EDITORIAL Nº 779 – 1/7/2020

DIRETOR
Stonehenge, no Reino Unido, constitui-se como uma construção megalítica de pedras, que espera o nascer do sol todos dias, há 5 mil anos. Segundo os especialistas, Stonehenge foi construído em três períodos distintos com objetivos de observação astronómica e religiosa. Estas observações permitem indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. O solstício de verão de 2020 ocorreu no dia 20 de junho, sábado, pelas 22h 43m. A 21 de junho o sol nasceu em perfeita exatidão com a pedra angular de Stonehenge. Este ano o solstício de verão foi transmitido em direto de Stonehenge pela televisão.
O solstício de verão marca o início desta estação, período quente com os dias mais longos do ano. O verão é o período do ano que as pessoas, de uma forma geral, destinam para o gozo das suas férias anuais. O verão permite o repouso, e a consumação de rituais típicos intrínsecos a este período. Este ritual anual, que se repete todos os anos, expressa uma necessidade de abertura do homem e da mulher com a sua realidade social. Os festejos, religiosos e não religiosos, praticados nesse período refletem uma necessidade orgânica, psicológica e mesmo social de abertura com o mundo.
Há a possibilidade conjugada de um ritual natural, que se repete para executar a descarga da tensão emocional acumulada nos outros períodos do ano. As festas, as férias e outras práticas, realizadas neste período, marcam essa significância, a de libertar uma tensão, com base numa renovação de atividades, que permitam adquirir, com o relaxe efetuado, uma maior frescura nas relações humanas que são assumidas. A frescura de espírito, que acontece no período de verão, permite lidar com mais facilidade com as dificuldades e exigências do nosso dia-a-dia.
Stonehenge está em conjugação com um ritual anual, que tem o seu auge no solstício de Verão. O dia mais longo do ano. Há, aqui, uma dupla significação: a religiosa e a astronómica. A primeira permitiria aos povos do megalítico a realização e respostas para as suas dúvidas; a segunda constituir-se-ia como necessidade de compensar afetos, ganhar compensações de segurança. Passados cinco mil anos, Stonehenge continua não só a marcar a necessidade de procurar responder à dúvida, à necessidade de produzir um novo conhecimento, como também a necessidade de manter os rituais de afeto que se expressam nas crenças religiosas, sociais e pessoais.
Hoje, o solstício de verão, em conjugação com Stonehenge, tem que marcar, assim, uma necessidade de um novo conhecimento, que nos permita lidar com facilidade, com as novas adversidades e adquirir novos rituais de afeto, numa situação de prevenção da pandemia do século, o COVID-19.