Quando as pernas parecem uns troncos!


Antigamente as meninas prendadas eram educadas para serem recatadas e terem uma silhueta espartilhada tipo guitarra. De fato, ainda hoje uma cintura marcada é sinal de feminilidade - para além do evidente volume acima da cintura ser o sinal do desenvolvimento de uma garota para se tornar mulher. Recordo-me de uma colega que nas aulas de ginástica, com os seus meros 11 anos exibia orgulhosamente a “cinta” antes de iniciar a aula. Também me recordo dos movimentos tolhidos durante os exercícios e dos vergões na barriga e pernas, e penso até que houve aulas que não conseguia terminar por lhe faltar o ar e má disposição. Mas sempre dizia “A minha mãe diz que uma mulher sem cinta é uma desavergonhada!”, o que concluía que quem não usasse roupa para modelar\ apertar o corpo seria uma impudica! Este comportamento perdurou de tal forma que há mulheres que não conseguem deambular sem estarem enfaixadas dos pés à cabeça! Porque o primeiro impacto faz toda a diferença, a mulher sempre foi sujeita a uma exigência na sua aparência, sujeitando-se a cerimónias masoquistas para o bem da sua auto-estima massajada por elogios galantes do género masculino.
Infelizmente, as honras embevecidas não aliviam as pernas martirizadas pela pressão de uma boa cinta-de-esconder-as-vergonhas…. E assim é mais frequente os problemas circulatórios nas mulheres do que nos homens (o que não significa que não padeçam deste mal, mas as mulheres têm mais prevalência), devido à questão do vestuário apertado. No entanto os homens padecem de problemas circulatórios devido ao tipo de profissão que exercem (muitas horas de pé ou muitas horas sentado), ou excessos alimentares que promovem aumento de peso rápido, para além de consumo abusivo de bebidas alcoólicas. A questão de hereditariedade familiar também envolve o surgimento deste problema, para além da gravidez devido ao aumento de peso e sobrecarga circulatória durante esse estado de saúde.
Assim cada vez mais surgem as frases “Ai as minhas pernas parecem uns troncos!” ou “Parece que tenho uma fogueira nas pernas”, e lá se vislumbram umas pernas inchadas de cor arroxeada reluzente, que muitas vezes chegam a um ponto de inflamação que podem gerar tromboflebites (inflamação de uma veia devido á formação de coágulos\trombos que prejudicam e ás vezes chegam a impedir o fluxo do sangue). Se este é o seu caso ou conhece alguém nesta circunstância, não hesite em falar com o seu médico de família, porque antes desta pandemia já se sucumbia por uma simples embolia (oclusão de uma artéria) pulmonar. Cuide-se para prevenir muitas preocupações!