Brexit? Querem sair, então saiam… e depressa

frederico

Como todos sabemos, o Reino Unido, referendou a sua continuidade na União Europeia. Os resultados não foram, na minha ótica, os mais animadores. Contudo, mesmo não sendo um referendo vinculativo, os britânicos foram claros sobre o caminho que queriam para o seu país. Optaram por sair.
O Reino Unindo decidiu aderir à União Europeia decorria o ano de 1973, mas, com base na forte valorização da libra (moeda interna), sempre recusou fazer parte do processo da moeda única, assim como não aceito integrar o Acordo de Schengen. Mesmo assim, pela força da sua economia era um país muito importante no funcionamento da União Europeia. É certo que, sempre demonstrou não estar 100% imbuído no projeto europeu, mas a sua preponderância era, evidentemente, inegável.
Embora “venha escrito nos livros” que todas as negociações não devem ser feitas de cabeça quente, nem numa lógica de vingança permanente, tenho para mim que a vontade dos britânicos deve ser respeitada e aceite com a maior celeridade possível. Pode parecer um pouco duro e até bastante irreflexivo mas quem, como eu, é um europeísta convicto, não pode aceitar que agora se negoceie de forma medrosa a saída do Reino Unido. Se querem sair, devem sair o mais depressa possível e com isso acarretar todas as consequências das opções que tomaram. Deve ser assim, “sem panos quentes” ou qualquer outro tipo de contemplações. A União Europeia tem de tomar uma atitude de força, sem vacilar naquilo que são os seus verdadeiros interesses.
Para finalizar não posso deixar passar em claro a atitude populista e cobarde que David Cameron teve ao longo de todo este processo. Numa altura em que se sentiu apertado na campanha para as suas últimas eleições internas, prometeu a realização deste referendo, de forma a tentar cativar o voto do eleitorado mais radical. É certo que cumpriu o que prometeu. Contudo há promessas que não se devem fazer. Feito o referendo e conhecidos os resultados, pediu a demissão do cargo de Primeiro-Ministro numa clara opção pelo caminho da cobardia, deixando para os outros, a responsabilidade de lidar com a asneira (enormíssima) que cometeu.

Nota: não posso deixar de ficar alarmado com os últimos avisos, cada vez mais intensos, sobre a possibilidade de Portugal ter de pedir um novo resgate financeiro. Não é por falta de aviso, mas infelizmente para Portugal, sempre que esta gente assume as rédeas governativas do nosso país (com a agravante de serem agora reféns dos radicais de esquerda), as notícias são sempre tudo menos boas.