IMAGINANDO

francisco cabral
PARTE 78
Conta-se e segundo Vital Fontes, um previligiado de servir tanto a Monarquia como a República, que na sua primeira visita a Portugal e  ainda Príncipe de Gales, o Rei Eduardo VII de Inglaterra após vindo de Espanha duma visita a Afonso XII, foi recebido em Santa Apolónia e a esperá-lo num “coupé” amarelo, pelo nosso Rei D. Luis.
Durante a permenência em Portugal fez algumas viagens e segundo a tradição, incluiu Sintra no seu percurso.
Como herdeiro ao Trono e para que a visita tivesse algo de diferente, a Corte contratou um jerico a um aldeão, que se manifestou muito honrado quando soube que o animal iria ser montado pelo então Príncipe de Gales,  para o transportar até ao Palácio da Pena.
Durante o passeio o Monarca estava maravilhado, não só pela paisagem que Sintra oferecia mas também pelo jerico que montava, completamente almofadado para seu conforto e diferente do habitual.
Após o trajeto, Sua Magestade agradeceu este tipo de transporte e manifestou ao proprietário do Jerico a sua gratidão por ter disponibilizado o animal.
Acontece que o aldeão se sentiu tão honrado e vibrando de alegria na sua inocência, pediu permissão ao Monarca para dar ao Jerico o nome de “Príncipe de Gales”.
Quando este soube a intenção do aldeão ficou tão fulo, que ordenou aos seus súbditos a compra do animal por qualquer preço, manifestando “Que ninguém diga que monta o Príncipe de Gales”.
O proprietário  não compreendeu a atitude do Monarca. Só após uma breve explicação percebeu que tinha feito asneira e para não haver represálias,  lá vendeu o seu burrito por umas boas libras.
Foi assim que Eduardo VII se viu na condição de uma compra forçada.