5G – O saque ao nosso futuro


O meu avô nasceu em Penela da Beira, concelho de Penedono. Fez-se a si com sacrifício porque era um homem capaz. Criou amizades duradouras porque era um homem de valores.
Escrevo-vos porque reconheço na vossa terra, minha por afinidade, os mesmos valores de trabalho, de palavra, de reconhecimento do mérito, de respeito pelas conquistas de cada um em que me revejo. Escrevo-vos para pedir a vossa indignação.
Pelos vistos ainda há pessoas em Portugal que acham que podem atropelar todos estes valores para cumprir desígnios populistas. É o caso do regulador das telecomunicações que quer expropriar os operadores existentes dos investimentos que fizeram e dos que querem fazer, e de que muito precisamos, a benefício a “sua verdade” infundada de que precisamos de mais concorrência mesmo que isso atropele tudo e todos.
Para quem ainda não tem noção – e é normal porque o tema é complexo e respeita ao nosso futuro – o 5G (a quinta geração de redes móveis) é uma revolução fundamental para o país. Promete chegar a todos com a sua capacidade de ter uma agricultura mais produtiva, uma indústria mais competitiva, serviços públicos mais próximos dos cidadãos e cidades mais inteligentes que nos proporcionem mais qualidade de vida.
O regulador das telecomunicações quer obrigar sem qualquer mandato, sem qualquer fundamento legal ou ético a que os operadores que investiram nos últimos 5 anos mais de 1.000 milhões de euros por ano em redes fixas e móveis a partilhar as suas redes móveis com qualquer novo operador ao preço que ele estabelecer (uma expropriação) sem que este novo operador tenha de investir na cobertura do país como tiveram de o fazer todos os anteriores.
Estou certo de que gente de trabalho, de conquista e de valores como o meu avô e como os seus conterrâneos não se revêm nesta autocracia arbitrária e infundada.