CONSULTÓRIO

dr. raul
O SEU FILHO FAZ XIXI NA CAMA? QUAIS AS REPERCUSSÕES SOBRE AS CRIANÇAS?
A enurese nocturna ou o xixi na cama nas crianças com mais de 5 anos é um fenómeno que atinge um número apreciável de meninos e meninas.
Esta condição leva, tanto na criança, como na família, a perturbações da vida social, tanto escolar como familiar, daí a importância de despistar esta afecção, permitindo e assegurando às crianças afectadas que exprimam as suas dificuldades.
As consequências da enurese nocturna
A enurese nocturna designa a emissão inconsciente de urina durante o sono em crianças com mais de 5 anos. Uma criança em cada dez, entre os cinco e os dez anos, sofre de enurese. Os rapazes são mais afectados que as meninas.
Esta afecção atinge na maioria dos casos crianças de boa saúde, não tendo qualquer doença renal, urinária ou neurológica. Mas, as repercussões são tais que a enurese deve ser despistada e tratada e não escondida ou deixada na sombra.
As medidas a tomar assentam sobre uma higiene de vida que implica a motivação e a participação activa da criança (diminuir a quantidade de bebidas à noite, passagens regulares pela casa de banho durante o dia e várias vezes antes do deitar, participação na mudança dos lençóis, estabelecimento de um horário miccional...).
Se necessário pode programar-se um alarme ou preconizar-se um tratamento.
A enurese provoca sofrimento infantil
Duas em cada três crianças têm vergonha da sua doença. Por isso, muitos recusam ir dormir a casa de amigos ou de os receber na sua, ou ir para uma colónia de férias, ou mesmo ir para casa de familiares.
Muitos pensam que a sua doença é um problema e uma carga para os pais.
Cerca de um terço destas crianças sofrem problemas de atenção na escola, assim como dificuldades de aprendizagem escolar.
Um terço sente fadiga matinal.
As repercussões podem-se perpetuar até à adolescência.
Que medidas tomar?
A enurese não é um problema que possa ficar ou ser resolvido no seio da família.
Não se resolve com ralhos, castigos ou qualquer tipo de penalização.
Quando os pais se apercebem do problema devem comunicar com o seu médico ou recorrerem ao pediatra que os aconselhará sobre a melhor solução.
As medidas a tomar vão desde a aplicação das já acima enunciadas, à prescrição de medicamentos adequados, à passagem por um psicólogo ou, mesmo, um pedo-psiquiatra.

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