Arquivo diário: 1 de Julho de 2022

EDITORIAL Nº 825 – 1/7/2022

AS FÉRIAS
Chegou o Verão e entrou com cara de Inverno.
Mas, o tempo vai melhorar!
Decida-se, venha até aqui! Estamos mesmo no Coração de Portugal.
Natureza, Património Histórico, Cultural, Gastronomia e Vinhos de uma Região consagrada internacionalmente.
Este ano procure descobrir o Vale do Dão. Faça caminhadas pela natureza, prove as frutas, uma maçã de Bravo de Esmolfe, numa explosão de sumo e sabor, o mel, os queijos e os vinhos.
Todos estes produtos de grande qualidade dos solos graníticos e água pura do Planalto Beirão.
Aqui, nas margens do Dão, crescem os bagos das uvas que irão dar o Vinho do Dão, afamado e conhecido internacionalmente.
Terras fartas cujo Foral remonta ao início da nossa existência como País independente.
Para isso, guarde uns dias das suas férias para conhecer e descansar neste verdadeiro Paraíso.
Goze a natureza, faça caminhadas pelos trilhos pedestres, que os há para todos e para todos os gostos.
Um conselho para os de fora, mas também para os locais para assim melhor conhecerem a sua terra.
Junto do rio, há moinhos, velhos, de água, aldeias penduradas no rio, miradouros, autênticas varandas sobre o Dão.
Descobrir, conhecer muitas das riquezas escondidas deste Concelho de Mangualde.
Vá à Barragem de Fagilde, um lago tão azul como o céu! Desfrute de toda a sua beleza.
Depois, para descansar e comer, há restaurantes locais, lugares óptimos para aconchegar o estômago com comida caseira e regional.
E saborear um Vinho do Dão, único, fazendo um brinde à vida!
A maior Obra de Arte, a mais bela de todas, que com amor, queremos deixar aos nossos filhos e netos, é o Mundo!
Temos que salvar este Mundo, pois não temos outro. Preocupemo-nos com a Natureza, o Ambiente, o Ar puro que respiramos e a água cristalina que bebemos.
Para os Católicos foi Deus que criou o Mundo. E o Homem é uma criação de Deus.
As coisas são uma criação do Homem!
E o Homem não pode, não deve destruir o que foi criado por Deus!

Conselho: não adoeça em Agosto!!!


Todos nos orgulhamos em ser portugueses, das nossas praias, das nossas montanhas, das nossas tradições da nossa gastronomia mas quando temos de levar com a Diretora Geral de Saúde e com os nossos governantes, o nosso íntimo diz-nos que temos uma vergonha imensa em quem nos tutela.
No seu rol de conselhos maternais, a Diretora Geral de Saúde abordou a importância da climatização dos espaços fechados, de modo a dar “conforto térmico” e mostrou, mais uma vez, que tem consciência do País real. Um país onde a maior parte da população sufoca de calor nos meses quentes e tilinta de frio nos meses frios dentro das suas casas. Esqueceu apenas de referir a urgência de se retomar o “Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis” do Fundo Ambiental, mas de preferência através de um processo menos complexo, menos extenso e acessível a todos os portugueses. Quando a Senhora Diretora for de férias, deverá aparecer o senhor que nos aconselhou as compotas…ó valha-nos Deus!
Ao recordar que a “pior coisa” que pode acontecer é “adoecer em férias” e em agosto, mês que também não é bom para ter acidentes, doenças ou qualquer outra maleita, a Diretora Geral de Saúde, Graça Freitas expõe de uma forma ridícula e absurda as fragilidades do estado de quase falência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Por todo o país anunciam-se fechos e encerramentos temporários de cuidados básicos de saúde e não há ninguém que venha para a rua manifestar a sua indignação. É neste país com um povo adormecido e anestesiado pelo método socialista que o Estado mostra todo a sua incapacidade de nos governar e nos projetar um futuro sorridente, gerindo a desgraças do presente e culpando o passado, apesar de António Costa governar desde 2015!
E não é atirando dinheiro para cima dos problemas que se vai salvar o SNS, ou pelo menos garantir um SNS com qualidade razoável. A razão pela qual três milhões de portugueses trocaram a saúde gratuita pela paga é simples: a gestão privada na saúde esmagou a gestão pública. Cito Álvaro Almeida, ex-deputado do PSD e professor de Economia da Saúde “Não há nenhum gestor hospitalar no mundo que consiga gerir bem um hospital público. Os constrangimentos impostos pela má organização do sistema e as limitações resultantes do atual quadro político-jurídico impedem qualquer um, por muito competente que seja, de gerir bem.”
Ser português é um orgulho. Mas com este cenário, que é bem real, é caso para dizer: portugueses, neste verão, não saiam de casa, muito menos sonhem em ir para o estrangeiro comprando bilhete na TAP; façam um esforço para não ficarem doentes, nem ter acidentes. Já agora, façam turnos para ir a banhos, pois assim haverá mais espaço para jogar futebol ou raquetes no areal. Mas se tiver de ir de férias, não esqueçam que o melhor é irmos todos para Espanha e de carro, aproveitamos para atestar de combustível por lá, para deixarmos espaço aos estrangeiros, não vão eles adoecer por cá, e estejamos nós a atrapalhar!

CRISE DE ALIMENTAÇÃO


A guerra provocada pela Rússia contra a Ucrânia colocou vinte milhões de toneladas de trigo em risco de não poderem ser exportadas. Esta quantidade de trigo ucraniano foi bloqueada pelos navios russos no Mar Negro.
A Ucrânia desempenha um papel fundamental quanto ao fornecimento mundial de alimentos no que concerne especialmente aos mercados de cereais, trigo e óleo de girassol. Vários países, entre os quais Portugal, tiveram que encontrar um meio de obstar à falta destes produtos.
Tudo isto me trouxe à memória a descrição feita por Yuval Noah Harari acerca do Homo Sapiens, em História Breve da Humanidade. “A agricultura permitiu que as populações crescessem de forma tão radical e rápida, que nenhuma sociedade agrícola complexa conseguiria voltar a sustentar-se caso regressasse à caça e à recoleção”. Antes da transição para a agricultura, por volta de 10.000 a.C., a população era de cerca de 5 a 8 milhões de recolectores nómadas. No século I d. C. havia apenas 1 a 2 milhões de recolectores, sobretudo na Austrália, América e África, sendo um número irrisório quando comparado com os 250 milhões de agricultores de todo o Mundo.
Os excedentes alimentares dos camponeses alimentavam também os governantes e as elites. Esses excedentes “sustentavam a política, a guerra, a arte e a filosofia. Até à era moderna tardia, mais de 90 por cento dos humanos eram camponeses que se levantavam todas as manhãs para cultivar a terra com o suor dos seus rostos. O excedente que produziam alimentava a minoria que compunha as elites – reis, funcionários governamentais, soldados, sacerdotes, artistas e pensadores”.
Tempos houve em que os agricultores acreditavam nas histórias dos grandes deuses. Construíam templos para os deuses da sua preferência, ofereciam-lhes sacrifícios e pagavam-lhes em terras, dízimos e ofertas. Nas primeiras cidades da antiga Suméria, há cerca de 6000 anos, os templos eram centros de adoração e importantes núcleos políticos e económicos. Quer dizer, os deuses sumérios desempenhavam um papel equivalente ao das empresas modernas. Em cidades da antiguidade como Uruk, Lagash e Shurupak, na Mesopotâmia, os deuses funcionavam como empresas que detinham terras e escravos, cobravam empréstimos e pagavam salários.
Como os deuses eram imortais e não tinham herdeiros, iam acumulando cada vez mais bens. Um número de sumérios cada vez maior trabalhava para os deuses, pedia-lhes empréstimos e vivia em terras por eles arrendadas. As atividades diárias eram controladas pelos sacerdotes do templo. Estes, porém, sentiam dificuldade para se lembrarem de quais os bens que pertenciam a cada um dos deuses, de quais os empregados que já tinham recebido o salário e de quais os inquilinos que ainda tinham dívidas.
Estas dificuldades foram finalmente superadas, há cerca de 5000 anos, quando os sumérios inventaram a escrita e o dinheiro. Com a escrita cuneiforme, em placas de argila, tornaram possível a cobrança de impostos a milhares de pessoas.

lendas, historietas e vivências

FALANDO DE ARQUITECTURA “DOS NOSSOS DIAS”
Ando há largos tempos ensimesmada com uma questão que me está a trazer bastante desagrado. Eu, e tantos mais por este País, aqueles que defendemos as nossas antigas origens, povos cujo legado cultural ainda prevalece em locais do nosso território. Olhamos à nossa volta e acho que estamos a ser “informados”… deixem-se de tretas, o que lá vai, lá vai. Ou seja, não nos deixemos arrastar atrás de velharias, sejam de que espécie for…. isto sou eu a dizer “o que eles ou elas pensarão”… mas, quem serão estes ou estas?! Os “criadores”… e, peço desculpa a quem faz riscos horizontais, verticais, e paralelos…. sim, porque os oblíquos já nem se devem usar, dão trabalho a inclinar a régua e esquadro e segurá-los com o dedo polegar e o indicador, sobre uma folha de papel. Quanto às linhas curvas, e contracurvas… xiiiii…. nem pensar – então já viram pegar nessas engenhocas que são o compasso e o transferidor?!!!! Oh! Mas de que estou eu a falar?!…… Criar projectos sobre papel, pois então….! E que servirão (serviriam) de base a uma construção que, em princípio não deve cair, sejam casas, arranha céus, pontes, viadutos, túneis, etc., etc… Ah! Mas estava-me a esquecer dum facto importante – É que hoje já não se faz nada assim…. estes processos arcaicos já estão arrumados nas prateleiras do outro SABER e no seu lugar de estirador, secretária ou mesmo sobre os joelhos estão essas maquinetas maravilhosas que se chamam computadores. Pronto, tá tudo dito e feito…. Então, diga lá, como quer a casinha? Pequena, só de uma caixinha de sapatos? ou com duas caixas de sapatos….? Pois… quer muito simples, muito barata, sem barrotes, sem telhas… se calhar nem é preciso chaminé, agora nem se cozinha, vai tudo ao burguer… Ah! quer uma com 4 ou 5 caixas de sapatos sobrepostas….. Ui! essa já fica bem mais cara! Mas sim, podemos fazer umas deslocações giras de alto nível no traçado e até podemos abrir uns óculos com vidros acrílicos a lembrar um grande barco de cruzeiros. Ok!! Pode ficar descansado (a). Amanha já pode ver o boneco, pronto… isto, se não me avariar o computador. E se o terreno é plano, só é preciso abrir o saneamento e pra semana já tem a casinha de uma caixa de sapatos pronta….. Ora bolas!!!! Fiz este arrazoado para desanuviar do desconsolo que é deixar de ver a nossa bela ARQUITECTURA DO GRANDE ARQUITECTO RAÚL LINO ou semelhante, cujos exemplos se vêm por todo o País e de muitos outros arquitectos, que agora já são da velha guarda…. Mas valha-me Santo Deus peço aos criadores de riscos da nossa praça, vejam se conseguem fazer uma arquitectura mais encantadora… Pronto, já desabafei! Para a próxima talvez esteja mais optimista a lembrar os moinhos da minha terra.

Quando as pernas parecem uns troncos!


Antigamente as meninas prendadas eram educadas para serem recatadas e terem uma silhueta espartilhada tipo guitarra. De fato, ainda hoje uma cintura marcada é sinal de feminilidade - para além do evidente volume acima da cintura ser o sinal do desenvolvimento de uma garota para se tornar mulher. Recordo-me de uma colega que nas aulas de ginástica, com os seus meros 11 anos exibia orgulhosamente a “cinta” antes de iniciar a aula. Também me recordo dos movimentos tolhidos durante os exercícios e dos vergões na barriga e pernas, e penso até que houve aulas que não conseguia terminar por lhe faltar o ar e má disposição. Mas sempre dizia “A minha mãe diz que uma mulher sem cinta é uma desavergonhada!”, o que concluía que quem não usasse roupa para modelar\ apertar o corpo seria uma impudica! Este comportamento perdurou de tal forma que há mulheres que não conseguem deambular sem estarem enfaixadas dos pés à cabeça! Porque o primeiro impacto faz toda a diferença, a mulher sempre foi sujeita a uma exigência na sua aparência, sujeitando-se a cerimónias masoquistas para o bem da sua auto-estima massajada por elogios galantes do género masculino.
Infelizmente, as honras embevecidas não aliviam as pernas martirizadas pela pressão de uma boa cinta-de-esconder-as-vergonhas…. E assim é mais frequente os problemas circulatórios nas mulheres do que nos homens (o que não significa que não padeçam deste mal, mas as mulheres têm mais prevalência), devido à questão do vestuário apertado. No entanto os homens padecem de problemas circulatórios devido ao tipo de profissão que exercem (muitas horas de pé ou muitas horas sentado), ou excessos alimentares que promovem aumento de peso rápido, para além de consumo abusivo de bebidas alcoólicas. A questão de hereditariedade familiar também envolve o surgimento deste problema, para além da gravidez devido ao aumento de peso e sobrecarga circulatória durante esse estado de saúde.
Assim cada vez mais surgem as frases “Ai as minhas pernas parecem uns troncos!” ou “Parece que tenho uma fogueira nas pernas”, e lá se vislumbram umas pernas inchadas de cor arroxeada reluzente, que muitas vezes chegam a um ponto de inflamação que podem gerar tromboflebites (inflamação de uma veia devido á formação de coágulos\trombos que prejudicam e ás vezes chegam a impedir o fluxo do sangue). Se este é o seu caso ou conhece alguém nesta circunstância, não hesite em falar com o seu médico de família, porque antes desta pandemia já se sucumbia por uma simples embolia (oclusão de uma artéria) pulmonar. Cuide-se para prevenir muitas preocupações!

SANFONINAS

Os nossos bordões

– Não sei se sabes, mas no começo do século XX…
A frase chocou-me.
Inesperadamente.
Não me apercebera ainda de que, na boca de um entrevistado para um entrevistador, ela poderia significar de algum menosprezo. Inconsciente, claro!
Se o entrevistador fora pessoa sensível, teria razão para se melindrar e dar, até, uma resposta menos cordata. Não deu. E a conversa prosseguiu naturalmente.
Eu é que, enquanto saboreava a torrada com manteiga, dei comigo a pensar na quantidade de frases proferidas no quotidiano, susceptíveis de poderem ofender ou desagradar ao nosso interlocutor.
Não, já não falo do hã?! tão frequente em alguns dos nossos locutores a quem não houve o cuidado de ensinar os mecanismos da boa respiração radiofónica. Chateia-me ouvir; desculpo, embora não compreenda.
Também não refiro «O quê?» com que amiúde somos bombardeados. Está um grupo na conversa; chega alguém, e quer logo entrar: «O quê?». Como quem pergunta: «O que é que vocês estão para aí a dizer?». Apetece-me sempre responder: «Espera aí, homem, já compreendes!».
Volto à frase inicial, para referia duas outras passiveis de ofender.
Bordões lhes chamamos nós em linguagem. «Palavra ou frase que se repete inconscientemente na conversa ou na escrita», explica-me um dos meus dicionários e aponta, até, como etimologia, a palavra latina ‘burdo’, que significa ‘mula’, quiçá (informa-me outro) por ser outrora o muar o bordão habitual do peregrino… «Não sei se estás a ver», «Estás a perceber?…» – aí estão eles!
E, como se vê, a ignomínia da incapacidade de compreensão é atirada para o interlocutor, quando o mais cordato seria, por exemplo: «Estou a explicar-me bem?».
E agora pergunto eu: será que me expliquei?

Equilíbrio ou falta dele


Virus do passado, virus do presente, virus do futuro… Estamos todos fartos de virus!
O “virus” anda na boca de toda a gente, literalmente. É um inimigo invisível, o pior de todos.
Mas o que se está a passar? Será que sempre foi assim e é um efeito da comunicação social?
Ou os virus do passado, que estavam controlados, regressaram em força, juntando-se aos virus do presente que ainda estão em estudo e pior, dando origem a outros virus, ainda mais perigosos, que ainda não descobrimos que existem…?
Ele é varíola dos macacos, hepatite não sei o quê, o velhinho sarampo, o famoso covid, entre outros ilustres, quase desconhecidos como o ebola, o zika, o dengue, o chikungunya, a febre amarela,… Qual passadeira vermelha dos “Viróscares”.
O assunto é sério e está a ser estudado. Parece que o mundo reune atualmente características propícias à proliferação das doenças infecciosas. Recentemente foram anunciados sete factores principais que contribuem para este fenómeno:
1.A circulação de pessoas entre países, o aumento da mobilidade entre fronteiras, o contacto com outras culturas, a possibilidade de cruzar oceanos em poucas horas, facilitam a transmissão de agentes infecciosos para qualquer parte do mundo, mesmo antes de apresentarem qualquer sintoma.
2.A urbanização desenfreada assente em infraestruturas deficitárias, maus transportes, falta de saneamento básico e serviços de saúde incapazes, motivada pelo êxodo do mundo rural para as cidades. Esgotos não tratados a contaminar rios e nascentes, lixeiras a céu aberto e a acumulação de muitas pessoas em espaços exíguos.
3.As mudanças climáticas, com o aumento da temperatura média do planeta que é propícia à reprodução dos mosquitos transmissores de muitas doenças.
4.A alimentação à base de proteína animal, leva a criações em condições sanitárias por vezes inadequadas, em que os animais são mantidos em locais apertados, sem higiene e misturados com outras espécies. O local perfeito para um virus sofrer mutações e passar para os seres humanos.

  1. A destruição das reservas naturais e um maior contacto com zonas silvestres, desloca os animais e viabiliza o contato deles com outras espécies ou com os seres humanos. Os vírus, que antes estavam na natureza e conviviam em equilíbrio com os seus hospedeiros, passam para os humanos.
    6.A falta de vacinação, seja por insuficiência na produção farmacêutica ou por negacionismo. Doenças controladas pelo efeito da vacinação no passado, reaparecem em força, porque as pessoas deixam de dar a devida importância à imunização.
    7.As carências no serviços de saúde, no que respeita à falta de profissionais de saude e vigilância. A vigilância é fundamental para identificar e controlar pequenos surtos antes que assumam proporções descontroladas.
    Para além dos sete factores identificados, os avanços na medicina permitem uma maior capacidade de deteção e diagnóstico, e por isso conseguimos identificar muito mais doenças que antes eram desconhecidas. Especialistas dizem que surtos, epidemias e pandemias podem tornar-se mais frequentes nos proximos anos.
    Se ganharmos perspectiva e analisarmos a evolução do Mundo à distância de muitos milhões de anos, será o ecossistema a funcionar, na preparação do ciclo que se segue, lentamente, novamente à procura do equilíbrio alterado pela ação humana.

CONSULTÓRIO

A MELANCIA
HÁ QUEM DIGA QUE FAZ BEM E HÁ QUEM DIGA QUE FAZ MAL!
Ambos têm razão!
Por um lado, a MELANCIA FAZ BEM!
A melancia é praticamente água! Aproximadamente 94% do peso de uma melancia é água! O que constitui uma óptima fonte de hidratação em pleno Verão. E, ainda por cima, esta água é pura, não está contaminada, tem sabor, é pobre em calorias e rica em vitaminas e sais minerais!
A quantidade calórica da melancia é tão pobre que, cada 100 gramas, apenas fornece 30 Kcal., aproximadamente. O que não tem nada a ver com as mesmas 100 gramas de um bolo ou de um doce de colher que podem chegar às 500 Kcal.
Os que têm problemas com as gorduras têm, na melancia, uma forte aliada pois este fruto não tem qualquer forma de gordura, quer saturada, quer não saturada!
Além da grande quantidade de água que possui, e do pouco valor calórico, a melancia é, também, uma fonte de magnésio e de potássio, o que faz dela um excelente diurético, regulando a pressão arterial e, consequentemente, a manutenção da saúde cardiovascular.
A melancia também possui bons níveis de vitamina A, vitamina B6, vitamina C, cálcio e ferro.
A colina – um precursor da acetilcolina - presente na melancia ajuda a atenuar as consequências das inflamações crónicas.
Costuma dizer-se que o tomate é muito rico em licopenos – um antioxidante poderoso que ajuda a combater o mau colesterol – mas a quantidade de licopenos presentes na melancia ultrapassa a quantidade presente no tomate. Além do seu efeito sobre o mau colesterol este poderoso antioxidante protege igualmente a pele e o cabelo do sol, ajuda a reduzir a pressão arterial nos hipertensos e previne o cancro, nomeadamente o cancro da próstata! Também, os licopenos, em conjunto com os carotenóides e a vitamina C, também presentes na melancia, são importantes agentes na protecção celular estando relacionados com a redução do risco de certos tipos de cancro, quando associados a uma alimentação equilibrada.
A sua quantidade de água e as fibras, presentes na composição da melancia, aumentam o bolo fecal ajudando na regularização do trânsito intestinal.
A melancia contém, também, um outro aminoácido – a citrulina – que ajuda a reduzir a dor muscular.
Por outro lado, A MELANCIA PODE FAZER MAL!
Mas, se a melancia tem tantos benefícios para a saúde, o seu consumo exagerado pode ter dois riscos. Um respeita à ingestão exagerada de licopeno: de facto, consumir licopeno a mais pode causar náusea, diarreia, indigestão e inchaço abdominal. O outro risco respeita os níveis de potássio no sangue: na verdade, as pessoas que têm potássio a mais no sangue – hipercalcemia – devem reduzir o consumo desta fruta pois os níveis de potássio podem disparar com consequente alteração do ritmo cardíaco – arritmia – e até mesmo perda do controlo dos músculos.
EM CONCLUSÃO!
Sendo um fruto de Verão, a melancia, para além do seu sabor suave e adocicado, tem imensas vantagens no seu consumo: hidrata – porque é muito rica em água -, não leva ao aumento de peso – porque é pobre em calorias, não tem gordura e a quantidade de açúcar é mínima, - melhora o trânsito intestinal – porque, para além da água, também tem fibras que ajudam na formação do bolo fecal -, regula o sistema cardiovascular – devido à presença do potássio e do magnésio -, protege a pele, os cabelos, regula o mau colesterol, previne o cancro, atenua as dores musculares – graças ao licopeno, aos carotenóides, à citrulina…
Mas como não há bela sem senão o consumo exagerado de melancia pode prejudicar o sistema cardiovascular - com arritmias ou perda do controlo muscular-, ou causar náuseas, diarreia ou inchaço abdominal!
No meio termo, como sempre, está a virtude!