Arquivo mensal: Dezembro 2022

EDITORIAL Nº 835 – 15/12/2022

Caro leitor

Natal é sempre que o Homem quer!
Mas neste Natal, vamos renascer no interior de cada uma e cada um. Também, lembrar dos irmãos da guerra na Ucrânia e de outras guerras que cada ser humano trava.
Desde há muitos anos que ouvimos a expressão “Levar a cruz” relativamente a esta vida. Um dia, um filho carregava uma cruz grande que lhe era muito pesada. O pai tinha entregue aquele tamanho porque, sabia que mais à frente ele ía precisar. Afinal, os pais sempre sabem o que é melhor para os filhos.
Mas, por sua iniciativa, o filho achou por bem fazer uns cortes na cruz para a tornar mais leve. Afinal, que diferença fazia, um metro a mais ou a menos?
Ao fim desta vida, para passar deste reino para o outro, havia um abismo. E não havia ponte. Na realidade, a única forma de passar era usando a cruz que tinha carregado. E tinha de caminhar por cima da mesma para conseguir passar. Mas, faltava-lhe um metro. O metro que tinha cortado. E volta a pedir ao pai que lhe colasse o metro.
Moral da História: Quase sempre, as dificuldades nos servem para mais à frente, termos a paz merecida. Use as dificuldades para fazê-las de trampolim e alcançar a sua meta.
Vamos fazer feliz alguém que amemos muito, dizendo-lhe hoje para ser bom.
Porque é em vida, irmão, em vida.
Se desejas dar uma flor, não esperes que morram, manda-a hoje com amor… em vida, irmão, em vida.
Se desejas dizer - gosto de ti – às pessoas de tua casa e ao amigo próximo ou afastado… em vida, irmão, em vida.
Não esperes que as pessoas morram, para lhes quereres bem, fazer-lhes sentir o teu afeto… é em vida, irmão, em vida.
Tu serás muito mais feliz, se aprenderes a fazer felizes a todos os que conheces… em vida, irmão, em vida.
Nunca enchas túmulos de flores, enche corações de amor… em vida, irmão, em vida.
A todos os nossos assinantes, colaboradores, anunciantes, leitores e amigos que Jesus nos dê um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Abraço Amigo,

IMAGINANDO

O ESPÍRITO SOB O OLHAR DAS FÍSICAS CLÁSSICA E QUÂNTICA - PARTE 7
Continuação da parte 6
Os pensamentos assemelham-se ao vento: não podemos vê-los nem tocar-lhes, mas podemos sempre observar os resultados da sua presença – Wayne Dyer.
Regressemos a uma Lei bastante interessante, e que vai despertando a mente consciente de cada um, pela sua vivência diária. 
A Lei da Atração.
No seu livro de provérbios, o Rei Salomão, tem a seguinte frase: (provérbios 23:7)
“Como ele pensa dentro de si, assim ele é ”
No entanto para que a vibração se manifeste numa frequência elevada e para entrar num processo de purificação de quem “nós somos”, precisamos nos compreendermos como manifestação do UM, para que a força da atração reflita através do pensamento que queremos espelhar, a realidade a viver pelo contacto com o nosso verdadeiro EU, que está além do que possamos imaginar, porque nos transcende.
Ao manifestarmos o nosso verdadeiro EU, o ATMA, somos compelidos por elevados pensamentos, que nos dão a conhecer o Mistério da Unidade, que é o Mistério de Deus ou seja, A Mente Cósmica. Pela força desses pensamentos, começamos a descobrir todas as coisas, tomando consciência que nada está fora, mas sim dentro, e esse é o maior e verdadeiro segredo que atraímos;   
Quem nós Somos
‍É uma caminhada profunda. O homem descobre que é um Microcosmo, reflexo do Macrocosmo. Toma noção da existência de um EU REAL, um EU VERDADEIRO.
Nesta fase entende o Amor verdadeiro e como tal, presta-se à generosidade pela intuição. 
Tudo que está fora, e não seja do seu gosto, é automaticamente transmutado, porque sabe que é o seu reflexo se projetando para o exterior.
 
São ondas de possibilidades que a consciência transforma em partículas de realidade, e que damos o nome de Causação descendente. Projetamos no semelhante a nossa verdadeira realidade por liberdade de escolha. Começamos a compreender que ele é o reflexo do que pensamos.
Vamos aprofundar e fazer compreender como funcionamos através das quatro categorias de personalidades, enquadradas em quatro corpos, que são quatro mundos diferentes que não se interagem diretamente:
1) Corpo Físico (Sensações)
2) Corpo Mental (Pensamento)
3) Corpo de Energia Vital (Sentimento Afetivo)
4) Corpo de Inteleto Supramental (Intuição)
Durante muito tempo a maioria dos Cientistas fez uma distinção entre mente e corpo físico.
Criaram uma dualidade Corpo/Mente, alegando que o corpo sendo matéria que se manifesta externamente, a Mente é subtil e se manisfesta internamente, por isso nada tinham em comum.
Também, separaram o Mental e o Supramental , porque embora ambos sejam corpos subtis não interagem diretamente, dado oferecerem tipos de experiência subtis diferentes.
O Mental é a manifestação do pensamento e o Supramental manifesta a intuição
Então, foi através de um modelo quântico, que os cientistas neste campo, chegaram a uma conclusão. Tinha que haver um mediador, ou seja, uma Consciência Não-Local (Espirito).
E como é que esta Consciência podia mediar não Localmente ? 
Concluiram que todos estes corpos ou mundos são possibilidades da Consciência, e que todos são parte desta mesma Consciência ou Espírito.
Para atrairmos o que pensamos, vamos entrar nestes quatro corpos ou mundos com a mediação de nossa Consciência Não Local (Espírito), e escolhermos todos os futuros possíveis.
 Quando iniciamos a escolha de um futuro possível, pensemos que Tudo o que Existe é Onda/Partícula, porque tudo é onda e partícula ao mesmo tempo, vibrando em determinada frequência.
Aqui a dualidade não existe. Não queremos dizer que o objeto de nossa escolha, seja tanto partícula como onda, no espaço e no tempo. 
Queremos confirmar que há uma onda primeira, Cósmica, de determinado objeto para além do espaço e do tempo, uma realidade não manifestada, porque ela está para além do espaço/tempo (Não Local).
A isto damos o nome de Domínio de Potencialidade.
Logo, aquilo que escolhemos para nossa realidade vai tornar-se inicialmente uma Onda de Potencialidade ou Possibilidade, que posteriormente pelo sentimento será realidade pelo Colapso da Função de Onda, e segundo o observador há uma conversão de Onda em Partícula.
Concluimos que qualquer pensamento é uma potencialidade com diversos significados, até se tornar um pensamento real com um significado único.
Relembramos que tudo o que existe é Mental.
São os diversos tipos de experiências humanas pelo Ser Multidimensional, que são aproveitadas pela Mente Cósmica.

Termino esta série, desejando a todos os leitores deste Jornal, Um bom Natal e Feliz Ano Novo.

DOIS NATAIS


SOMOS NÓS O MELHOR PRESENTE QUE ALGUÉM PODE RECEBER
O Natal tem uma tradição variada em Portugal . Festa cristã tendo como centro a família. Celebra-se de acordo com os costumes ancestrais próprios de cada região . com um espírito próprio que o tempo não faz desaparecer . A família é o núcleo de toda esta festa . Ela atinge o seu ponto mais alto com a consoada no lar . A noite de Natal ou da consoada é também a grande mesa coberta da melhor toalha da casa , o pão a fazer o centro , o local de convergência da família , não longe do presépio e da árvore de Natal aguardando o momento em que acontecem as prendas valiosas e em excesso . O prato nesta ceia é o bacalhau com batatas e couves á farta abundantemente regado com o mais fino e dourado azeite e acompanhado com o melhor vinho “vintage” , o arroz de polvo corredio , o peru , o cabrito assado no forno . Não há mesa onde faltem as rabanadas , as filhóses e uma vasta diversidade das melhores mais vistosa e apetecíveis iguarias. É na doçaria que a ceia natalícia se notabiliza cheia de talento e imaginação . E é nesta euforia que o clima festivo desta quadra começa a ser vivido mais cedo , ainda muito antes daqueles dias que o calendário lhes reserva . O comércio conhece já o frenesim que a todos contagia . Tudo se compra e tudo se vende como em nenhuma outra época do ano . É o nosso consumismo . E nós embebidos nesta onda de euforia , alheados das nossas realidades esquecemo-nos daqueles que nada têm ou repentinamente de um momento para o outro se viram em sérias dificuldades , em privações com as perdas da vida ou o seu ganha pão . Mas nem toda a gente vive em abundancia algumas famílias vivem este dia afogadas nas dificuldades da sua vida .
Entremos de mansinho numa casa velhinha de uma das nossas aldeias onde sentados em volta de uma lareira a uma chama oscilante de um lume pobre , um casal com um pequeno bando de fillhinhos vigia a panela de ferro onde fervem as batatas para a ceia. Os seus rostos refletem um cansaço fundo até aos ossos do dia passado ao frio na labuta ,onde enfrentam o gélido vento dos campos . Bebem o lume com olhos de ternura e comungam da alegria do dia que insistentemente tanto têm ouvido falar . Sabem que é a consoada , mas a sua é diferente daquelas que vêm na televisão ou que ouvem em história de encantar . Na pequena cozinha amarelecida pelo fumo que teimosamente foge pelas fresta das telhas , a um canto posta uma mesa em madeira carcomida pelo caruncho , para ceia . Sobre ela a toalha de linho que em tempos passados já teria sido alva , os pratos de barro já esbeicelados pelo uso diário e descuidado das crianças, enegrecidos pelo tempo . Sentados ao lume coziam as batatas e a hortaliça , e como a panela levantasse fervura , foi-lhe arredar o testo e espumá-la . Era a hora de saborear a refeição. Rezam uma pequena oração de graças pelo bem recebido e sossegadamente comem a parca ceia da consoada , as poucas e minguadas barbatanas de bacalhau as batatas e as couves do seu lavrado . Azeite apenas um ténue fio . Longe de tudo e do bulício do mundo , sós na paz do Senhor e dos Seus Anjos Celestes . Vivem a paz serena de uma consciência tranquila . É noite e os cachopos já estão na cama , sonham com a esperança que o Menino Jesus se lembre do seu sapatinho e da sua trágica pobreza presenteando-os com um par de meiitas , uns pequenos chocolates , umas nozes e uns figuitos secos . É meia noite . Ela com um velho xaile pela cabeça , ele veste o seu samarrão poído e remendado , passajado nos longos serões em frente da lareira . Os sinos repenicam num tom de festa . Os seus corações incendeiam-se de um fervor cristão pela missa do galo . No final da eucaristia, agasalhados do frio intenso e em passo lento , já a caminho de casa ainda passam pela fogueira natalícia no adro da Igreja , onde gigantescos cepos transportados pelos jovens ardem no ar gélido dessa noite de Dezembro . O Natal continua aqui a ser vivido como uma festa , mas agora de todos e prolonga-se noite dentro . A partir deste momento já ninguém fica só mesmo aqueles que porventura sózinhos saborearam a ceia da sua consoada .
O Espírito Natalicio é único , mas os Natais são diferentes . Porém na humildade de um curral Jesus nasceu para todos.

Para quando um verdadeiro combate à corrupção?


As Nações Unidas designaram o dia 9 de dezembro como o Dia Internacional Anticorrupção.
Em Portugal, a corrupção não pára de crescer e o Governo não pára de fingir que a combate.
De facto, “A corrupção aumenta o custo das empresas, mina a confiança do público e dificulta o crescimento. O combate à corrupção e a promoção da integridade requer uma abordagem de toda a sociedade”, afirma a OCDE.
Paulo Morais, ex-candidato à Presidência da República, defendeu a criação de um relatório anual da corrupção em Portugal com a síntese de quantas acusações existem, quantos julgamentos estão em curso, quantas pessoas foram condenadas e absolvidas. Isto porque num estudo publicado pela Transparency International, Portugal continua abaixo dos valores médios da União Europeia e da Europa Ocidental e da União Europeia.
Já a Fundação Francisco Manuel dos Santos indica que os cidadãos portugueses toleram menos a corrupção do que os seus representantes eleitos, com os políticos a verem a lei como “critério orientador” e os cidadãos a honestidade.
O que o cidadão Português sente é que a corrupção e a má governação matam, empobrecem, enfraquecem e capturam a vida e os sonhos de pessoas, famílias, empresas, populações, comunidades e de gerações inteiras. Para além disso também sentem que a inação e inércia perante a corrupção e os corruptos tornam os Estados, as instituições, os mercados e toda a sociedade mais fraca, desconfiada, desesperançada, com grave prejuízo de princípios, valores, políticas e práticas que devem reger um Estado de direito democrático, económico, social, cultural e ambiental avançado.
Sobre o Dia Mundial Anticorrupção, Marcelo não disse uma única palavra. Devia estar a falar com o treinador da Seleção a quem (diz ele) liga às “tantas da noite”. Às tantas, é verdade, e também não deve querer saber dos esquemas que a Federação Portuguesa de Futebol usa para fugir aos impostos nos pagamentos de salários ao selecionador nacional de futebol!
Entretanto, vamos ser ultrapassados em termos de PIB / per capita, pela Roménia, mas o Sr. Feliz (Marcelo Rebelo de Sousa) e o Sr. Contente (António Costa), além de desvalorizarem a situação, continuam a insistir que Portugal é o Pais das Maravilhas e do Pai Natal. Bem, pela falta de condenações em tribunal, pelo menos para os corruptos, Portugal continua a ser um paraíso!

lendas, historietas e vivências

ALEXANDRE ALVES (2)

No número anterior recordei os primeiros passos da ACAB no início da década de oitenta e como nos foi útil a disponibilidade do nosso grande Amigo e conterrâneo Dr. Alexandre Alves para nos ajudar. Nas primeiras reuniões que se fizeram tentou-se organizar um plano coerente que nos permitisse desenvolver um trabalho de investigação bem estruturado, porque na verdade ao tempo o que por aqui se entendia por Património Cultural era quase uma novidade. Os conselhos e sugestões do nosso Amigo eram sempre uma base de trabalho sério e convincente para a nossa acção. Embora a definição de Património Cultural ainda estivesse pouco implantada a nível superior nos cursos de História já se ia abordando ainda que timidamente …os quarenta anos de ditadura foram um leque apertado em certas áreas do conhecimento. Mas, enfim, começamos o nosso trabalho organizando um plano de pesquisa sobre os testemunhos da actividade humana no concelho desde os mais longínquos ocupantes do território. Iríamos fazer incidir a nosso trabalho na visita aos locais onde se poderiam encontrar testemunhos em áreas tradicionais – tudo o que estivesse ligado ao trabalho do campo, á produção artesanal, aos hábitos no dia a dia nomeadamente os cantares populares e danças, os modos de vestir, a alimentação, etc. A unir a população desde tempos remotos tínhamos também a actividade religiosa e funerária com um sem número de itens de grande interesse. Cada freguesia albergava uma riqueza cultural “escondida” que a toda a hora precisámos dos conselhos do nosso Amigo. As fichas que ele havia criado desde a sua juventude com dados preciosos muito nos ajudaram. Acho mesmo que sem a sua preciosa colaboração e Saber, uma parte considerável dos conhecimentos continuaria apagada. No nosso plano de pesquisa estava obviamente a visita a todos os locais sinalizados em cada freguesia.
Programamos as nossas digressões para os sábados de quinze em quinze dias. Nós desejávamos a presença do nosso Amigo. Como é natural também ele tinha esse interesse, contudo não poderíamos esquecer que os anos de vida nos levam muita energia. Não podíamos abusar da sua boa vontade, embora procurássemos que as suas deslocações fossem sempre minoradas pela deslocação em automóvel até ao local a estudar fosse em povoações ou no campo. Foram batidas algumas centenas de quilómetros por todo o concelho. Aonde se fizesse uma descoberta preenchia-se uma ficha com todos os dados. Essas fichas foram arquivadas em pastas que se devem encontrar na sede da ACAB e já serviram para vários investigadores alargarem os seus conhecimentos em diversas matérias na área da História local e regional. Teremos de reconhecer que sem a disponibilidade do nosso Amigo Dr.ALEXANDRE ALVES o nosso trabalho ficaria muito aquém do desejado. Todas as homenagens que se lhe fizerem serão sempre poucas…Esta é a minha…

Família reunida ou não?


A sistematização da tecnologia, a valorização da imagem, a competição profissional, criam barreiras para a continuidade da tradição familiar. Mais facilmente, justifica-se a ida a um concerto de uma banda estrangeira a centena de Km, do que ir visitar os avós. É mais aliciante passar um fim de semana no Algarve, do que visitar os avós, que nem internet têm em casa!
Natal, época adorável e tão apreciada pela juventude, que denomina as pessoas, acima dos 30 anos, de cotas. Assim, temos os pais que tentam estar presentes, e manter a ligação familiar com os ascendentes nortenhos e beirões, enquanto são contestados pelos descendentes cosmopolitas, alheios ao respeito e sacrifício que os avós tiveram para dar um futuro às novas gerações. “Opá, que chatice! Como vou conseguir seguir as minhas amigas no Insta? E o que vou lá fazer? Nem sequer tem Netflix …” Ah, esta alegria tão real e extremamente divulgada pelos doutorados da área comportamental. A maravilhosa noção de partilha e identidade familiar, que fundamenta a autonomia e apoio… blá, blá, blá. Pois é! Toda a sociedade observa estas posturas depreciativas sobre a família tradicional, e existem uma miríade de debates, opiniões de várias facções, no entanto a palavra “liberdade” sustenta os argumentos que desculpam estas atitudes.
Então, a luta pela liberdade facultou a desvalorização do tradicional respeito e apoio familiar? Porque tenho o direito de expressar o que quero, alheio aos sentimentos das pessoas que me envolvem! EU, eu, eu… espera aí! Pessoa que só vê o seu lado, ignora os sentimentos dos outros, utiliza a chantagem emocional como ameaça, será que estamos a criar aquilo que tanto lutamos? A tirania filial tão real, que quando os pais disciplinam, o princípio da frase dos mini ditadores é: “Vou dizer à…”. Podendo ser nomeada polícia, CPCJ e até os avós, esquecidos pela falta de empatia!
As ameaças esmagadoras e dominantes, geram novelas familiares, agraciadas com dupla posição perante a mesma pessoa. A tentativa de cativar, quem manipula e distorce, é digna de um calhamaço de 600 páginas, com muitas lágrimas e risadas cínicas, para chegar ao momento doloroso da afronta.
Família, não a escolhemos, mas podemos acolher e aceitar as diferenças. Ajustar a tolerância de conviver com gerações tão distintas, tal como os écrans táteis para com os telefones fixos de disco. Partilhar, estar, criar memórias presentes para que o passado seja relembrado e não esquecido… Este é o conceito da família, que não foi preciso ir para universidade, para a alcançar!

SANFONINAS

Pingam as goteiras…

Pingam as goteiras no telheiro. Completamente descompassadas. Não sei bem se ainda chove e é o resto d’água acareado nas telhas ou se continua a chover. O som das pingas continua descompassado, intermitente, não é de aguaceiro nem de chuva forte.
Em tempo de guerra como é o nosso, embora dela pensemos estar longe, o matraquear das gotas lembra matraquear de metralhadoras.
É bom estar no sossego do lar, sem necessidade de sair para compras, para ir buscar comida, para nada. Bom ter um lar. Abrigo.
Ainda ontem à noite passei por um. Tinha um chapéu de chuva aberto e aconchegava-se à parede, embrulhado em manta coçada. Todas as noites que por ali passo, eu vejo o vulto. Sem-abrigo? Guarda da obra em frente? Por que carga d’água estará ali tantas noites? Ainda não tive coragem de parar e perguntar-lhe.
Tenho os pés quentes nas pantufas que há dias me ofereceram. Sinto a macieza da carpete que imita tapete persa. Bruxuleia ali, bem azulinha, a minichama do aquecedor, alaranjando a grelha em brasa. Hirtas, em duas esquinas do pilar da sala, duas longas esculturas de madeira são gatos estilizados. Hieráticos. Um tem olhos verdes e bigodes sobre o focinho rosado. Não sei que me quer dizer. ¿Que eu tenha paciência? ¿Que encare a vida com serenidade? Talvez.
O Spike veio pedir-me para ir à rua. Disse-lhe: «Está a chover, o dono já vai contigo!». Deitou-se, tranquilo, a meus pés.
Creio que os pingos-metralhadora já se calaram. E vou espreitar a noite com o Spike. Ceio que estamos em quarto crescente, mas as nuvens não me deixarão ver a lua. E tenho de olhar bem para o chão, não vá encharcar os sapatos nas poças.
Respira tranquilo o Spike. Sabe esperar, de cabeça apoiada no chão. Levantou-se agora, olha para mim: «Vamos?». Vamos.

consultório

MULHER - A REVISÃO AOS 40 ANOS
Sou uma mulher de quarenta anos. Devo fazer uma revisão do meu estado de saúde? E quais são os exames que devo realizar? E em que é que consiste o meu check-up dos quarenta anos?
Os quarenta anos são sempre uma boa idade para se avaliar, de uma forma mais minuciosa o seu estado de saúde, despistar algumas doenças que podem surgir por estas idades.
Despistar os cancros

  • Despistar o cancro do colo do útero (uma das causas mais importantes de morte na mulher com menos de 44 anos): um esfregaço do colo do útero cada dois anos se os resultados são normais, se assim não for, deve seguir as instruções do seu ginecologista.
  • Despistar o cancro da mama (primeira causa de morte por cancro na mulher com menos de 44 anos): autopalpação dos seios todos os três meses, conforme o ensinado pelo médico. Poderá, de acordo com o ginecologista, fazer uma mamografia e/ou uma ecografia mamária com regularidade, em particular se esteve exposta ao tabaco e ao álcool durante a adolescência e no início da idade adulta.
    Outras despistagens em casos de antecedentes familiares de cancro ou de riscos pessoais
  • Cancro da mama e do ovário: deve fazer-se um despiste precoce se existe história de 3 antecedentes familiares de cancro da mama ou do ovário em linha directa (mãe, avós, tias, irmãs ou filhas), ou 2 antecedentes com aparecimento antes dos 40 anos e/ou bilateral (respeitando os dois seios). Exames a realizar: análise genética, mamografia anual a partir dos 35 anos e ecografia abdominal para despiste de cancro do ovário.
  • Cancro do cólon: consulta médica uma vez por ano em caso de antecedentes pessoais de polipose intestinal, de doença intestinal inflamatória crónica (doença de Chron) ou de antecedentes familiares de cancro do cólon, ou história de presença de sangue nas fezes ou de irregularidade não habitual do trânsito intestinal.
  • Fumadoras: consultar o médico de família anualmente para um despiste radiológico do tórax e eventual observação ORL no caso de mudança de voz (rouquidão permanente).
    Balanço cardiovascular
  • Contar de 0 a 8 os factores de risco cardiovascular:
  1. Excesso de colesterol; 2. Hipertensão arterial; 3. Diabetes; 4. Excesso de peso; 5. Tabagismo (ou paragem há menos de 3 anos); 6. Alteração da tiróide; 7. Antecedente pessoal de acidente vascular; 8. Antecedente familiar de acidente cardiovascular.
    Nenhum factor: um balanço cada 5 anos.
    Um factor: um balanço cada 3 anos.
    Dois ou mais factores: um balanço todos os anos.
    Prevenção da osteoporose
  • Osteodensitometria: em caso de antecedente pessoal de fractura de fadiga, de menopausa precoce (antes dos 50 anos) ou de tratamento prolongado por corticóides.
    Prevenção da insuficiência venosa
  • As alterações da circulação venosa são frequentes após os 40 anos e favorecidas pelas gravidezes. A prevenção passa pela marcha, pelo desporto e pelo evitar estar de pé durante muito tempo.
  • Em caso de varizes, de dores importantes nas pernas, consultar regularmente o médico a fim de tratar a tempo, seja medicamente, seja cirurgicamente.
    Visão
  • Vista cansada (dificuldade em ver ao perto) começa pelos 45 anos. Consultar o oftalmologista em caso de dificuldade de visão.
    Boca e dentes
  • Consultar anualmente o dentista.
    Respiração
  • Asma: a tosse crónica, a dificuldade respiratória, o cansaço e a pieira devem sugerir uma asma. Consultar o médico.
    Sexualidade e fertilidade
  • Tratar rapidamente toda a infecção vaginal.
  • Acautelar-se em termos de contracepção até à confirmação biológica da menopausa (a paragem das regras menstruais não é uma certeza de paragem da ovulação).
    Higiene de vida
  • Alimentação equilibrada: rica em frutos e legumes, em peixe. Regime pobre em açúcares de absorção rápida. Evitar o excesso de gorduras animais. Salgar pouco os alimentos.
  • Álcool: 1 a 6 copos de vinho, máximo, por semana.
  • Actividade física regular e adaptada: mínimo ideal, 30 minutos por dia.
  • Vacinações: Tétano, hepatite B, gripe. Em caso de viagens: hepatite A e B, febre tifóide, febre-amarela, etc. (de acordo com o destino e a indicação da consulta do viajante).

UNIÃO DE FREGUESIAS DE TAVARES

No passado dia 3 de dezembro, à noite, a população da freguesia de Tavares, foi presentada com uma bonita festa que teve como tema principal a ligação das luzes de Natal na Reta dos Cedros, entre Guimarães de Tavares e Chãs de Tavares, marcando assim o arranque na época natalícia.
O programa deste dia incluiu ainda música com a Banda Time, chocolate quente e churros e fogo de artifício.
Foram centenas as pessoas, da freguesia e do concelho, que se deslocaram ao recinto festivo, junto à EN16 e, em ambiente de animação e convivio, apreciaram o bonito e animado programa que a União de Freguesias tinha preparado.
A iluminação da Reta dos Cedros, mais uma vez ,e a exemplo do ano passado, volta a ganhar lugar de destaque nas iluminações do concelho, tornando-se local de passagem obrigatória nesta época festiva.