Arquivo mensal: Abril 2020

Biblioteca Municipal de Mangualde faz Empréstimo e Entrega de Livros em Casa

As circunstâncias atuais de isolamento social devido ao Coronavírus, obrigaram a Biblioteca Municipal de Mangualde a encerrar as suas portas e a repensar os seus serviços, de forma a manter-se próxima dos seus utilizadores. Assim, no passado dia 24 de março, foi lançado o projeto “Estamos Contigo”, utilizando o Facebook para promover diversas atividades que vão desde momentos de leitura, horas do conto, sugestões de leitura, rubricas de História Local e desafios, entre outros, promovendo desta forma os seus diversos recursos.
Também, no âmbito deste projeto, a Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves continua esta política de proximidade e de luta contra o isolamento, tendo começado no passado dia 16 de abril a efetuar empréstimo e entregas de livros ao domicílio a todos aqueles que, por motivos de confinamento social e impossibilidade de se deslocarem, não têm acesso à informação e aos documentos.
Os leitores da Biblioteca Municipal de Mangualde poderão fazer a requisição das obras pretendidas em sua casa, partindo da consulta do catálogo da Biblioteca Municipal disponível em https://catalogobmm.cmmangualde.pt/

UNIÃO DE FREGUESIAS DE TAVARES DISTRIBUIU KITS DE PROTEÇÃO PORTA A PORTA

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Numa ação louvável, a União de Freguesias de Tavares foi pioneira na distribuição de Kits com produtos de proteção contra o COVID19.
O kit inclui gel desinfetante, viseira, máscaras, luvas e um folheto com informações úteis.
Em declarações à comunicação social, Alexandre Constantino, Presidente da União de Freguesias de Tavares, destacou o trabalho realizado por voluntários para a elaboração destes kits. “Estes Kits foram possíveis porque tivemos muitos voluntários que, em casa, foram costurando as máscaras. Alguns deles ajudaram-nos a construir as viseiras e só assim foi possível fazer a distribuição numa freguesia tão grande como a nossa, porque senão teríamos custos absurdos e conseguiríamos atingir quase metade do orçamento da freguesia”.
Segundo Alexandre Constantino, um kit normal custaria cerca de 20 euros cada e com esta ajuda, foram produzidos 900 kits.
Para o autarca, o grande objetivo é não se registar qualquer infetado ou vitima mortal na freguesia mas, salienta ainda que o combate à pandemia não depende apenas da União de Freguesias, mas sim do esforço de todos.
Depois da União de Freguesias de Tavares, outras freguesias têm vindo, também, a criar material de proteção e a entregar aos seus fregueses, particularmente luvas e máscaras.
Nesta luta, também particulares e empresas se unem e dão o seu apoio. Um grupo de pessoas, duma freguesia do concelho, uniu-se e costurou 200 batas cirúrgicas que ofereceu ao Centro Hospitalar Tondela – Viseu. De salientar que todo o material foi criado pela a generosidade das pessoas.

DIRETOR DAS ESCOLAS DE MANGUALDE, ENGº AGNELO FIGUEIREDO, EM ENTREVISTA AO RENASCIMENTO

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Tendo em conta a atual situação consequência da epidemia provocada pelo virús COVID19, o ano letivo foi interrompido a duas semanas do final do 2º período. O estado de emergência sob o qual se encontra o país ditou que o 3º período fosse realizado à distância. Esta situação, trouxe uma nova realidade para todos, escolas, alunos, pais... Todos tiveram que se adaptar e usar da melhor forma possivel os meios disponíveis para que o ano letivo 2019/2020 chegue ao fim.
Para conhecermos um pouco melhor esta realidade, trocamos algumas palavras com o Diretor do Agrupamento de Escolas de Mangualde, Engº Agnelo Figueiredo que deixou alguns esclarecimentos sobre esta situação.

RENASCIMENTO - O encerramento do Agrupamento de Escolas de Mangualde, determinado pela publicação do D.L.Nº10-a/2020 de Março, foi de alguma forma uma situação de gestão, conte-nos a sua experiência como Diretor.
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Tratou-se de uma determinação superior que exigiu de nós todos uma especial atenção. Foi preciso mudar, de um dia para outro, de um sistema de ensino “presencial” para um “a distância”. Nem tudo correu na perfeição, porque a generalidade dos professores não estava preparada. Para muito foi um verdadeiro choque. Todavia, a nossa escola já tem algum “lastro” no ensino a distância, uma vez que desde há 4 anos que somos escola piloto do Ensino Secundário Recorrente a Distância. Assim, já dispúnhamos de um naipe de professores familiarizados com a tecnologia aplicável, o que tornou mais fácil a propagação da aprendizagem de novas competências pelos outros.

REN. - As avaliações aos alunos, aconteceram no segundo momento de avaliação/2ºperíodo. Como é elas se processaram? Os alunos e os Encarregados de Educação tiveram acesso a elas?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - A avaliação dos alunos decorreu, pode dizer-se, com toda a normalidade; quase como se não houvesse Estado de Emergência, a menos do facto de as reuniões dos Conselhos de Turma se terem realizado a distância. As informações da avaliação foram comunicadas aos pais através da nossa plataforma informática de gestão de alunos. De facto, todos os pais dispõem de um acesso personalizado às informações relativas aos seus filhos, podendo consultar as avaliações periodais, naturalmente, mas também as classificações nos diversos instrumentos – testes, trabalhos, oralidade, etc. – e ainda entradas e saídas das escolas, consumos no bufete, refeições, apoios, enfim, tudo o que diz respeito à vida escolar dos alunos.

REN. - Os Encarregados de Educação de Educação, neste período, têm levantado questões, como é que têm atuado?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Na sua esmagadora maioria, os pais que nos contactam vêm elogiar a forma abnegada e profissional como todos, professores, funcionários e direção, se estão a empenhar para que os alunos sejam o menos prejudicados que for possível nesta singular conjuntura.

REN. - No tocante à laboração interna da instituição escolar que dirige, qual é o modelo de trabalho que está e irá a continuar a desenvolver com os professores, técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais.
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Seguindo as instruções da tutela e da Direção Geral de Saúde, houve a preocupação de ter a presença física do mínimo possível de trabalhadores, embora as nossas grandes unidades não tenham encerrado. Não recebem alunos, mas estão ao serviço da comunidade. Os serviços administrativos estão a funcionar e eu próprio todos os dias estou no meu local de trabalho. Os professores e os nossos técnicos superiores trabalham, praticamente todos, a partir de casa, embora existam casos em que trabalham nas escolas.

REN. - No seguimento do que tem acontecido, na sua opinião de gestor educativo, qual será a viabilidade do modelo de ensino à distância, com base na TVEscola/Estudo em casa, que o governo implementou no 3ºperíodo, que teve início (hoje) dia 20 de Abril?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Esta iniciativa do Governo tem for finalidade não deixar completamente isolados os alunos que não dispõem de equipamento informático e ligação à Internet, mas têm televisão. Ainda é cedo para ter opinião fechada sobre a produtividade desta iniciativa, para além de uma constatação que já se pode fazer e que é a da diminuição da desigualdade. No entanto, numa primeira observação, não me parece que alguns minutos semanais de cada disciplina possam ter um efeito apreciável no domínio da aprendizagem. Isto é, os alunos aprendem nas aulas normais a distância lecionadas pelos nossos professores, complementando com o programa da televisão, e não o contrário.

REN. - Segundo as medidas do governo, os alunos do ensino secundário -11º e 12ºanos--irão regressar à escola, a partir do mês de maio, como é que prevê esta situação?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Ainda não se sabe se esse regresso à escola será uma realidade. Espero bem que sim, porque precisamos de retomar a atividade do país, e a escola poderá dar um sinal importante. Por outro lado, as aulas presenciais que haverá são apenas às disciplinas que têm exames nacionais que se possam constituir como provas de ingresso no Ensino Superior, isto é, aquelas que mais preocupam os alunos e os pais. As outras disciplinas continuarão com ensino a distância. Na nossa escola temos tudo preparado para re-arrancar, incluindo novos horários. Efetivamente, como forma de minimizar as possibilidades de contágio, não haverá bufete nem refeitório. As aulas serão apenas no período da manhã. Por isso, os alunos terão de levar um pequeno lanche para o meio da manhã e irão almoçar a casa. Para além disso, as turmas maiores serão divididas, exatamente para garantir o afastamento social. Resumindo, estou muito otimista quanto a esse eventual regresso à quase normalidade.

REN. - E com os alunos, no seu todo, o que é que lhes está a propor, como gestor educativo, no seu espaço motivacional e, mesmo, comunicacional, para enfrentarem a nova situação pedagógica, aulas por televisão, com apoio da escola, neste 3ºPeríodo?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - As aulas por televisão, como já disse, são uma pequeníssima parte do que estamos a fazer, note-se. A minha preocupação principal tem sido a de não deixar que os alunos se sintam abandonados, cada um em sua casa. É por isso que tenho escrito regularmente aos alunos – utilizando o email institucional que criámos para cada um, incluindo as crianças do pré-escolar – dando-lhes carinho e palavras de incentivo ao trabalho, ao estudo, a manterem-se ativos. É muito importante manter os alunos estimulados, acompanhados e incentivados a contactarem os seus professores e colegas.

REN. - A finalizar, Senhor Diretor do Agrupamento de Escolas de Mangualde, qual é a sua perceção, a pessoal, sobre a funcionalidade pedagógica desta instituição, na situação da emergência, provocada pelo coronavírus, e renovada em períodos sucessivos?
ENGº AGNELO FIGUEIREDO -Quando olho para outras escolas que conheço, vejo que em Mangualde estamos no pelotão da frente. Só não estamos ainda mais porque temos alguns alunos que não têm equipamentos. Afligem-me, sobretudo, os que estão nos 11.º e 12.º anos e têm exames a fazer, sem que tenham hipóteses de irem acompanhando as aulas a distância. É certo que já emprestámos dezenas de equipamentos a alunos, mas ainda não colmatámos todas as necessidades. Nesse sentido, estou a trabalhar com a Câmara Municipal no sentido de dotar 50 alunos de um router 4G e um pequeno portátil, com prioridade para os dos anos mais avançados. Estamos no bom caminho.

REN. - Em ultimo, pedíamos-lhe que apresentasse alguma questão, a que gostaria de responder, e que por nós foi omissa ou alguma outra consideração que julgue importante esclarecer.
ENGº AGNELO FIGUEIREDO - Quero aproveitar para agradecer, por um lado, à maioria dos professores que, pese embora enfrentem uma situação para a qual não estavam preparados, se aplicaram para adquirir novas competências e as estão a aplicar, e, por outro, aos pais; os pais têm tido uma postura de grande cumplicidade com a escola, o que facilita o trabalho de ambos. Pais e professores do mesmo lado deveria ser uma constante em qualquer altura.