Refloresta de Mangualde assume gestão do Programa Nacional para apoio ao setor da Apicultura


A Refloresta - Cooperativa Agro - Silvícola de Mangualde é uma das entidades que vai assumir até 2027 o Programa Apícola Nacional para Apoio da Apicultura (PNASA), tendo realizado no passado sábado, dia 23 de setembro, as primeiras jornadas apícolas, que trouxeram à freguesia de Espinho mais de duas centenas de pessoas, vindas de norte a sul do país, ligadas ao setor.
No evento, que teve lugar no requalificado salão da Junta de Freguesia, e que contou com a presença da Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, entre muitas outras entidades convidadas, foram divulgadas informações, discutidos problemas do setor e assinados protocolos destinados a abrir canais de escoamento do mel.
José Manuel Ferreira, alertou para a grave situação que afeta o setor, devida a ameaças como a seca, os incêndios, a praga de vespas (velutina, asiática…) entre outros, chamando a atenção para o impacto negativo que causa, levando à extinção das espécies.
Da parte da Ministra da Agricultura ficou a promessa do reforço neste novo ciclo estratégico de governação com um apoio ao setor apícola de 21,7 milhões de euros, onde será dada sequência ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas associações e organização de apicultores, na luta contra a varrose, no combate à vespa velutina, no povoamento do efetívo apícola, etc…
Ainda de acordo com Maria do Céu Antunes, a Comissão Europeia está neste momento a ser notificada para a aprovação duma medida especifica que tem cerca 11,6 milhões de euros de fundos comunitários e que o orçamento de estado vai triplicar. Estes apoio vão destinar-se exclusivamente aos setores mais marcantes e mais afetados pela seca, como os ovinos,mas também, pela primeira vez, o apoio aos apicultores portugueses.
A Refloresta, que agrega o maior número de apicultores na Região Centro, está a apoiar de norte a sul do país, 400 apicultores com um total de 22.800 colmeias, das quais 3590 estão em Mangualde (dados de 2022).  
Ao assumir a gestão do PNASA, a cooperativa fica responsável, por exemplo, por promover formação relacionada com o setor, divulgar informações, fornecer medicamentos, financiados a 90%, dar apoio técnico com visita aos apiários, análise do mel e dos diversos produtos da colmeia.  
 Porém, tal como explicou o presidente da Refloresta, José Manuel Ferreira, os apicultores têm de se registar até ao final deste mês de setembro para poderem usufruir dos benefícios durante o próximo ano.
Marco Almeida, presidente da Câmara de Mangualde, realçou que o facto da gestão do PNASA permanecer no território (antes estava com a Coopbei, outra cooperativa do concelho) «é demonstrativo da dinâmica das instituições e de quem trabalha o setor primário”, que tem uma forte implementação em Espinho.
“Esta freguesia tem a maior mancha de produção de vinha, uma das que concentra mais pastores e com uma grande produção de frutos vermelhos”, sublinhou o autarca, que assume a agricultura como uma das prioridades, com vista ao desenvolvimento do concelho.  
O líder do Município lembrou  também que o  Gabinete de Apoio ao Agricultor, um dos mais antigos do país (2010), registou este ano 900 candidaturas ao Pedido Único (PU), que consiste na solicitação de pagamento direto das ajudas da Política Agrícola Comum.