Arquivo mensal: Outubro 2020

EDITORIAL Nº 785 – 15/10/2020

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Os nossos emigrantes
Portugal este jardim à beira mar plantado foi sempre um país de emigrantes.
Com condições extraordinárias para receber os outros, leia-se turistas, nunca conseguiu criar condições para evitar que os seus, fossem pelo mundo procurar melhor vida.
A forte crise dos anos de 2011 a 2015 fez com que milhares de portugueses, jovens, entre os 15 e os 34 anos, com formação, muitos licenciados, abandonassem o pais.
Já não são os operários que anos antes emigraram!
São uma geração muito preparada a fazer muita falta no nosso desenvolvimento.
No entanto, últimamente, Portugal está a tornar-se mais atractivo para o regresso dos emigrantes. Para isso criou medidas de apoio ao seu regresso. Estes apoios são de 7.020 € por agregado familiar, mas se a sua fixação for no interior do país acresce mais 25% ou seja de 7.679€.
Têm também um regime fiscal mais favorável, com um desconto de 50% no IRS, linhas de crédito e apoios financeiros.
Este Programa “ Regressar” que arrancou em Julho de 2019 atingiu mais de 1.400 candidaturas e já apoia cerca de 800 pessoas.
Há um leve movimento no regresso dos portugueses. Uns regressam por motivos familiares, outros porque encontram trabalho compatível com as suas aptidões.
Os números indicam que regressaram do Reino Unido 19%, da França 17% e da Suiça 15%.
No caso especial da Suiça, crescem movimentos que defendem a suspensão do acordo com a União Europeia sobre a livre circulação de pessoas e o controlo total da política de imigração no País.
Declarações de portugueses nesse país, publicadas na Imprensa Nacional, dão conta que na Suiça há iniciativas que não ficam muito longe da xenofobia, que está em crescendo.
E acrescentam:- Os suiços gostam pouco de estrangeiros e frequentemente sente-se uma estigmatização excessiva. Às vezes com normas descriminatórias. Multas de trânsito graves, ou desemprego com baixa prolongada, podem fazer perigar a autorização de permanência, mesmo que o emigrante esteja lá há dezenas de anos.
Tudo isto faz pensar os emigrantes e muitas vezes os faz optar pelo regresso ao seu país de origem.
Por isso Portugal tem a obrigação de criar medidas atractivas para sensibilizar estes emigrantes e fomentar o seu regresso.
Não há nenhum emigrante que não tenha um sonho. E, “Os Sonhos não têm Pátria”!
Mas é em Portugal, onde estão as suas origens, a sua família, os filhos a crescer junto dos seus e a sua língua.
E como dizia Fernando Pessoa: - “ A minha Pátria é a língua Portuguesa”!

Vacinar para prevenir: um investimento para a Saúde!

Ana Cruz
Muitas são as doenças que são evitadas pela vacinação e em 2020 foram integradas mais 2 vacinas no Plano Nacional de Vacinação (PNV), sendo comumente conhecidas por vacina contra a meningite B e vacina contra o vírus do Papiloma Humano, ou HPV.
Cerca de mais de 14 doenças são contornadas graças à vacinação, gerando uma segurança individual e coletiva apenas conseguida pela vacinação! Ninguém, hoje em dia, conceberia ver um filho, ou uma avó sofrer de tétano (sofrimento atroz com contrações musculares\ espasmos que dificultava a abertura da boca e em última instância rigidez corporal que podiam formar um arco da coluna, recurvando a cabeça e calcanhares para trás e tronco para a frente) ou difteria (inchaço da garganta quase repentino acompanhado de tosse que muitas vezes finalizava em asfixia devido à obstrução das vias áreas), mas infelizmente muitas lágrimas correram devido à impotência de observar os familiares ou amigos chegados a perecer por estas doenças e outras que fazem parte da memória fatídica dos mais antigos.
Numa altura em que os serviços de saúde eram resumidos a um punhado de parteiras, curandeiras, médicos que se sacrificavam em tratar sem meios e que os hospitais estavam localizados nas cidades com difíceis acessos, não era inédito permanecer em casa com intuito de recuperar de uma mazela que se esperava fácil recuperação. Numa altura em que a morte fazia parte de um ciclo da vida e era aceite a sua inevitabilidade perante uma doença complicada. Numa altura que a tecnologia ainda estava embrionária na área da saúde, muito foi o sofrimento de quem era doente e de quem assistia, quer como cuidador quer como familiar ou amigo. Numa altura em que a espiritualidade era o conforto para chegar ao final, nunca se imaginaria que uma simples picada num braço poderia debelar tanta agonia e aflição. De fato, até considerariam desrespeitoso repudiar uma agulha que acautelava uma doença, perante os acontecimentos vividos por si e por outros. Iriam enfaticamente condenar quem diz: “Se a Teresinha não se portar bem leva uma pica”. Iriam corrigir furiosamente, dizendo: “Se meu Alfredo tive sido picado, ainda estaria cá hoje ao meu lado”
Desde o principio de outubro o PNV ficou mais completo, sendo de valorizar não só a diminuição da despesa dos pais – em média os custos das vacinas introduzidas variavam entre 60 a 95 euros!, cada injeção – como também associar a prevenção no Cancro do Colo do Útero através da vacinação dos rapazes nascidos a partir de 2009. O HPV é transmitido via contato dérmico, gerando verrugas ou “cravos”, podendo estas lesões evoluir para cancro nomeadamente na região oral e genital. Por existir uma grande incidência de cancro do útero nas mulheres, deu-se preferência à sua vacinação, no entanto tal só acontecerá se o parceiro for portador de HPV. Por isso previna o futuro da sua filha ou sua futura nora!

SANFONINAS

dr. jose
Aquele toque incessante…
Saboreava eu frugal pequeno-almoço. O Spike adormecera no chão, num respirar mui sereno. Aquele toque chamou-me a atenção no silêncio enorme da sala, que a serenidade exterior complementava. Nem um raminho do pitósporo bulia. Eram os segundos do relógio de parede. Um após outro, um após outro. Divertia-se o ponteiro, achei eu, a dar saltinhos a cada segundo que para mim deixara de existir.
Dei comigo a pensar nos monges de antigamente. Havia as Laudes, logo pela manhã. Se calhar, ainda há, nomeadamente em mosteiros de clausura. Laudes, o começo da jornada, a louvar a alegria de estar vivo, de ter um dia pela frente. Cantavam as Vésperas ao cair da tarde. Vinham depois as Completas, a concluir o ciclo diurno.
E lembrei-me do toque das ave-marias, a regular a labuta nos campos, do nascer ao pôr-do-sol, com a necessária pausa do meio-dia. Mesmo nos meios urbanos, os párocos fazem questão nesse toque das Trindades, como para lembrar que há tempo para além do tempo. Ao meio-dia, junta-se ao Angelus, em muitos sítios, o toque lancinante da sirene dos bombeiros. «Já é meio-dia, senhores?! Como o tempo passou depressa!».
Ainda bem se a sensação é essa – que, para idoso num lar sem visitas nem gente que o possa acarinhar, dar-lhe a mão, fazer-lhe uma carícia e ele a sentir-se ainda gente… para idoso assim, que martírio esse lento e taciturno escorrer monótono das horas, pautadas somente pelo ritual das refeições…
Tanto que tenho lido – e até escrito! – sobre o tempo, que, felizmente, desde moço me habituei a usar bem! No colégio, era meia-hora para as abluções matinais, dez minutos para o banho de chuveiro semanal, meia-hora para as ‘ocupações’… ‘Ocupações’: curioso nome dado às tarefas diárias, por que todos tinham de passar, a fim de perceberem como se faz.
Lembrei-me, por isso, do anúncio do filme «Mãe Fora, Dia Santo em Casa», de Ludovic Bernard, que começa com o pai a dizer à mulher que ela é uma felizarda, porque põe os putos na escola e fica livre o dia todo. Ela tira, portanto, dez dias de folga e a família fica… sem mãe! Coitado do senhor, que nem calculava a quantidade de voltas que uma «dona de casa» (!) tem de dar! E ia deitando fogo à casa, o pobrezinho!...

REFLEXÕES

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Património cultural (9)
Citânia da raposeira
Após a campanha de 1986 ficámos com dados suficientemente importantes para propormos a continuação das pesquisas no verão de 1987 nesta altura já na posse do levantamento topográfico da área dos três terrenos no seu todo. Assim pudemos fazer no papel sobre a planta uma quadrícula alargada que cobria quase toda aquela área de terreno arável. Com a prévia autorização dos três donos das parcelas, (esta foi sempre uma preocupação a ultrapassar), poderíamos fazer as sondagens em vários locais relativamente espaçados as quais nos poderiam proporcionar outros vestígios de estruturas que tivessem relação entre si e também com as que anteriormente foram interpretados como termas romanas. As quadrículas de 4x4metros eram marcadas no terreno usando cordão e cavilhas deixando entre elas faixas de 1 m designadas por banquetes, destinadas à circulação das pessoas que trabalhavam nas escavações bem como carros de mão utilizados no transporte das terras daí resultantes. É evidente que tratando-se de um trabalho de investigação tinha de obedecer aos preceitos técnicos em todos os momentos – escavação por camadas cujas terras eram minuciosamente observadas pois seriam elas que deveriam albergar os materiais resultantes das ocupações e abandonos do sítio, ao longo dos tempos, provavelmente alguns séculos antes de Cristo. Era por isso que antes do início da campanha todos os escavadores tinham que ser preparados e informados dos processos e cuidados necessários à detecção de qualquer pequena peça que se encontrasse na terra - fragmentos de objectos de uso doméstico, do trabalho no campo, ou das oficinas de produção de artefactos utilitários. Também poderiam aparecer moedas ou mesmo contas, pedras de materiais de enfeite-colares pulseiras, etc, etc – um sem número de vestígios importantes para a interpretação e conhecimento do local. Era também fundamental que ao longo da campanha se registassem todos os aspectos que seriam úteis para a elaboração do Relatório no qual ficava documentado com minúcia tudo o que ia acontecendo e as informações que se obtinham ao longo da escavação. Eram necessárias imagens fotográficas e desenhos focando todas as situações importantes para a interpretação duma determinada área que se descobrira. Tinham que se desenhar os cortes e plantas dos quadrados, bem como algumas das peças porventura encontradas, in situ. Eram muitas as tarefas para lá da orientação do trabalho de campo, mas surgiam sempre jovens ou técnicos de arqueologia que felizmente se ocupavam de algumas delas. A elaboração do Relatório a cargo da equipa orientadora era sempre bastante complexa, englobando a interpretação e descrição de todas as situações, as fotografias, os desenhos de campo e de algum material recolhido mais significativo. Digamos que depois do desgaste de um mês a orientar os trabalhos de escavação, sob um sol inclemente, havia ainda o trabalho de gabinete onde tudo tinha de ser reunido, estudado, descrito e enviado às entidades competentes.

IMAGINANDO

francisco cabral
PARTE 81
Continuando com as Lendas e Tradições da mística Sintra, vamos revelar a força da Fonte dos Noivados, localizada na Estrada Nova da Rainha, hoje  com o nome de Estrada Velha, que complementa o  caminho que liga Monserrate à Rua Fria de Colares e  já depois da localidade de Eugaria.
Entretanto e noutras circunstâncias, não deixava de ser interessante e segundo sua obra impressa em Madrid por D.José de Aldama Avala, no Compêndio Geografico-Estadístico de Portugal que mencionava este trajeto do seguinte modo:
“Um dos lugares mais charmosos (em Colares) é o chamado Tanque de Várzea e o Passeio dos Amores e as Praias e o Rio das Maçãs são muito procurados, todos locais de grande lazer, muito animados no verão pelos contínuos passeios a cavalo que os visitam”
Conta a Lenda, que na noite de S.João, as moças das redondezas, por volta da meia-noite se deslocavam àquele local e segundo a tradição, para alcançar o seu objetivo, que era encontrar um noivo. Para tal tinham que se lavar nessa fonte e posteriormente beber  a água que dela brotava.

IMAGINANDO for
Fonte dos Noivados

E o mais interessante, esta fonte era mesmo milagrosa.  Ao que se consta nenhuma das moças ficou por casar.
A lenda diz-nos ainda, que algumas dessas moças ao encontrarem o seu par ideal, numa emoção verdadeiramente forte, trocavam com o seu novo amado segredos íntimos e levados pelo amor permitiam alargar seus espartilhos, colando seus corpos ao novo amor. Unindo seus lábios húmidos, se refugiavam entre a vegetação, tornando-se nesse momento o verdadeiro casal para o resto de suas vidas.    

Quando a esmola é grande o pobre desconfia!

aida correia
O interior foi sempre o parente pobre, distante e esquecido pelo centro de decisão. A desertificação é ínevitável. Mais de metade do território português (52%) corre esse risco.
Um interior esquecido vai de certeza conduzir a um “ Portugal vazio”. Fecham serviços, lojas, bancos e o mais grave é ficarem vazios os bancos das escolas, que representam o nosso futuro.
Este deserto tem a ver com a falta de habitação, de empregos e de oportunidades. E, porque todos têm direito a uma vida melhor, partem para as grandes cidades, muitas vezes com a família atras e nunca mais voltam...
Mas, as grandes cidades têm uma vida agitada. A sociedade moderna, vive, hoje, numa grande pressão, numa ansiedade que torna as pessoas infelizes. É uma sociedade que “mata aos poucos”! Aqueles que podem, reagem e começam a fugir dos grandes centros populacionais. Dão a «última volta» à chave na cidade e partem para a aventura, na esperança de um futuro melhor, pelo menos, mais feliz.
Procuram aldeias do interior, às vezes abandonadas, tesouros escondidos, lugares de tanta história, tradições, de vida simples e calma. Aldeias atravessadas muitas vezes por pequenos rios, de águas mansas, correndo entre granitos arredondados e enegrecidos pelo tempo. É o interior de «água doce» oposto ao mar e ao litoral.
O rio e a natureza coexistem por vezes situados em serras por onde se sobe e desce por caminhos pedregosos, estreitos e de mil curvas. Serras a perder de vista, um novo mar!
Tesouros muitas vezes encontrados pelos estrangeiros que aproveitam toda esta riqueza que está ao abandono. E nós, distraidos, permitimos.
Casas abandonadas pelos que abalaram, de granito a dar-lhes personalidade e à espera de voltarem a ter vida. É isso que é preciso fazer ! Reconstruí-las, habitá-las e criar vida e riqueza. É preciso regressar ao ponto de partida, às velhas memórias que nos ajudam a perceber o que somos hoje e podemos ser amanhã.
Fagilde, uma aldeia do concelho de Mangualde, como tantas outras, cumpre com todos os requisitos para ser uma terra de futuro. Atravessada pela A25, um nó importante, servida pela N16, perto de duas grandes cidades, uma Barragem. Um futuro turístico.
Em tempos foi criado um “Movimento para o Interior”, mas inconsequente. Abre-se agora uma nova esperança: o “Plano Costa e Silva” a defender “mudar o interior”.
E porque a “esmola” desta vez é grande, tem que chegar para todos. E o que dizem e fazem os autarcas do interior? Por enquanto quase nada!
Mas podem e devem dizer e fazer muito. Criar benefícios fiscais, incrementar financiamentos e apoio na organização dos projectos. Desta forma pode ser criada uma economia/riqueza local, com menos burocracias.
Está na altura de salvar o nosso interior!

CONSULTÓRIO

dr. raul
AS BASES DO EQUILÍBRIO ALIMENTAR
No último número, a propósito da pandemia que estamos a viver, uma das medidas preconizadas no seu combate era o de levar uma vida saudável, em particular sob o ponto de vista alimentar.
Nesse sentido, vamos falar sobre o equilíbrio alimentar.
O Equilíbrio Alimentar repousa sobre:
- uma igualdade entre os gastos energéticos e a entrada de alimentos que trazem essa energia;
- uma boa repartição das proteínas, dos lípidos e dos glúcidos;
- e o esquecimento de um certo número de ideias feitas tais como “o pão faz engordar e, portanto, não devo comê-lo”.
A base do equilíbrio alimentar constrói-se do seguinte modo:
- tomando três refeições por dia;
- comendo de tudo, segundo o apetite;
- comendo somente quando se tem fome ou ainda tem fome;
- comendo somente quando se está sentado à mesa, com um prato, uma colher, um garfo, e uma faca;
- nunca comendo na rua;
- não comendo entre as refeições.
O movimento é essencial: devemos mexer-nos o máximo possível - quanto mais se fica imóvel, ou sentado, menos energia se gasta.
O desequilíbrio alimentar e o sedentarismo estão na origem do aumento de peso levando, passo a passo, à obesidade. E a obesidade é nociva à saúde.
Portanto, o desequilíbrio alimentar e o sedentarismo são nocivos à saúde.
Os alimentos devem ser bem repartidos.
Cada refeição deve conter:
Glúcidos – ou seja:
Pão – ao pequeno almoço, almoço e jantar;
Pastas, arroz, batatas, legumes secos – ao pequeno almoço e jantar.
A energia fornecida pelos glúcidos é rapidamente disponibilizada. É dispensada, em permanência, pelo corpo, apesar deste possuir reservas muitos escassas (200 a 300 g). Daí a necessidade importante dos glúcidos: 50 % das calorias diárias.
Lípidos - em quantidades limitadas:
- um alimento rico em lípidos somente a cada refeição;
- controlar os corpos gordos.
A energia fornecida pelos lípidos não é utilizada imediatamente, é armazenada no organismo, nas reservas do tecido adiposo. Ela é utilizada quando falta a energia glucídica: na sequência de um esforço longo (ténis, bicicleta, jogging, etc.) ou em caso de déficit global de energia (regimes hipocalóricos, jejum). As calorias fornecidas pelos lípidos devem corresponder, somente, a 30 a 35% do total.
Proteínas – as proteínas ao se degradarem quando são usadas, fornecem energia:
- um ou mais alimentos ricos em proteínas a cada refeição.
As proteínas devem ser responsáveis por 12 a 15% das calorias diárias.
Todo o equilíbrio alimentar assenta na assimilação, nas proporções precisas, de proteínas, glúcidos e lípidos, em função dos gastos energéticos.
A diversidade da alimentação é própria dos regimes equilibrados. A mobilidade completa esse equilíbrio. E, assim, estaremos melhor preparados para vencer esta longa batalha da pandemia.

Operação “Censos Sénior 2020”

Durante este mês de outubro, em todo o território nacional, a Guarda Nacional Republicana (GNR), no âmbito do Policiamento Comunitário, realiza mais uma edição da operação “Censos Sénior”, que visa identificar a população idosa, que vive sozinha, ou isolada, ou sozinha e isolada, através da atualização dos registos das edições anteriores.
Os militares da GNR estão a realizar um conjunto de ações de sensibilização, junto das pessoas idosas em situação vulnerável, privilegiando também os contatos com os que vivem sozinhos e/ou isolados, através de contactos pessoais, para que este público-alvo adote comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes, nomeadamente em situações de violência, de burla, furto e ainda para prevenir comportamentos de risco associados ao consumo de álcool, bem como para a adoção de medidas preventivas de propagação da pandemia COVID-19.
No decorrer da operação, os militares procedem ainda à divulgação dos programas “Apoio 65 – Idosos em Segurança” e “Residência Segura”, que permitem recolher os elementos necessários para a elaboração de um mapa, com a localização georreferenciada de todas as residências aderentes ao projeto. Esta identificação geográfica torna assim mais eficaz as ações de patrulhamento e a vigilância dos militares da GNR, traduzindo-se numa resposta policial mais célere.
Na edição de 2019 da operação “Censos Sénior”, a Guarda sinalizou 41.868 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, em razão da sua condição física, psicológica, ou outra que possa colocar a sua segurança em causa. As situações de maior vulnerabilidade foram reportadas às entidades competentes, sobretudo de apoio social, no sentido de fazer o seu acompanhamento futuro. No contexto atual de pandemia COVID-19 e em complemento de todas as ações que vêm sendo desencadeadas por todo o seu dispositivo, a Guarda tem estado particularmente atenta à evolução de determinados fenómenos criminais, visando sobretudo proteger os mais vulneráveis.
Desde 2011, ano em que foi realizada a primeira edição da Operação “Censos Sénior”, a Guarda tem vindo a atualizar a base de dados geográfica, então criada, proporcionando assim um melhor apoio à nossa população idosa, o que certamente contribui, por um lado, para a criação de um clima de maior confiança e de empatia entre os idosos e os militares da GNR e, por outro, para o aumento do seu sentimento de segurança.