Caro leitor,
De tudo que já tenho dito neste espaço, hoje é dos conteúdos mais particulares para mim, pois falarei de sensibilidades minhas e alheias às minhas. Já dizia o meu Pai, que Deus tem, que se a vida durar a tudo se chega. Este nosso concelho não é imune. Na freguesia da Freixiosa aconteceu um de muitos acontecimentos inesperados: o Pároco e os demais que também respondem em nome da Igreja, recusaram-se a fazer um funeral católico por falta de pagamento da côngrua no valor de 375€. Testemunho que assim foi e que a pessoa a rezar um simples Pai-Nosso foi o dono da funerária.
O falecido era um homem sobrevivente, que entre as muitas dificuldades que encarou se encontra também o ultramar. Nisto, pergunto, seria um pobre de espírito mas rico de bolso privado deste desrespeito tão rapidamente?
Em tudo mas essencialmente na morte deve-se ter e dar dignidade. Ensinamentos, julgamentos e provições, esses deveriam ser só em vida, já que a eles só a morte escaparia. Pois este Senhor já não se poderá defender, a não ser perante Deus. Será o mesmo que farão as pessoas que não lhe deram a última dignidade, apesar que lá encontrarão também aquelas que a deram…
O pastor mal rodeado, de quando em quando, afasta-se, distrai-se e abandona as suas ovelhas. Elas, como todos, vão indo sozinhas. Mas até Deus disse que para a última morada os mortos devem ser acompanhados. Estamos na quaresma e, nem relembrados, os intervenientes tiveram sensibilidade. Relembremo-nos também, que a Igreja não é Jesus Cristo ou Religião. A Igreja é dos homens e a mais ninguém pertence. E sendo o Homem falível, todas as suas estruturas o são.
Aceito que se pague o dízimo para que a igreja subsista e que contribuições sejam feitas em nome de quem as merece, porém, quando a Igreja dita um prejuízo por um lucro torna-se a ré do seu tribunal.
Um abraço amigo,