lendas, historietas e vivências

ALEXANDRE ALVES (2)

No número anterior recordei os primeiros passos da ACAB no início da década de oitenta e como nos foi útil a disponibilidade do nosso grande Amigo e conterrâneo Dr. Alexandre Alves para nos ajudar. Nas primeiras reuniões que se fizeram tentou-se organizar um plano coerente que nos permitisse desenvolver um trabalho de investigação bem estruturado, porque na verdade ao tempo o que por aqui se entendia por Património Cultural era quase uma novidade. Os conselhos e sugestões do nosso Amigo eram sempre uma base de trabalho sério e convincente para a nossa acção. Embora a definição de Património Cultural ainda estivesse pouco implantada a nível superior nos cursos de História já se ia abordando ainda que timidamente …os quarenta anos de ditadura foram um leque apertado em certas áreas do conhecimento. Mas, enfim, começamos o nosso trabalho organizando um plano de pesquisa sobre os testemunhos da actividade humana no concelho desde os mais longínquos ocupantes do território. Iríamos fazer incidir a nosso trabalho na visita aos locais onde se poderiam encontrar testemunhos em áreas tradicionais – tudo o que estivesse ligado ao trabalho do campo, á produção artesanal, aos hábitos no dia a dia nomeadamente os cantares populares e danças, os modos de vestir, a alimentação, etc. A unir a população desde tempos remotos tínhamos também a actividade religiosa e funerária com um sem número de itens de grande interesse. Cada freguesia albergava uma riqueza cultural “escondida” que a toda a hora precisámos dos conselhos do nosso Amigo. As fichas que ele havia criado desde a sua juventude com dados preciosos muito nos ajudaram. Acho mesmo que sem a sua preciosa colaboração e Saber, uma parte considerável dos conhecimentos continuaria apagada. No nosso plano de pesquisa estava obviamente a visita a todos os locais sinalizados em cada freguesia.
Programamos as nossas digressões para os sábados de quinze em quinze dias. Nós desejávamos a presença do nosso Amigo. Como é natural também ele tinha esse interesse, contudo não poderíamos esquecer que os anos de vida nos levam muita energia. Não podíamos abusar da sua boa vontade, embora procurássemos que as suas deslocações fossem sempre minoradas pela deslocação em automóvel até ao local a estudar fosse em povoações ou no campo. Foram batidas algumas centenas de quilómetros por todo o concelho. Aonde se fizesse uma descoberta preenchia-se uma ficha com todos os dados. Essas fichas foram arquivadas em pastas que se devem encontrar na sede da ACAB e já serviram para vários investigadores alargarem os seus conhecimentos em diversas matérias na área da História local e regional. Teremos de reconhecer que sem a disponibilidade do nosso Amigo Dr.ALEXANDRE ALVES o nosso trabalho ficaria muito aquém do desejado. Todas as homenagens que se lhe fizerem serão sempre poucas…Esta é a minha…