo as novas tecnologias têm criado possibilidades de construção verdadeiramente milagrosas. Bastará observarmos as maravilhosas imagens que alguns canais estrangeiros nos apresentam com “os países ou determinadas zonas do planeta “Vistas de cima”!! Cá temos de novo as novas tecnologias a trazerem-nos conhecimentos sobre o que se passa no nosso planeta nunca imaginado até agora! E fica-nos na mente um mar de interrogações para as quais não vislumbramos resposta… mais evidente” para onde caminhará o então este nosso planeta.? São interrogações inúteis porque só o futuro nos dará a resposta, e… então já cá não estaremos para as confirmar. Estes são apenas pedacinhos das minhas reflexões que, bem vistas as coisas, não me levam a lado nenhum. Mas aqui no meu cantinho que é Portugal permitem-me fazer uma breve avaliação do que poderá ser o futuro próximo no aspecto geográfico e paisagístico do nosso pequeno território.
Vindo lá detrás a remexer um pouco na construção da história do nosso concelho, sobretudo visualmente, mas em que a história dos povos tem de andar metida, é fácil percebermos que o mundo está em permanente mudança e nós limitamo-nos, na maioria das situações, a aproveitá-la para usufruir do bom que nos possam trazer, esquecendo o reverso da medalha. Estou a lembrar-me de tempos passados, não muito longínquos, em que as estações do Ano se cumpriam dentro duma certa regularidade – Invernos chuvosos, neves, e geadas com fartura, mais ou menos dentro da época prevista, o que permitia aos agricultores programar sem grandes entraves as suas sementeiras e trabalhos na terra. O “fabuloso Borda d’Água era um missal para o povo… “vê lá o que diz o borda d’Água prá semana”…. Os animais tinham a época própria para a sua reprodução e o alimento não faltava nos lameiros ou as palhas secas nos “paranhos”. Na Primavera começava o tempo mais ameno, com as ervas, os cereais e todos os vegetais necessários, a iniciar a sua vida de crescimento. Era um tempo de entusiasmo, de leveza - vinha lá o tempo quentinho próprio para trabalhos e passeios. Seguia-se o tempo de procurar as sombras mais frescas –fosse em casa num rés do chão, numas lojas próprias para refrescar, mais uns banhos de água fresca num rio ou ribeiro próximo. Era tempo de trabalho, mas também de algum prazer simples e barato. Vinha o outono com nova época de tarefas duras – fazer as colheitas, tratar dos cereais e de todos os produtos próprios para secar e guardar para no inverno não faltar alimento para os humanos e para os gados. Era uma vida relativamente simples, mas de muito desgaste físico… e lá chegava de novo o tempo frio, tantas vezes gélido… (continua)

Dilemas éticos: informar sem assustar


Ainda me lembro de um “iluminado”, questionar o consentimento informado, formulário que se disponibiliza aos utentes perante qualquer técnica mais invasiva: “Vejam, lá agora, que para operar temos que ter autorização deles. Deviam era de agradecer de os operar, isso sim!” - acompanhado com ar ultrajado e agastado, por colocar em primeira instância, a liberdade de escolha e decisão da pessoa que iria ter o “privilégio” de ser operada por sua “Senhoria”, ilustre na arte do bisturi e do retalho. De fato, este “santo” seguia a filosofia académica estabelecida por quem exercia medicina alguns anos atrás: “Deus no Céu, médico na Terra!”
Isto é bem visível nas consultas, cujo diálogo entre médico-utente, termina sempre pela “sábia” afirmação: “Eu é que sei!” – perante questões sobre medidas alternativas ou esclarecimento de diagnóstico. Felizmente, a escolaridade evoluiu, ao ponto de quem está a necessitar de consulta, também é “Doutor”, disfrutando de uma altivez esclarecida dos seus direitos. Infelizmente, para os “ilustres” e “generosos” mestres da arte do tratar, passaram a ser sujeitos a iniciar uma relação terapêutica e moderar um pouco a arrogância e o desdém. Apesar do poder do conhecimento ser especifico na sua área, a partilha de informar para equilibrar o processo de tratamento\ cura, é fundamental para um provável sucesso do caso clínico.
É de louvar, quem quer ser participativo no seu processo de saúde\ doença, por ser o caminho certo para chegar à cura ou diminuição de sofrimento e angústia, para além de evitar conflitos internos e externos à pessoa. O tempo é um elemento limitativo no ato de informar, devido à burocracia ainda inerente à promoção da saúde, no entanto ocultar informação traz sempre atribulações, muitas vezes fatais ao principal interessado. Não tem de ser sempre o médico, a fornecer informações válidas acerca da saúde\ doença do individuo, de fato os enfermeiros são figuras sempre presentes e bastante capacitados para esclarecer, assim como os farmacêuticos, entre outros. A legislação portuguesa confere ao médico, a quase total responsabilidade de informar acerca do diagnóstico\ prognóstico, mas eticamente todos os elementos da equipa de saúde devem participar no processo de capacitação do utente. Todos somos pessoas, todos temos a possibilidade de estarmos debilitados física ou mentalmente, mas isso não dá o direito de perdemos a dignidade de decidir no pouco que temos e controlamos: ser consciente da nossa existência e da importância da mesma.

SANFONINAS

Os talentos
Antes de partir, o senhor chamou os empregados e deu a cada uma porção de dinheiro, com a recomendação de que dele se servissem como achassem melhor.
Na parábola do Evangelho (Mateus 25, 14-30), especifica-se: deu talentos. O talento era a moeda de então, como o euro agora. Fazia parte do sistema monetário romano e torna-se hoje bem difícil ajuizar quanto poderia valer. Fica-se, porém, com a ideia de que o senhor da parábola não teria sido parco na oferta.
Conhece-se a continuação da história: cada um fez como lhe pareceu melhor e, no regresso, o senhor premiou quem lograra obter maior rendimento.
De talento, moeda, a palavra ganhou – porventura devido à parábola – o conceito de dote, capacidade específica que o animal detém logo à nascença: «Nasceu para…». Claro, de imediato nos ocorre «nasceu para ser feliz», o anseio de todos os humanos. Há, contudo, o lado concreto: nasceu para ser músico, atleta, professor, político…
Acentua-se, por conseguinte, o dom natural, a propensão inata, sabendo-se, todavia, que esse dom pode vir a ser amarfanhado ou potenciado. A Psicologia aponta nitidamente para a potenciação, partindo do princípio de que, se há dotes adquiridos pós-nascença, eles só foram possíveis por haver para eles plataforma favorável.
Não gosto do nome do programa Got Talent:
– 1º) porque, embora compreenda a obrigatória obediência ao paradigma criado pelo talentoso inglês Simon Cowell, se poderia ter salvaguardado, no contrato, a possibilidade de o baptizar com nome português;
– depois, porque got significa adquirido e, se é certo que o talento se aperfeiçoa, caso ele não esteja na matriz da pessoa, escusado será pensar que ela venha a ser… talentosa.
Compete a cada um – e primeiro aos pais e aos educadores – observar-se e observarem, a fim de se fazer a escolha acertada.
Se temos de prestar contas de como usámos os talentos? A parábola não admite excepções! Não nasci para ser marceneiro; até o vulgar parafuso não fica bem à primeira! Há, porém, um talento que faço questão em potenciar. Único, excepcional, perecível, fugidio, difícil de agarrar: o tempo! 24 horas do dia, 60 m numa hora, 60 s num minuto! Considero-o o talento mais importante. E esse todos o temos! À nascença!

Sonho americano


Somos um povo que está habituado a dizer mal das coisas. Não é por mal, somos assim.
Se calhar somos exigentes demais ou gostamos de reclamar de barriga cheia. A verdade é que o que para nós é normalmente mau ou mediocre, para outros pode ser uma maravilha.
Tendemos a desvalorizar o que temos de bom no nosso país, o que pode ser francamente perigoso e apetecível para os outros.
Temos umas condições geográficas interessantes, bom clima, boa gastronomia, um povo afável e hospitaleiro, estabilidade e com um custo de vida que vale a pena para muitos.
Por outras palavras, estamos a saque e desta vez são os americanos que estão de olho em Portugal. Dados do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras indicam que os norte americanos passaram a liderar o ranking do investimento captado por via dos vistos gold no país, ultrapassando chineses e brasileiros. Para os americanos, a relação qualidade-custo de vida em Portugal é excelente, levando a um aumento do investimento imobiliário no nosso país. Nem as ilhas escapam, estando os Açores também na mira dos interessados.
Para além disso “os norte-americanos procuram muito o sistema de saúde em Portugal, acham o nosso sistema de saúde incrível.”
Será que estamos a falar do mesmo Portugal? Daquele que estamos sempre a reclamar?
Todo o sul da Europa atrai investimento estrangeiro, mas no que respeita à procura de casa em Portugal, o Brasil continua a manter o primeiro lugar no pódio, seguindo-se a França e o EUA em 3ª pela primeira vez. Importa referir que os EUA destronaram a china no que respeita ao vistos gold, tendo triplicado no último trimestre, face a igual periodo de 2021.
A conjuntura económica mundial e o aumento das taxas de juro nos EUA fez com que o Euro se desvalorizasse em relação ao Dolar cerca de 8%, o que significa que comprar casa no espaço europeu ficou mais barato.
A pandemia, a guerra entre a Russia e a Ucrânia, o aumento das taxas de juro e da inflação em Portugal, que levou a um aumento dos custos de construção, quer dos combustiveis, quer dos materiais, não afetaram o mercado imobiliário, que continua muito dinâmico, devido ao investimento estrangeiro.
E a oferta de casas em Portugal, continua a ser insuficiente para a procura.
Se “o sonho americano agora passa por comprar casa em Portugal”, qual será o sonho dos portugueses?