EDITORIAL Nº 764 – 1/11/2019

patrao
Caro leitor,
Em altura de eleições todos os problemas do País vêm ao de cima. Nestas últimas eleições o maior foco foi o ambiente e a desertificação.
Sabemos que em Portugal, 60% da população vive na orla costeira. Em Lisboa 2,8 milhões de pessoas e no Porto 1,7 milhões. Ora se aqui se concentra o maior número de habitantes, logo é aqui que se produz a maior riqueza do nosso país. E esta bola de neve não pára. Cada um procura a melhor forma de viver e ser feliz. Um dia perguntei a um amigo como era viver em Lisboa em relação a Mangualde. A resposta dele foi rápida e concisa “Em Lisboa é tudo mais: ganha-se mais, caminha-se mais, corre-se mais, come-se mais e gasta-se mais. Mas ar puro é cá em cima em Mangualde”.
Já vivi no Algarve, em Portimão, e já tive casa na praia. Ainda tenho património à beira-mar, mas não tem este ar puro de Mangualde. É aqui que sou feliz. Viver no interior não é, nem tem de ser, uma fatalidade.
É claro que não há respostas simples, e não podemos cair na tentação de adoptar perspectivas redutoras, leiam-se negativas. Sabemos que os diagnósticos estão feitos e que existem mecanismos de estima à fixação de pessoas no interior pois estamos a 100Kms do nosso mar; 100 de Espanha; 280 Kms de Lisboa; 170 do Porto e 450 de Madrid. Mas é neste interior que nós nos queixamos e tem de haver coesão territorial, económica e social e olharmos para as questões demográficas. É imperativo termos em conta o elemento fundamental e fundador de origem: as pessoas.
Só há renovação dos recursos, preservação e integridade territorial se houver capital humano. Mais, já digo há algum tempo, é urgente e importante o emparcelamento de terras, assim com belgas e arretos não há fixação de pessoas.

Um abraço amigo,