O ano mais difícil das nossas vidas


Chegou ao fim o ano de 2020 que foi o mais difícil das nossas vidas.
Ano que trouxe um presente dramático e um futuro incerto. Os tempos difíceis que vivemos têm a vantagem de nos tornar mais conscientes, mais solidários e mais humanos.
O Governo desdobra-se em apoios e moratórias. Será que vai salvar os sectores da economia que mais estão a sofrer com a crise? Salvar empresas e empregos?
Um dos Sectores mais fortemente afectado é o Turismo. O Turismo foi em anos anteriores o relançador da economia. Os estrangeiros vinham, atraia-os o Sol, o clima mais ameno, a afabilidade do nosso povo, que sabe receber, a segurança.
Portugal, felizmente, não perdeu nenhuma das suas características. Tudo isto está cá.
Mesmo em plena pandemia muitos turistas consideravam que estavam melhor em Portugal do que nos seus próprios países.
Vivemos uma crise sanitária que é simultaneamente social, económica e política.
Antes da crise, tudo parecia correr bem. Mas, não corria! E a pandemia destapou as fragilidades sociais, económicas e ambientais.
É preciso aprender com a crise e criar no futuro um novo paradigma. Alterar políticas urbanísticas, na mobilidade, na habitação, na área dos transportes.
Tudo isto está estudado e escrito! Infelizmente ninguém liga nenhuma. Está toda a gente ansiosa que volte tudo ao mesmo. Mas, não volta!
Os estudos publicados dão conta que países que dependem muito do Turismo, como Portugal, vão passar por dificuldades económicas nos próximos tempos, talvez alguns anos ( previsões do Banco Central Europeu).
Os números são assustadores. O Turismo perdeu 14,1 milhões de hóspedes nos últimos 10 meses. Os proventos foram de 1,15 mil milhões, menos 2,2 mil milhões relativo a igual período de 2019.
Por isso a Europa está a ponderar trazer de volta as indústrias que perdeu. As empresas têm que pensar, no mínimo no mercado europeu.
E só a industrialização poderá tirar o país deste atoleiro. É preciso investir forte na industrialização.
No próximo ano vamos ter duas eleições. As autárquicas são cruciais para o desenvolvimento do país.
O poder local é o mais próximo dos cidadãos. Um verdadeiro autarca tem que se empenhar, conhecer e actuar perto dos problemas e das pessoas.
Daí a necessidade de fazer boas escolhas na eleição dos futuros autarcas.
Camões, o Vate, o Maior, deixou-nos este poema para uma séria reflexão:
“Não se aprende Senhor, na fantasia,
Sonhando, imaginando, ou estudando!
Senão vendo, tratando e pelejando”.
A.F.