Os Anteros


A Literatura Portuguesa teve no Sec. XIX dois grandes vultos com o nome de Antero.
Comecemos pelo mais velho, Antero Tarquínio de Quental. Nasceu em Ponta Delgada, nos Açores em 18 de Abril de 1842. Poeta e Filósofo morreu novo, aos 49 anos de idade, em 11 de Setembro de 1891.
Contemporâneo e amigo de grandes figuras, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, entre muitos outros, teve a Cidade de Coimbra como palco da sua actuação literária e política, onde constituiu uma lenda.
Poeta de grande qualidade, dizem os críticos, que os seus poemas igualam Camões e Bocage. Pertenceu a uma das mais ricas gerações de intelectuais portugueses. Pode ser considerado o pai do “ Pensamento da Geração de 70”. Um Poeta que viveu entre o sentimento e a razão, a sensibilidade e a vontade, o temperamento e a inteligência.
Das suas principais obras, destacam-se “ Sonetos Completos” , “ Odes Modernas” e “Sonetos Completos”,
Contestou sempre o papel da Igreja, atitude normal nos que estiveram ligados à geração de 70.
É, juntamente com Oliveira Martins o fundador do Jornal República.
O outro Antero, Antero de Figueiredo, é Beirão, nasceu em Coimbra no dia 28 de Novembro de 1866 e faleceu na Cidade do Porto em 10 de Abril de 1953. Viveu ainda na primeira metade do Sec. XX.
Conheceu e conviveu com o Poeta António Nobre, João Penha, Agostinho de Campos e Eugénio de Castro. Todos grandes figuras da Literatura e do Pensamento Português.
No Porto frequentou a Faculdade de Medicina, mas foi em Lisboa que se licenciou em Letras.
Foi um viajante, conheceu meio mundo e daí a sua linguagem policrómica, os seus ideais da Pátria e da Fé. Começou por ser agnóstico para se tornar num crente ferveroso e convicto.
A sua prosa é um exemplo, um requinte da linguagem e do seu purismo.
Um cultor da Língua Portuguesa, uma mistura de filógolo, linguísta e Poeta.
Dizia :- “ Eu amo tanto a nossa Língua…”. Usou a Língua Portuguesa como ninguém!
Das suas obras sobressai - “ Jornadas em Portugal” e “ Non Sun Dignus”.
Também não escapou ao Sebastianismo, escrevendo “ D. Sebastião, Rei de Portugal”.
Duas grandes Figuras da Literatura e do Pensamento Português.
António Fortes