VISITAS AO PATRIMÓNIO HISTÓRICO DE MANGUALDE

Depois do interregno a que a pandemia obrigou, reiniciaram-se no passado dia 16 de outubro, as visitas ao património histórico de Mangualde, promovidas pelo Dr. João Carlos Alves, investigador e docente no Agrupamento de Escolas de Mangualde.
A Igreja matriz de S. Julião de Mangualde, foi o primeiro monumento a ser visitado.
Na continuidade desta ação, na manhã do passado dia 13, teve lugar a visita à Anta da Cunha Baixa e às Ruinas da Raposeira.
A visita, que contou com a presença de cerca de 200 pessoas, entre alunos do Agrupamento de Escolas de Mangualde e encarregados de educação, alunos da Universidade Sénior, elementos da Associação Cultural Azurara da Beira (ACAB) e população em geral, teve início pelas 10H30 com saída do Largo Dr. Couto em direção à localidade de Cunha Baixa.
Junto à Anta de Cunha Baixa, que terá sido construída há cerca de 5000 anos e classificada como monumento nacional em 1910, foi com grande atenção que todos os presentes escutaram as explicações do Dr. João Carlos Alves, do Dr. Luís Filipe da Arqueohoje e do Dr. Rui Sacadura. Também o Dr. Sérgio Espirito Santo, arqueólogo da Câmara Municipal de Nelas, deu algumas explicações desta “rota das pedras” tão dominante em Mangualde e nos concelhos vizinhos.
A anta da Cunha Baixa carateriza-se fundamentalmente por possuir uma câmara Poligonal, tendencialmente retangular e um corredor longo, bem diferenciado daquele, quer na altura quer nos esteios que o constituem. O espólio encontrado neste monumento é constituído por machados de pedra polida, lâminas, fragmentos de cerâmica, entre outros e encontra-se no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa.
Depois de visitada a Anta de Cunha Baixa, foi a vez de rumar às ruínas da Raposeira.
De acordo com as explicações do Dr. João Carlos, numa primeira fase, com escavações a cargo do Dr. José Osório de Castro, apoiado pela Sociedade Martins Sarmento de Guimarães, foram postas a descoberto três salas de um hipocausto, um cunhal de habitação, encanamentos de pedra e chumbo, calçadas de pedra rolada, um segmento de um grande muro circular, além de “um tesouro” e numeroso espólio.
Escavações seguintes, permitiram concluir que as Ruínas da Raposeira são um núcleo agrário, com banhos privados e áreas destinadas às diversas funções da vida doméstica e agrícola.
As ruínas foram requalificadas/estudadas pela empresa Arqueohoje, que identificou o local como uma “mansio” ou “mutatio”, ou seja Estalagem Romana.
A 24 de julho de 2014 forma classificadas como Sítio Arqueológico de Interesse Público.
Mais uma vez, na sua intervenção, o Dr. João Carlos referiu a necessidade da construção de um Museu de Mangualde, onde seja possivel acolher todo o espólio proveniente destes e de outros monumentos de Mangualde, que se encontra espalhado por vários locais.