ABRUNHOSA A VELHA

sr. julio
Acabado de chegar do meu café matinal, tomado num café da Povoação, verifico que a Televisão no programa de Cristina Ferreira, debate o problema da velhice, suas consequências e formas de encontrar soluções. Neste debate, entre outros, estava o Senhor Secretário de Estado da Segurança Social e o Senhor Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Porque é um tema, que nos toca a todos e nos deve preocupar, acompanhei com atenção o programa até ao fim. O problema dos Lares, é visto por alguns como lugares onde os idosos são depositados, antecipando-lhe a morte. Não é essa a perceção que tenho dessas Instituições, bem pelo contrário, muitos encontram ali o carinho e o afeto que nunca tiveram em suas casas. Sei que o ideal, seria termos condições para os manter nos seus Lares, como acontecia antigamente, mas os tempos mudaram, o paradigma é outro, hoje para sustentar a família, têm de trabalhar homem e mulher, e deixou de haver tempo para os idosos (ou melhor, o tempo necessário e que merecem), por isso há que criar condições, de forma a dar-lhes o conforto e dignidade que merecem, após uma vida de trabalho e sacrifícios. Ouvi o Sr. Secretário de Estado dizer que existe dinheiro para Lares e Residências Séniores, e aqui lembrei-me da nossa Freguesia, cuja Paróquia é detentora de uma propriedade, doada pela saudosa e grande Benemérita D. Lurdes Martins, situada numa zona privilegiada, de onde se vislumbram paisagens maravilhosas, equipada com um Palacete do início do século passado, onde à cerca de 10 anos, fizemos obras de requalificação, e criámos novas Instalações de Lavandaria e outras, cujos alicerces, foram executados de forma a suportar um ou mais Pisos (numa Direção Presidida pelo Sr Pe Cunha). Já lá funciona o Centro de Dia, e é feito Apoio Domiciliário, serviço prestado com grande qualidade, parabéns à Dra Ana e a todas as Funcionárias, mas se calhar está na hora de dar um novo passo, a nossa Freguesia, não pode ter por desígnio o fatalismo. Já perdemos muito, há que sair da zona de conforto, e aproveitar estas oportunidades. Parafrazeando Vinicius de Morais “do céu só cai chuva, o resto é luta”. Ninguém se deve pôr de fora, é uma situação que a todos diz respeito, mas quem tem mais responsabilidades, tem a obrigação de lutar. Um abraço a todos.