EDITORIAL Nº 734 – 1/7/2018

serafim tavares
Caro leitor
O Primeiro Ministro de Portugal culpou os professores de serem intransigentes para com o Governo, e agora diz que Portugal tem dificuldades e que não pode ceder às exigências dos mesmos. É por esta e por outras que alguns políticos têm cada vez menos crédito e que o povo diz, quiçá com alguma razão, que “a pia é a mesma, só voam as moscas”.
Quem não se recorda quando este Primeiro Ministro veio dizer que, com ele, Portugal seria outro. Que íamos ter tudo e um par de botas. Então vejamos quem é o responsável pelas exigências que agora vão sendo feitas. Ele próprio criou espectativas que agora se vê que não foram concretizadas. Ele próprio veio agora despertar os Portugueses para uma realidade que sentíamos e na qual não queríamos acreditar.
Entretanto chegou o verão e com ele chegou o medo de termos mais mortos, como no ano transato em que ultrapassaram uma centena. Em Portugal vigora o “salve-se quem puder”. A maior parte das pessoas vive por conta e risco próprio. Os benefícios acabam por ser apenas para alguns, sempre os mesmos, e os outros que se tramem. Há que pagar impostos em escalada que é para a pia não se esgotar.
Portugal está a ser governado no curto-prazo. Não se pensa no horizonte e derretem-se as carteiras dos portugueses em impostos, particularmente nos combustíveis, e é no mais profundo interior do país que as dificuldades aumentam, pois as pessoas forçosamente têm de se deslocar no seu transporte para os seus empregos, uma vez que transportes públicos nem sequer são discutidos por cá.
Quando há eleições dizem pomposamente que é preciso e importante combater todas as dificuldades, e repovoar o interior, mas ainda o povo não votou e já foi tudo esquecido. A única coisa que nos chega a troco são beijinhos, abraços e uma selfie.
Este governo aprendeu a governar com uma manta de retalhos, cobre de um lado e destapa do outro.
Com papas e bolos se enganam os tolos.
Um abraço amigo,