Foi numa cerimónia totalmente digital, no passado dia 21 de Janeiro, que o Crédito Agrícola revelou os vencedores da 7º edição do Concurso de Vinhos CA, organizado em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal.
Dos 183 vinhos brancos, tintos e espumantes colocados à prova por 109 produtores nacionais das várias regiões vitivinícolas do país, o júri distinguiu 58 vinhos: três com a Grande Medalha de Ouro ao melhor vinho branco, tinto e espumante; e 55 com a distinção Tambuladeira dos Escanções de Portugal de Ouro, a vinhos engarrafados, nas categorias “Vinho Branco”, “Vinho Tinto” e “Vinho Espumante”.
Na edição deste ano foram reconhecidos vinhos oriundos de várias regiões vitivinícolas: Vinhos Verdes (duas medalhas), Douro (oito medalhas), Távora-Varosa (uma medalha), Dão (seis medalhas), Bairrada (duas medalhas), Tejo (seis medalhas), Lisboa (11 medalhas), Península de Setúbal (cinco medalhas), Alentejo (16 medalhas) e Algarve (uma medalha).
As provas cegas foram realizadas em Lisboa, nos passados dias 27 e 29 de Novembro por um júri composto por reconhecidos escanções, enólogos, enófilos e jornalistas do sector.
A iniciativa do Crédito Agrícola pretende apoiar o sector vitivinícola e o desenvolvimento das economias locais, especialmente as Cooperativas e os Produtores, promovendo e colocando à prova a qualidade dos vinhos nacionais.
medalhas de ouro
vinhos de mangualde
Deste concurso, destacamos as Medalhas de Ouro para o concelho de Mangualde, atribuídas aos vinhos “Avô António Encruzado Reserva DOC Dão Branco 2018” da Quinta dos Monteirinhos e “Castelo de Azurara Touriga Nacional DOC Dão Tinto 2014” da Adega Cooperativa de Mangualde.
Para a Quinta dos Monteirinhos a atribuição deste prémio “É para nós muito importante, no contexto pandémico em que vivemos.
Em 2006, em virtude do falecimento do nosso Pai Miguel, a 5ª Geração da família Monteiro Albuquerque, teve de tomar a decisão do que fazer com as propriedades agrícolas. Decidimos então meter mãos à obra, começando por reestruturar e alargar a área das vinhas em Água Levada e em Moimenta de Maceira Dão, produzir vinhos do Dão de excelência, criar a nossa marca própria Quinta dos Monteirinhos e construir uma Adega nova e moderna. Conseguimos!
Este prémio é também muito importante porque reconhece, uma vez mais, o Encruzado como a casta rainha dos vinhos brancos de Portugal.” Ao nosso jornal, a Quinta dos Monteirinhos acrescenta ainda que “Finalmente, temos a felicidade de ter atribuído o nome do nosso Avô António aos vinhos da casta Encruzado que produzimos. Homenageamos assim o nosso avô que dedicou grande parte da sua vida à agricultura na Região e em Mangualde, em particular. Os vinhos da Quinta dos Monteirinhos, contam a história da família Monteiro Albuquerque, uma família ligada há mais de 100 anos à agricultura da região.”
Quando questionamos, sobre a atual situação pandémica e os constrangimentos que daí possam ter surgido referem-nos “Os tempos são muito difíceis e exigentes para toda a economia e claro também para o sector do vinho.”
A venda dos vinhos da Quinta dos Monteirinhos é feita preferencial são restaurantes, hotéis e garrafeiras, não havendo venda em supermercados.
As dificuldades que surgiram no ano de 2020 trouxeram à Quinta dos Monteirinhos novos desafios e foi necessário encontrar também novas formas de chegar diretamente ao cliente final. Apesar de tudo, adiantam-nos que 2020 apesar de difícil não foi mau para a Quinta. Aliado a um compasso de espera para a concretização da 5ª fase do projeto de enoturismo que estão a desenvolver a Quinta dos Monteirinhos continuou a crescer. No verão de 2020 consolidou-se “a nossa convicção que o Turismo de ar puro, é o presente e o futuro. Um turismo menos massificado, mais dedicado à natureza e mais seguro para as famílias.” Ficou expresso nas muitas visitas de portugueses e estrangeiros, muitas famílias, para passeios e provas de vinho na Quinta.
A finalizar acrescentam “Esperamos em 2021 concretizar esse projecto de enoturismo com a construção da Sala de Eventos e Garrafeira.
O Dão, o Planalto Beirão, a vista única sobre a Serra da Estrela, os produtos agrícolas da região (vinho, queijo, cabrito, enchidos, fruta, azeite), a simpatia das nossas gentes, são o melhor cartão de visita para quem nos visita.”
A Adega Cooperativa de Mangualde encara este prémio como a consolidação de tudo quanto tem vindo a desenvolver salientando que “A Adega Cooperativa de Mangualde, tem vindo a desenvolver um vasto conjunto de ações que visam a sua notoriedade. Desse vasto conjunto de ações faz parte uma clara aposta na produção de vinhos Doc Dão com qualidade destacada. O esforço que foi feito pelos nossos associados na manutenção dos seus vinhedos em altura de crise, complementado com a atual produção de uvas de altíssima qualidade, vinificados com os melhores métodos de vinificação sob a batuta do Engº Jaime Murça, estão a dar os merecidos frutos. Este prémio em particular, ganho com o vinho CASTELO DE AZURARA TOURIGA NACIONAL 2014, elaborado através da vinificação de uvas casta rainha dos vinhos do Dão a Touriga Nacional. Depois de cuidadosamente vinificada surgiu este vinho que foi envelhecido em barricas de carvalho durante 6 meses. Trata-se um vinho elegante, com grande complexidade aromática e forte presença na boca, combinando bem com a nossa gastronomia beirã.”
Já no que respeita aos constangimentos sentidos pela COVID-19, referem-nos que “temos colocado em marcha os nossos planos de contenção da pandemia de forma a minimizar os contágios entre funcionários, sócios e clientes.” Em termos de vendas, a situação pandémica também trouxe um abrandamento nas vendas, que é sentido “especialmente nas categorias comercializadas em B&B”.