Arquivo diário: 2 de Março de 2017

EDITORIAL Nº 703 – 1/3/2017

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Caro leitor
Há uns anos atrás veio a público pela comunicação social que havia corrupção no negócio do sangue, por meio da Octapharma, sendo que esta empresa contratou José Sócrates em Janeiro de 2013 como seu consultor para a América Latina. Estão de parabéns os autores desta investigação. O mesmo não acontece com a nossa jovem democracia. É impressionante ver como o polvo está no poder. Sai à rua e os tentáculos atingem instituições e industria. Amordaçam e degradam todos os setores. Mangualde não foge a este flagelo, a esta regra do poder político. São fiscalizações umas em cima de outras. Há que esmagar, amordaçar e atingir todos aqueles que de uma forma ou de outra são de outra cor e não estou a falar de racismo. Existe ainda uma frase dita em congresso por um grande político da nossa praça “quem se meter com o PS leva”. Onde está a nossa liberdade e a nossa democracia tanto apregoada.
Dizia Sá Carneiro, a política sem ética é uma vergonha. Ética na lealdade e na verdade, com que se tomam e apresentam decisões políticas e não só. Ética na humildade com que se assumem os resultados alcançados e infelizmente alguns políticos passam ao lado deste conceito.
O Ministro das Finanças mentiu no parlamento quando disse que não se tinha comprometido com António Domingos na dispensa de apresentação das declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional e o Primeiro Ministro veio em sua defesa em vez de se afirmar como Primeiro Ministro de todos os Portugueses – doa a quem doer – valha a verdade que estes posicionamentos não são novos no plano dos valores do Governo Socialista. Afinal de contas este Primeiro Ministro, sem ganhar eleições e este governo, são orgulhosos herdeiros da escola Sócrates.
O Presidente da República faz tudo pela geringonça. Falta saber se tem realmente sido bom para o País ou se se trata de meros golpes de publicidade enganosa.
Geringonça equivale a pouca estabilidade. Quem paga é sempre o Zé, como já é hábito. Os mercados assim o dizem. Custa saber que os sacrifícios que os Portugueses fizeram nos últimos anos estão novamente a ser esbanjados, enquanto se coloca de novo Portugal à beira do abismo. Quem vai aguentar tantos impostos? Quando poderemos viver se à data só nos têm permitido sobreviver?

Um abraço amigo,

CONSULTÓRIO

dr. raul
COMO SE MANTER EM FORMA DEPOIS DOS SESSENTA ANOS DE IDADE? - DORMIR, COMER E MEXER É A SOLUÇÃO!

O marco dos sessenta constitui a passagem para uma nova fase da vida: mais tempo livre, menos stress, mas, também, um corpo que pede para ser mais bem tratado.

O sono
Um bom sono é capital para a manutenção de uma boa qualidade de vida e terá sempre uma boa influência sobre o funcionamento do corpo. O ruído, a temperatura e a luz interferem tanto no sono dos adultos, como no das crianças.
As pessoas mais maduras de idade têm sono mais cedo e acordam, também, mais cedo.
Para dormir bem é preciso adoptar um ritmo de vida às novas necessidades; em contrapartida, durante o dia, devem manter-se ou reforçarem-se as actividades sociais, assim como sair à rua evitando ficar em casa todo o dia: a luz do dia tem uma importância muito importante sobre o nosso relógio biológico.

A alimentação
Com a idade, o metabolismo tem tendência a tornar-se mais lento e o apetite a diminuir. As pessoas mais idosas têm menos apetite e, tanto o gosto como o odor tornam-se menos apurados. Por isso, é importante que a alimentação se mantenha equilibrada, variada e de qualidade.
Os mais idosos têm, por exemplo, uma grande necessidade de proteínas. Estas, permitem construir os músculos e contribuem para a luta contra as infecções. Elas encontram-se na carne das aves, nos peixes, nos ovos, nos produtos leiteiros, mas também nas nozes e nas leguminosas, em particular na soja.
No que respeita às matérias gordas é preferível escolher as de origem vegetal. Ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares.
Os produtos à base de cereais completos oferecem glúcidos variados; estes tornam-se particularmente importantes nas pessoas de mais idade, porque ajudam a prevenir a obstipação ou prisão de ventre graças ao seu importante conteúdo em fibras, mas também porque são ricos em vitaminas e sais minerais.
A vitamina D é, também, um elemento essencial, porque ajuda na assimilação do cálcio, elemento importantíssimo para a prevenção da osteoporose. Encontra-se nos peixes gordos, mas pode também ser fabricada pelo próprio corpo se houver uma exposição suficiente à luz solar: daí a importância em ter actividades fora de casa.

A actividade física
Ficar activo e movimentar-se suficientemente é, talvez ainda, o método mais eficaz contra o envelhecimento. Utilizando os músculos, salvaguarda-se o bom desempenho das articulações e a solidez dos ossos. O movimento estimula o apetite, a digestão e diminui o “stress”. Graças à actividade desportiva a pessoa fica e sente-se melhor.
A actividade física é essencial para o coração e para prevenir as doenças cardiovasculares. É igualmente benéfica para o cérebro e participa na prevenção da doença de Alzheimer. A prática desportiva está recomendada na luta contra o cancro, nomeadamente na prevenção dos cancros do seio e do cólon.
Com efeito, para os seniores, fazer desporto é muito importante; mas é preciso fazê-lo com as devidas cautelas: um bom aquecimento prévio e dosear a intensidade do esforço. Durante o exercício deve prestar particular atenção à respiração e manter uma boa técnica. O esforço é importante, mas não se deve exagerar. Não aceite a dor como uma parte normal do desporto.
Talvez não seja má ideia começar por aconselhar-se junto do seu médico antes de iniciar qualquer actividade desportiva.
Em qualquer caso, uma prática ligeira e regular é sempre bem melhor que a prática de exercícios intensos, mas esporádicos.

E-mail: amaralmarques@gmail.com

IMAGINANDO

francisco cabral
Parte 9
Como Seres criativos que somos, hoje vou voltar aos meus tempos de criança (aliás nunca deixei de o Ser porque todos temos a criança em nós ) e contar uma história:
Imaginemos uma simples plantinha sintetizando,  com Raíz, Caule e Flôr.
Olho para ela e começo a pensar e até falar-lhe, questionando-me:
Minha querida, como tu és bela, surgiste da terra e não me apercebi da evolução até ao teu estado adulto. Como apareceste e cresceste sem eu dar por isso?
Aí, ela me respondeu: Sabes meu irmão, não vim do nada, algo me impulsionou e para chegar aqui muitos seres maravilhosos me ajudaram no percurso; tive intervenção Deles e, oriundos da Criação, trabalharam intensamente e ainda o fazem, para que me mantenham perfeita. Mas não é só um; são vários e como eu, também as florestas, cascatas,  rios e até os próprios metais e pedras que embelezam os vossos olhares, tiveram e mantêm a sua intervenção, porque eles não param e o amor que dedicam ao fruto de seu trabalho é constante. Tu quando criança, lias  nos teus livrinhos de histórias e com interesse, seres lindos como as Fadinhas, os Gnomos, os Duendes, os Silfos, Ondinas e muitos outros maravilhosos Seres Elementais, que com a sua varinha de condão transformavam tudo em beleza. São esses mesmos Elementais  que actuam em mim com o seu trabalho diário,  e transformam tudo em maravilha e tu chamas de Natureza. Mas ouve, eles não trabalham isoladamente; é em conjunto, porque cada um tem uma função e em sintonia com o Universo encontras a mais linda canção no silêncio  do nosso planeta. Como tudo foi criado com amor, um ser idealizou a minha Raíz, outro o Caule e ainda outro a Flôr e assim tens a resposta á tua pergunta.
Mas algo me entristece em vós humanos: Com tanta maravilha que esses mesmos Seres fizeram com amor, vocês estão destruindo o fruto do seu trabalho. Permitam-me que vos suplique; Parem com tão cruel atitude.
Posso fazer-te um pedido? Quando encontrares alguém igual a mim, não me tires desse local só para embelezar momentâneamente tua casa, porque foi o  escolhido para eu habitar e que com os outros no seu conjunto, encantam teus olhos. Tem a certeza que ao me tratares com Amor te retribuirei em dobro, porque minha  beleza é Deus sorrindo para ti.
Conversa comigo sempre que quiseres. Te ouvirei com muita atenção e partilharei do teu dia a dia. Viemos do mesmo Principio, por isso estamos em sintonia. Quando me olhares e vires que tudo em mim está perfeito, o que disseste foi do meu agrado.
Sempre una contigo.
A Plantinha
Um abraço com amizade
Meus emails para quem queira dialogar:
fjcabral44@sapo.pt ou  fjcabral44@hotmail.com

A PENA CAPITAL

DR, JORGE
Quem vê o filme intitulado “Silêncio”, de Martim Scorsese, não pode deixar de meditar sobre os perigos que os cristãos tiveram de enfrentar no Japão quando as forças do Shogun, no século XVII, torturavam os cristãos que pretendiam difundir o Cristianismo naquele País. Através de um sofrimento atroz procuravam levá-los à apostasia.
Sem querer imiscuir-me nas questões da fé que o filme principalmente suscita, não pude deixar de pensar também na violência dos castigos infligidos a quem não queria abjurar e de compará-los com as penas aplicadas noutros tempos.
Na verdade, essas formas de tortura fazem-nos recordar as penas que foram aplicadas aos delinquentes durante muitos séculos. Referimo-nos essencialmente à pena de morte sob as mais variadas formas, denominada também pena capital. A palavra capital tem origem no termo latino “capitalis” que significa “referente à cabeça”, em alusão à execução por decapitação, embora muitos outros modos de execução tenham sido imaginados.
A pena de morte foi adotada por quase todos os povos. Enquanto os Hebreus procediam à decapitação, em Atenas o condenado à morte era decapitado, estrangulado ou, na maior parte das vezes, obrigado a beber um veneno, a cicuta. Como é consabido, Sócrates (o filósofo grego) foi executado por este processo. Em Roma, além do enforcamento, existiu uma grande variedade de suplícios, os quais tinham alguma relação com os crimes perpetrados. Assim, o incendiário era queimado vivo, o parricida era cozido vivo num saco e depois lançado ao mar.
Em França, até à Revolução, aplicava-se a decapitação aos nobres, a forca aos plebeus, a fogueira aos feiticeiros, a roda, o esquartejamento, etc. A partir da Revolução, a única modalidade aplicada era a decapitação pela guilhotina. Este aparelho tinha armação de 4 metros de altura, no qual era suspensa uma lâmina losangular com cerca de 40 Kgs de peso, e foi inventado pelo médico francês Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), que considerava este método de execução mais humano que o enforcamento ou a decapitação com um machado. A guilhotina era, pelo menos, um modo de execução mais rápido e certeiro e, pela sua brevidade, causaria menos sofrimento.
A decapitação foi muito comum na Idade Média, constituindo ainda hoje a sanção aplicada, em alguns países, aos crimes sexuais como estupro, adultério, incesto e sodomia, assim como apostasia (renúncia formal à religião do Estado) nas nações islâmicas.
Séneca, na sua obra Cartas a Lucílio, refere-se a um tipo de desgraça que “ocorre entre grande alarido, faz a sua aparição entre armas, chamas, cadeias e bandos de feras treinadas para rasgar aos homens as entranhas”. E prossegue: “imagina, neste momento, o cárcere, as cruzes, os cavaletes, os ganchos, o pau que atravessa todo o corpo e acaba por sair pela boca, os carros lançados em direções opostas que despedaçam os membros, a célebre túnica revestida e entretecida de matérias inflamáveis e tudo o mais que a crueldade foi ainda capaz de inventar”. Os ganchos referidos eram os que se usavam para arrastar os corpos dos supliciados até junto às Gemoniae scale “as escadas dos gemidos”, de onde depois eram lançados ao Tibre.
Muitos foram, na verdade, os processos de execução inventados, entre os quais destacaremos:
Enforcamento, serrote, cadeira elétrica, fogueira, roda, estrangulamento, empalamento, esfolamento, inanição, mesa de esventramento, afogamento, apedrejamento, arrancamento de membros, câmara de gás, enfossamento, esmagamento, flechas, fuzilamento, injeção letal, perfuração do ventre, precipitação de um monte, retalhamento, vergastação, etc.
Como facilmente se verifica, os métodos de execução eram, uns mais do que outros, de requintada barbárie. Certamente repugnavam a muitas pessoas, as quais se foram insurgindo contra a pena de morte.
Em Portugal foi criada uma comissão de legislação que emitiu parecer no sentido de que “pôr o cadáver do justiçado sobre o cadáver do assassinado não ressuscita este nem aperfeiçoa aquele. As lágrimas da família do assassinado não se enxugam com as lágrimas da família do justiçado, nem com todo o sangue dele. Vingança não é justiça. A sociedade não aproveita com juntar-se uma morte a outra morte. A justiça ofende-se tanto com a primeira como com a segunda”.
Foi com o movimento liberal que se caminhou no sentido da sua resolução definitiva. Na Constituição de 1822 proclamava-se a abolição das penas cruéis e infamantes, mas nada se dizia acerca da pena de morte. Porém, a Reforma Judiciária de 1832 introduziu a possibilidade de recurso à clemência régia.
A pena de morte para os crimes políticos veio finalmente a ser abolida em 1852, em Ato Adicional à Carta Constitucional de 5 de Julho, sancionado por D. Maria II.
Em 1867, por proposta do Ministro da Justiça, Augusto César Barjona de Freitas, Professor de Direito na Universidade de Coimbra, foi abolida a pena de morte para os crimes civis, exceto por traição durante a guerra. Em 1911 foi abolida para todos os crimes incluindo os militares. Em 1916 foi readmitida a pena de morte por traição em tempo de guerra, mas em 1976 a abolição passou a ser total.

Hoje, o café teve de esperar!

dr. jose
Hoje, 25, o sábado acordou nublado, pardacento. Sem sol, a contrariar o dito popular. Eu trouxera para baixo, do pequeno-almoço, a malga onde, ao longo da semana, fôramos acumulando migalhas e espalhara-as por sobre a lioz do murete poente do jardim, sob a buganvília, ora ainda parca de flores, e junto ao jasmim, que promete ser alvacento festival florido na semana que aí vem.
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Inesperada companhia
Não esperávamos, porém, ter um almoço assim.
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Saboroso, o «bife à cavaleiro», muito mal passado, como recomendáramos à Paula; mas o inesperado foi a companhia. É que eles descobriram, nessa altura, as migalhas espalhadas pelo murete e foi um encanto de ver! O casal de rolas à compita, quem debica mais. Por entre elas, quase a medo, o pardal. E digo «o», porque se me afigura ser sempre o mesmo que nos visita. A janela da cozinha onde almoçamos dá para esse lado do jardim e pudemos, por isso, apreciar o vaivém. O pisco, de papo alaranjado, já nosso conhecido de há muito, veio juntar-se-lhes e aproveitava uma distracção dos outros para ir também debicar. E veio o melro, mais altivo, mais desconfiado, este com algumas penas brancas no pescoço que quase nos fez desconfiar se seria melro mesmo; mas era, com o bico amarelo e o ar apresentado no debicar, ao contrário dos outros, mais familiarizados com o ambiente, que debicavam de mansinho, na certeza de que, àquela hora, ninguém viria pôr carros na praceta e incomodar-lhes o repasto. Do que eu gostei mais desta vez foi da toutinegra: comeu, saltitou de ramo em ramo, como fizera o pisco e foi-se até ao bebedouro do canteiro. Bebericou e – zás! – atirou-se lá para dentro, saracoteando-se toda. Subiu para um tronco, sacudiu-se e, de novo, foi prá água!...
Gostámos, confesso, da companhia, neste privilegiado princípio de tarde calma, sem barulho de carros na avenida nem sirenes de ambulâncias. A serenidade.

Sim, o café teve de esperar…
… porque o Alta Definição era com um gigante que muito estimamos: Ruy de Carvalho.
Conversa tranquila, como Daniel de Oliveira sabe manter. A evocação de uma vida onde as dificuldades não faltaram, mas a esperança sobrou; onde a ternura, a boa disposição, o respeito total pelos outros foram semeando – continuam a semear!... – simpatia a jorros.
E hoje, a poucos dias de completar 90 anos, Ruy de Carvalho foi mais uma lição e, tranquilamente, ia-nos dando conta do que foi, do que é, do que ainda espera continuar a ser…

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«Amar é envelhecermos juntos».
«É sempre o amor que nos salva».
«Gostava de poder semear a doença do bem e do final da dor».
«Todos os anos passo o dia da minha morte».
«Como gostava que me lembrassem? ‒ ‘Que o Ruy foi realmente útil quando cá passou!’»…
Só largos momentos após a resposta à pergunta sacramental «O que é que dizem os seus olhos?», é que nos apercebemos de que ainda não bebêramos o café!...
José d’Encarnação

SANFONINAS

dr. jose
O espremedor de sumos
Já percebi que me não posso dar ao luxo de ter tudo à mão de semear. É bonito ter os vários dicionários a jeito para só virar a cadeira e pegas num e fica a dúvida resolvida. Ou então, já tens prática de ir ao Google, sabes usá-lo com perícia e são critério e tens tudo à distância de um clique. Podes, por conseguinte, passar a manhãzinha sentado diante do ecrã do computador (já mudaste de óculos, para não cansar a vista…), sem teres de te levantar para ir à prateleira buscar o cartapácio, que, aliás, o Google também já fez o favor de digitalizar para ti e a ele acedes, por isso, num ápice.
És capaz de, ao levantares-te para o almoço, sentir assim como que um tolher de pernas, a necessidade de te espreguiçar, mas dizes logo que isso passa. Passa hoje, passa amanhã, passa semanas a fio. E, de um momento para o outro, ai que tenho de ir para o ginásio, que já não me aguento bem nas pernas!...
Temos, na verdade, nós, os escritores, a vida bem simplificada, mormente se soubermos lançar mão a todos os recursos que o dia-a-dia nos oferece, desde que, repita-se, se não descure o físico, o movimento até à estante, o esticar as pernas durante uns dez minutos para ver – nós, os burgueses… – se o jardim está mais florido ou se as lagartas andam por i ou se o sr. Baltazar (o cágado) decidiu já hibernar ou quer comida…
Deu-me para aqui, hoje, amigo leitor, e peço desculpa, porque necessito de lhe dizer que é bem verdade aquele aforismo que reza assim: «Aprender até morrer!». E eu, esta semana, aprendi duas coisas – e depois chamei-me de estúpido.
Primeira: esqueci-me da palavra-passe para aceder às mensagens do telefone fixo; não a apontara em sítio nenhum e já estava a dizer para comigo: «Ora, se precisarem de mim, voltam a telefonar e escuso-me de me ralar. Acabaram-se as mensagens!». Levanto-me e olho para o miserável do telefone e leio, escarrapachado a branco sobre o negro, com todas as letras: MENSAGENS. Para as ouvir, bastava carregar na tecla! Tenho o aparelho há anos e lá estava eu sempre a discar o código!
Segunda: gosto de beber, pela manhã, o meu sumo de laranja natural. Teoricamente, o espremedor tem quatro ventosas na base, que o mantêm quietinho e eu, com mãos ambas, acaricio a metade da laranja até nada lhe restar senão a casca. Aconteceu, porém, que as ventosas entraram em greve e o espremedor deu em dançar e eu a aborrecer-me com a dança. Até que descobri: agarra-me no espremedor com uma das mãos e espreme a meia-laranja com a outra, daáã!... Fácil, não é? Demorei anos a descobrir! Como, só agora que as cruzes começam a dizer que existem, é que lembro do exercício físico e da vantagem de ir vasculhar as estantes de quando em vez!

UMA QUESTÃO DE SAÚDE

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Alimentação no Idoso
Na pessoa idosa, um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade condicionando a qualidade de vida. A desnutrição é muitas vezes subdiagnosticada, por ser confundida com sinais de envelhecimento, pelo que o seu reconhecimento precoce é fundamental para uma correção adequada e atempada.
Há vários fatores que podem dificultar a alimentação nesta idade, desde logo as condições habitacionais, os rendimentos e o acesso à compra de alimentos frescos e de qualidade; o estado emocional e cognitivo do idoso, nomeadamente no caso de demência ou depressão; dificuldades na mastigação, paladar ou na deglutição, falta de apetite; e por último, não menos importante, a falta de conhecimentos acerca das regras de uma alimentação saudável, frequentemente baseada em hábitos, cultura e crenças, por vezes erradas. Ora é neste ponto que tentaremos intervir hoje com a redação deste artigo, que esperamos que seja esclarecedor.
Nesta faixa etária as necessidades energéticas poderão eventualmente diminuir, devido a um decréscimo da atividade física e da consequente redução da massa muscular. No entanto, as necessidades em macro e micronutrientes (vitaminas e minerais) aumentam e as necessidades proteicas também podem aumentar, de forma que é fundamental introduzir alimentos ricos e densos nutricionalmente:
• Fruta e hortícolas;
• Cereais pouco refinados;
• Laticínios com baixo teor de gordura;
• Marisco, carne magra, aves e peixe;
• Leguminosas;
• Ovos;
• Frutos oleaginosos.
Uma adequada ingestão proteica (ovos, carne, peixe, marisco) evita a perda muscular, enfraquecimento ósseo e imunitário e ajuda na cicatrização de feridas.
A ingestão de fibra (sementes, hortícolas, fruta) é importante porque diminui a prisão de ventre e o colesterol, mas por outro lado uma ingestão excessiva comporta risco de flatulência e défices na absorção de ferro.
O ferro é um elemento de destaque na terceira idade, pela prevalência de anemia. Há que evitá-la ingerindo carne vermelha ou fígado uma vez por semana e evitando fazer sobremesas láteas (sobremesas com leite, iogurte ou queijo), porque diminuem a absorção do ferro acabado de ingerir.
Os défices de vitamina B12 e ácido fólico, com consequências neurológicas, evitam-se comendo carne e hortícolas, respetivamente.
À vitamina D, dedicaremos uma outra edição desta rubrica.
E eis mais algumas dicas:
• Não omitir refeições, evitando estar mais de 3h30 sem comer;
• As refeições devem ser pouco volumosas e facilmente digeríveis;
• Adaptar a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades ao mastigar e engolir (cozinhar bem os cereais e tubérculos, misturar com líquidos (sopas, purés), optar por fruta mais madura ou sumos naturais, preferir cozidos, estufados, picados e desfiados, demolhar bem as leguminosas e triturá-las com varinha);
• Preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas, texturas e aromas;
• Fazer as refeições com companhia, sempre que possível, e num ambiente calmo e agradável;
• Experimentar novos alimentos e novas receitas evitando consumir enlatados e pré- confecionados;
• Utilizar ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar os cozinhados (evitando o excesso de sal), de forma a melhorar o sabor dos alimentos, minimizando assim as consequências da diminuição do paladar;
• Beber água regularmente (mínimo 1,5L/dia), mesmo não sentindo sede. A menor perceção da sensação de sede é bastante frequente nas pessoas idosas e determina um elevado risco para a desidratação;
• Moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas;
• Preparar mais quantidade em cada refeição e dividir em porções para congelar em recipientes individuais para outras ocasiões;
• Comprar pouca quantidade de alimentos de cada vez. Por exemplo, na compra de fruta comprar uma peça madura, uma média e uma verde;
• Confecionar bem os alimentos (ovos, carnes, peixe e marisco), para evitar toxinfeções alimentares;
• Lavar corretamente e desinfetar frutos e hortícolas antes do seu consumo;
• Dar uma caminhada antes das refeições para estimular o apetite e estar atento às alterações do mesmo.
Assim estimando a sua saúde!
Achou útil? Não se esqueça de ir espreitando a nossa página no Facebook® “Uma questão de saúde”. Sugira temas, faça perguntas. Estamos ao vosso dispor, para esclarecimentos.

Fonte: Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia “Alimentação no Ciclo de Vida, Alimentação na pessoas idosa”, Colecção E-books APN | N.º 31 1 de Outubro de 2013 | Dia Internacional das Pessoas Idosas

gnr Operação “Carnaval 2017”

O Comando Territorial Viseu, no decorrer da Operação, entre os dias 24 a 28 de fevereiro e, comparativamente a igual período de 2016, registaram-se:

• 45 acidentes (menos 1);
• Zero mortos (igual);
• 2 feridos graves (mais 2);
• 19 feridos leves (menos 2).

Dos cerca de 686 condutores fiscalizados (mais 276 do que na Operação “Carnaval 2016”), foram registadas neste período as seguinte infrações:
• 55 por excesso de velocidade (menos 94);
• 31 por condução sob a influência do álcool (mais 15) [11 detidos com taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l (mais 7)];
• 6 pela incorreta ou não utilização do cinto de segurança (menos 4);
• 12 por utilização indevida do telemóvel durante a condução (mais 7).