Todos sabemos que o período pré-escolar se caracteriza por um rápido desenvolvimento da linguagem e de habilidades de literacia emergente. Estas, podem ser definidas como os precursores do desenvolvimento das habilidades convencionais de leitura, ortografia e escrita. A literacia emergente é a base sobre a qual a aprendizagem formal da leitura é construída.
Nos primeiros anos do ensino formal as crianças aprendem a ler e estão a desenvolver as suas habilidades de leitura em ritmos diferentes, pelo que os comportamentos das crianças de 4 a 6 anos que estão em risco de dislexia não são muito diferentes. Frequentemente, o diagnóstico de dislexia surge depois de meses ou anos de exaustiva frustração e fracasso para alunos, pais e professores.
É comum que crianças disléxicas evitem ler e fiquem revoltadas ou aborrecidas na aula, na hora de fazer os TPC ou ler em voz alta na frente dos outros. Às vezes, são alunos vistos como inteligentes, mas sem motivação, trabalho ou esforço suficientes. Para agravar mais esta situação, as crianças disléxicas costumam ter outras comorbidades associadas, como a PHDA.
A chave para prevenir estas situações é a identificação precoce de crianças em risco de dislexia e a uma intervenção atempada.
Deste modo, e no âmbito do Projeto Erasmus Predys, uma das atividades desenvolvidas para debater este assunto, foi a organização de uma formação online, Predys Internacional, com participação de educadores, professores do 1ºciclo, professores do SEN e especialistas dos seis países parceiros (Espanha, Portugal, Grécia, Letónia, Turquia e Bulgária).
A ação foi organizada em seis sessões, todas as sextas-feiras à tarde, tendo iniciado no dia 28 de maio até ao dia 2 de julho.
Na 1ª e 2ª sessões, dinamizadas pelos parceiros da Bulgária, o foco foi, “O que é a dislexia e como identificar sinais de risco na educação pré-escolar e início do 1ºciclo e “Prontidão leitora e literacias emergentes; na sessão 3, discutiram-se as “Bases para a aprendizagem formal da leitura – Como preparar as crianças”, dinamizada pela Letónia; na sessão 4, o tema tratado foi “O que podem fazer os educadores/professores para apoiar crianças em risco de dislexia, dinamizada pela vizinha Espanha, e por Portugal, através do tópico “O papel dos especialistas – docentes de educação especial, psicólogos e terapeutas”; a sessão 5, ficou a cargo da Grécia, que abordou a “Comunicação com as famílias, o papel da família, estratégias de grupo” e da Turquia, com “Tecnologias de apoio e outros recursos”. A 6ª e última sessão realizou-se no dia 2 de julho, havendo uma partilha de experiências e discussão alargada a todos os participantes.
Por outro lado, a equipa portuguesa, em contexto nacional e em parceria com o Centro de Formação EduFor, dinamizou, online, uma Formação acreditada na modalidade de Oficina, destinada a docentes interessados e implicados nesta temática. Teve um total de 13h presenciais +13h de trabalho autónomo. A formadora foi a docente Paula Costa e os restantes membros da equipa participaram como oradores convidados ao longo das várias sessões. Os formandos foram divididos por 2 turmas.
Esta oficina de formação enquadra-se no âmbito do Projeto Erasmus+ “Predys – Apoiar crianças em risco de dislexia na transição do pré-escolar para o 1º ciclo”, e visa dar corpo a um dos seus objetivos, mais concretamente, a utilização de uma checklist concebida para identificar alunos em risco de dislexia e a mobilização das ferramentas de trabalho Predys, aplicando, monitorizando e discutindo os efeitos da sua aplicação em contexto de sala de aula.
Fica aqui, a equipa de trabalho portuguesa responsável pelo Projeto de Erasmus Predys:
Edufor – leader do projeto em Portugal
Dulce Paixão (professora de Português)
Elisabete Nabais da Cruz (coordenadora)
Paula Costa (docente de Educação especial)
Sandra Pina (professora de Inglês)