Pouco dinheiro e muito medo

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A oportunidade do Interior
A crise sanitária vai ficar entre nós nos próximos tempos. Revolucionou o mundo e temos que nos habituar a conviver o melhor possível com ela.
As relações entre os países, no que se refere a ligações aéreas e terrestres são quase inexistentes. Os aeroportos estão limitados ao mínimo. No aeroporto do Porto, o tráfico aéreo está reduzido a quatro voos diários. Balcões encerrados, lojas fechadas, um espaço deserto, quase um “local fantasma”, onde ainda há pouco circulavam milhares de pessoas por dia. E, na Europa, o cenário é igual.
Um recente estudo revela que os portugueses este ano apostam em gozar as suas férias cá dentro, em Portugal.
Ainda há uma grande resistência em voltar aos restaurantes, cafés e transportes. Só 38% estão dispostos a frequentar restaurantes, mas 48% recusam fazê-lo.
Desde que se iniciou a abertura de certas actividades, a que mais rápidamente se adaptou foram os cabeleireiros. Além do desejo de estar com os familiares, conviver cara a cara, o segundo, a actividade que mais saudades suscitou foi o cabeleireiro. Até eu fui cortar o cabelo logo no primeiro dia de abertura.
A ida à praia também é problemática. Apesar do calor que se aproxima e da atracção do mar, só 43% dos portugueses desejam ir à praia. E 32% não pretendem iniciar a época balnear. Querem evitar os ajuntamentos e uma certa irracionalidade de certas pessoas e grupos. E está na mente de muitos alterar os horários de frequência para evitar aglomerações e prevenir o contágio.
Esta rejeição é maior no Norte do País com 38%. É que, por incrível que pareça, 91% dos portugueses cumpriram à risca as regras de confinamento em Março e Abril.
A maior parte dos portugueses inquiridos no estudo sobre as suas férias evita fazer marcações antecipadas. Mas, uma coisa é certa, 50% dos portugueses vai fazer férias em território nacional. Porque férias, própriamente ditas só são encaradas para 2021.
Cerca de 25% dos portugueses não vai fazer férias, fora de casa, este ano. E é a atracção da praia e do mar que mais atraiem; e só 27% pretendem trocá-la pelo campo.
Quanto a bares e discotecas as decisões são mais problemáticas. Só 10% pensam frequentá-las. E ir a estádios de futebol só 9% dos inquiridos quer ver um jogo sentado nas bancadas.
Não há dúvidas de que o vírus mudou o país e as mentalidades e tirou a normalidade das nossas vidas.
A falta de afectos, o não poder estar com a família, com os amigos, o convívio social, os beijos e os abraços, um forte aperto de mão, reduziu em 37% o sentimento de felicidade das pessoas.
Apesar de tudo isto, o Turismo de Portugal lança uma campanha de 10 milhões de euros para promover o destino de Portugal.
Esta crise, que afecta a economia nacional e de que maneira, menos receitas, mais desemprego, terá de servir para corrigir certos erros do passado.
O excesso no alojamento, principalmente o Alojamento Local, provocou a especulação imobiliária e o despovoamento dos Centros Históricos. Agora este tipo de alojamento, sem clientes, está a virar-se e bem para aluguer de longa duração.
É preciso o regresso aos Centros Históricos dos Serviços Públicos, dos moradores e do comércio menos dirigido para os turistas. A postar no turismo de maior qualidade, que quer dizer, menos turistas e melhores turistas, com mais capacidade económica.
Apostar e apoiar o pequeno comércio. Apostar no produto português, ajudar a economia nacional. E convencermo-nos que nos próximos anos não vamos ter a mesma actividade turística.
Por último abre-se aqui uma grande oportunidade para o turismo no interior do país.
São destinos de baixa densidade, de natureza, ar livre e que neste momento têm a preferência dos mais sensatos dos portugueses.
Destinos com História, Cultura, Monumentos, Paisagem e com grande oferta Gastronómica.
Procure conhecer o que de melhor existe em Portugal. Procure degustar os nossos melhores vinhos de mesa, os queijos, os requeijões, as frutas, os enchidos, tudo natural e português.
Aproveite a vida que é bem curta!