Dr. Amândio Marques


Advogado, Escritor, Investigador

Amândio Pessoa Ferreira Marques nasceu em Mangualde, em 3 de Julho de 1903, numa casa ao lado da Câmara Municipal, no Largo, onde hoje funciona um café esplanada.
Licenciou-se em Direito, na velha Universidade de Coimbra, onde se torna um famoso guitarrista. Em 1920, faz dupla com o seu futuro cunhado, Carlos Leal, médico e são autores do fado, “A Canção das Rendilheiras de Vila do Conde”, um bonito fado e em voga nessa época. Carlos Leal, natural de Vila do Conde é conhecido como o “Rouxinol do Ave”. Mais tarde faz casa em S. Cosmado, onde passava as suas férias. Têm vários discos gravados, com fados e canções.
Amândio Marques é uma figura ligada ao Jornal Renascimento e ao seu Proprietário e Director Dr. José Pereira Júnior. Aí escrevia regularmente as suas Crónicas. Dos livros que publicou, “Gil Vicente Beirão, nasceu em Guimarães de Tavares” e “ Onde nasceu Pedro Álvares Cabral?” são motivo de grande polémica que durante muitas edições incendiou os espíritos que defendiam com unhas e dentes outras teorias.
O Jornal Renascimento era o palco da contenda. Entusiasmou muita gente.
Amândio Marques, ligado ao Grupo de Estudos Brasileiros no Porto, escreveu o livro “Portugal Atlântico-Brasil”, focando aspectos do Brasil e da vida social brasileira, que mereceu ser galardoado pelo Governo Brasileiro com a atribuição das Insígnias do Grau de Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
No Prefácio desse livro, publicado em 1965, escreveu:- “ Por Amor a Portugal, Por Amor ao Brasil”.
A Casa da Roda, onde nasceu seu pai, Dr. José Marques era o seu refúgio nas férias da Páscoa e de Verão, onde confraternizava com os amigos e altas figuras da política nacional e local.
Foi um dos entusiastas da fundação da Casa da Beira Alta, no Porto, Associação Cultural e Recreativa, que leva mais de 60 anos de existência. Foi durante muito tempo Presidente da Assembleia Geral.
Advogado no Porto durante muitas dezenas de anos era um dos grandes especialista em Inquilinato, muito considerado por Juizes, Magistrados e Colegas.
Faleceu no Porto em 1987. O Jornal Renascimento não esquece aqueles que durante anos foram amigos e colaboradores dedicados. E, por isso reconhece e evoca a memória do Dr. Amândio Marques.
“…O mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral – uma espécie de sacerdócio. Exercitem-no os que podem e sabem, porque não o fazer, é um crime”. (palavras do Grande Alexandre Herculano)
A.F.