De Fagilde, para o mundo

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No passado dia 31 de agosto, no jornal da noite da estação de televisão SIC, com repetição no jornal das 13:00 do dia 01 de setembro, foi possível ver representado o nosso concelho, Mangualde.
Incluído no telejornal, o programa “Olhá Festa” é, quanto a mim, um excelente exemplo de divulgação de tradições, de hábitos, de romarias e pequenos festejos que se realizam por esse Portugal.
Sítios e locais menos habituados à exposição nos meios de comunicação social, com pouca visibilidade a nível nacional e internacional, têm ali a possibilidade de se mostrarem, de exibirem a sua cultura, as suas memórias.
O tempo de antena reduzido, apenas permitiu mostrar um pedaço pequeno de toda a riqueza cultural e festiva que as terras de Azurara têm para oferecer.
Foi com prazer, que o Rancho Folclórico os Rouxinóis do Dão de Fagilde, recebeu o convite para fazer a encenação de uma desfolhada à moda antiga, desta vez para ser filmada e exibida ao mundo. (Relembro que já no ano passado, este grupo levou a cabo esta encenação, apenas para fins de convívio entre os elementos.)
O avivar de memórias, o recriar hábitos perdidos, o ajuntamento de pessoas que transformavam a arte dura de cultivar a terra em festa, em animação, para que essa mesma arte se tornasse mais leve, foi ali representado.
Depois de transmitida na televisão, inúmeros foram os contactos dos nossos emigrantes que, entretanto já regressaram ao país de acolhimento e de migrantes espalhados pelo país.
Era notória a satisfação expressada, ao verem a sua terra natal, ao recordarem tempos antigos e que já não voltam.
Foi assim que o concelho de Mangualde e as suas gentes se mostraram ao mundo, gente trabalhadora, que sabe receber, que acompanha os tempos e que não esquece. Que guarda o que é bom e perpétua no tempo, que eterniza na memória dos mais novos e solidifica na memória dos mais velhos.
Que a boa disposição nunca falte, que as nossas tradições não se percam num tempo que corre rápido de mais, com afazeres supérfluos que nos isolam do mundo, onde o convívio nas ruas, nos campos ou em romarias, foi absorvido por convívios banais e fugazes.
Como diria o grande Zeca Afonso há mais de 4 décadas, “o que faz falta é animar a malta…o que faz falta é acordar a malta”, apesar de um contexto politico diferente, continua a ser importante promover o convívio e a animação, para que a sociedade não mergulhe numa espiral depressiva, repetitiva e antissocial, sem retorno.

S.S