Diplomata, Jurista, Escritor
Não se pode falar de Mangualde nos últimos 100 anos, sem falar no Jornal Renascimento.
O Jornal Renascimento, desde 1927, data da sua publicação, até aos nossos dias, acompanhou a par e passo todos os grandes acontecimentos, do País e mormente de Mangualde. A grande maioria das figuras que se destacaram neste Concelho, foram notícia, pelos seus feitos e muitas vezes colaboradores assíduos, com as suas Crónicas, algumas das quais de grande qualidade, versando a História desta terra.
Assim aconteceu com o Dr. Alexandre Alves, colaborador deste Jornal, onde teve a possibilidade de apresentar os seus trabalhos históricos.
Assim também com outra grande figura, Valentim da Silva, que hoje recordamos.
Valentim Augusto da Silva, nasceu na cidade do Porto em 11 de Novembro de 1875.
Reinava em Portugal El-Rei D. Luís I.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1898. Adoptou Mangualde como terra do coração, onde abre banca de advogado e casa com D.ª Aurora Póvoas da Silva. Com a implantação da República em 1910, é escolhido para o primeiro Administrador do Concelho. Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia.
Concorre à carreira diplomática em 1919 tendo servido nas Legações de Portugal em Paris, Berlim, Viena de Áustria, Roma, Londres e como Encarregado de Negócios no Rio de Janeiro.
Uma carreira diplomática exercida com a maior distinção. Foi Oficial da Ordem Militar de Cristo, Oficial da Coroa de Itália, Cavaleiro da Legião de Honra de França.
Aristocrata de maneiras, 17.º neto de El-Rei de Portugal D. Afonso III, mantinha na sua residência o Brazão da família.
Era possuidor de uma larga cultura humanista, autor de laboriosos e eruditos trabalhos, de investigação histórica. Dedicou vários trabalhos ao Concelho de Mangualde, terra de seu pai e de seus avós paternos. Destaca-se a monografia “ Concelho de Mangualde” uma referência para o estudo do nosso património.
Faleceu em Mangualde em 11 de Novembro 1947.
O Jornal Renascimento, dirigido pelo seu criador, Proprietário e Director, Dr. José Henrique Pereira Júnior, em reconhecimento pela ilustre figura e pelas inúmeras Crónicas que publicou durante a sua vida neste Jornal, prestou-lhe na sua morte a mais digna e sentida homenagem em número especial.
Morrem os Grandes Homens, mas ficam para sempre as suas Obras!...
A.F.