EDITORIAL Nº 831 – 15/10/2022

O Mercado da Saudade
O saudosismo português não tem de ser necessáriamente negro e triste!
Bem pelo contrário, temos de vender a cor e o orgulho português.
O Filósofo Eduardo Lourenço dizia que Portugal com os seus 900 anos de História, com a sua Geografia e Cultura, como poucos países do mundo têm e de uma forma muito especial, deve chamar a atenção para aquilo que temos de extraordinário. E temos muito!
Para o que fomos e somos agora!
Vivemos em crises sucessivas, mas temos recursos mais que suficientes para dar a volta à precária situação económica em que vivemos.
Portugal tornou-se num país de emigrantes. Procuram lá fora o que lhe não dão cá dentro.
Foi tal a emigração, que o escritor Ramalho Ortigão considerava Portugal como o “País dos adeuses”, tal as saudades e as lágrimas dos que partiam para destinos bem diferentes. As famílias que ficavam vestiam luto!
A genialidade dos portugueses só tem como limite o infinito!…
A autoestima nacional e o seu empreendedorismo levou-os a criar nos países onde se acolheram pequenos negócios, mas essenciais para o dinamismo da economia.
Portugal é um País rico, com uma Economia pobre!…
Os nossos produtos são raros e por isso devem ter maior valor.
Esses produtos nos mercados europeus, onde os emigrantes se abrigam, têm procura, qualidade.
E os povos, que se encontram longe, fora da Pátria sentem a nostalgia das suas raizes.
É da terra que vem a riqueza da Gastronomia!
“Um povo também come segundo a sua alma”!
E vem daí a procura dos produtos das suas terras, os enchidos, os queijos, o vinho, o azeite e um sem número de outros produtos que a saudade vai lembrando.
Esse “Mercado da Saúdade” existe, tem procura e tem futuro.
Que coisa é essa, desconhecida que vale mais que a riqueza - É a saudade!…