Dr.ª Maria José Coelho
A Dr.ª Maria José de Jesus da Silva Coelho é Vereadora na Câmara Municipal de Mangualde.
Fez três mandatos seguidos e inicia agora um quarto.
Tem uma longa carreira na Administração Local desde 1986. Com formação Superior em Comunicação Social e em Marketing tem uma Tese em Desburocratização dos Serviços Administrativos e foi Coordenadora Técnica nos Serviços Técnicos na Divisão de Obras Públicas.
Teve vários Pelouros importantes nos seus anteriores mandatos, como o Turismo, tendo neste seu quarto a Acção Social, Saúde, Urbanismo, Habitação, Emigração, Toponímia, Feiras e Mercados Quinzenais.
A Acção Social, que já dirigiu nos últimos anos, é hoje de uma grande importância e responsabilidade, pois a crise criada principalmente pela pandemia, fragilizou muitas famílias.
Para desenvolver a sua acção no campo social está, neste momento, a aguardar as transferências de competências.
“UMA ÁRVORE ERGUIDA POR CADA MULHER ABATIDA”
No âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, dia 25 de novembro, a Câmara Municipal de Mangualde, em parceria com a UMAR (União das Mulheres Alternativa e Resposta – núcleo de Viseu), promoveu uma iniciativa de homenagem às mulheres assassinadas por violência doméstica em 2021.
As mulheres assassinadas este ano em Portugal, 23, até 15 de novembro, é uma realidade que todos os dias deve ser lembrada, alertando e sensibilizando toda comunidade para o flagelo da violência doméstica e para a defesa dos Direitos Humanos das mulheres e raparigas como sendo universais e intransmissíveis.
Na sessão, que teve lugar no auditório da Câmara Municipal de Mangualde, estiveram presentes Maria José Coelho, vereadora da Câmara Municipal de Mangualde, Inês Coelho da UMAR de Viseu e Cecília Loureiro da UMAR de Aveiro.
Maria José Coelho, agradeceu a presença de todos e sentidamente referiu a necessidade de se assinalar este dia, particularmente, pela forma pouco sentida com que a sociedade ainda olha estas questões.
Inês Coelho, fez uma análise mais numérica, dando a conhecer números e dados estatísticos referentes a este ano que decorre, enquanto que Cecília Loureiro, falou um pouco da UMAR e das suas ações no que respeita à violência contra a Mulher.
No final, todos os presentes foram convidados a sair e, as 23 vitimas assassinadas, até 15 de novembro, foram homenageadas com os seus nomes em cada uma das árvores ali erguidas. A título de curiosidade, estas árvores ficarão em local próprio e irão ser plantadas a 8 de março 2022, quando se assinala o dia da Mulher.
Ao declarações ao nosso jornal, a Vereadora Maria José Coelho referiu que nesta realidade da Violência contra as mulheres “Mangualde acompanha aquela que é a tendência vivida a nível nacional, verificando-se a existência deste fenómeno, sendo que, a maioria das vítimas, que recorrem aos serviços, pertencem ao sexo feminino, situação que a estatística e os dados oficiais também confirmam.”, adiantando ainda que “A entidade que possui os dados oficiais é a Guarda Nacional Republicana, no entanto, segundo dados do Diagnóstico Social 2020, foram reportadas 29 situações de Violência Doméstica, sendo que, na sua grande maioria (93%) das ofendidas, pertencem ao sexo feminino.
De referir, ainda, que a problemática com maior expressão, ao nível de sinalizações na CPCJ é a violência doméstica, sendo as crianças e jovens, muitas vezes vítimas indiretas, com todos os impactos negativos, presentes e futuros, que a vivencia de tal situação acarreta.”
A Vereadora indica-nos ainda quais os meios/entidades disponiveis a prestar auxilio a estas mulheres. “A nível nacional a RNAVVD – Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, que é constituída por um conjunto de serviços e respostas vocacionados para o apoio às vítimas, e inclui:
A CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
O Instituto da Segurança Social, I. P. (ISS, I. P.)
As casas de abrigo
As estruturas de atendimento
As respostas de acolhimento de emergência
As respostas específicas de organismos da Administração Pública e
O SIVVD – Serviços de Informação a Vítimas de Violência Doméstica
NUMEROS DE TELEFONE: 112 e 800202148
Os serviços prestados através da RNAVVD são gratuitos.
Localmente, as forças de segurança, nomeadamente GNR, a Autarquia e a CPCJ, de acordo com as suas diferentes áreas de intervenção são também entidades que prestam apoio e desenvolvem trabalho nesta área.” Apesar de todos estes meios e do muito que se tem feito para colmatar estas situações “O medo é ainda um fator de entrave à denuncia, aliado ao desconhecimento dos direitos e do tipo de apoios disponíveis, aos quais as vítimas poderão recorrer, em caso de necessidade.”, salienta Maria José que, deixando ainda uma mensagem para as mulheres e para a sociedade em geral “A violência doméstica é um crime público, cabendo, a todos nós enquanto membros desta sociedade quebrar o velho ditado “entre homem e mulher não se mete a colher”, no sentido de agirmos para não pactuar com as situações de violência, nomeadamente sobre as mulheres, denunciando as situações de que tenhamos conhecimento.
Este é um dever de todos e de cada um de nós, no combate a este flagelo, tão presente, mas ainda tão “escondido” e estigmatizado socialmente, que tantas mulheres e famílias assola e que deixa marcas profundas.”
Ainda referente a esta temática, teve lugar, no passado dia 26, no auditório da Biblioteca Municipal de Mangualde a peça de teatro “Sem medo Maria”.