Biblioteca Municipal de Mangualde assinalou 26º aniversário


A Biblioteca municipal de Mangualde (BMM) Dr. Alexandre Alves, contabilizou quase 30 mil visitas nos primeiros dez meses deste ano. Estes números incluem as entradas nas salas de leitura e as participações nas diversas atividades.
O equipamento que serve o concelho há 26 anos, data assinalada no passado dia 22 de novembro, reúne mais de 67.500 livros e mais de 4.800 leitores.
“Estes resultados evidenciam o papel que a biblioteca municipal desempenha na nossa comunidade. É um local de consultas, leituras, acessos à internet, encontros com escritores, mas é também por onde passa uma boa parte dos nossos eventos culturais, área que considerámos fundamental”, sublinha o presidente do município de Mangualde, Marco Almeida.
Até outubro deste ano, a BMM promoveu quase duzentas atividades culturais, dentro e fora do edifício, tendo atraído quase 14.500 participantes.
O 26º aniversário da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves foi celebrado durante dois dias, a 22 e 23 de novembro.  Na quarta-feira, a partir das 14h30, foram vários os intervenientes que se deslocaram áquele equipamento municipal e publicamente numa transmissão em direto, através duma parceria com a Rádio Dão Digital, deixaram os seus testemunhos sobre o espaço, as suas valências, o eventos, ações, livros…. tudo o que ali se pode encontrar.  
Às 18h00 foram cantados os parabéns com um brinde e um momento musical.
Na quinta-feira, 23 de novembro, às 21h00, foi inaugurada a exposição de escultura “Foco”, da autoria de Angelina Maia. Esta mostra, que celebra a força, a beleza feminina e a resiliência da mulher no combate ao cancro da mama, vai estar patente até dia 31 de janeiro. 
Na mesma noite, às 21h30, teve lugar uma sessão de esclarecimento sobre Literacia em Saúde com duas comunicações: “Medicina narrativa e literacia em saúde: desmistificando conceitos na doença oncológica, com Maria de Jesus Cabral e “Oficina de estética: um projeto de responsabilidade social dirigido a mulheres com cancro, com Benedita Aguiar. No final, houve ainda lugar para debate e testemunhos.

Em declarações à comunicação social, Maria João Fonseca, coordenadora da Biblioteca Municipal de Mangualde, explicou um pouco da ligação existente entre a Biblioteca e a comunidade ao longo destes 26 anos de existência
 “As Bibliotecas Públicas têm um papel preponderante na comunidade em que estão inseridas. A nossa Biblioteca, tem a particularidade de dar resposta às necessidades, digamos assim, de várias entidades da comunidade. E é esse o seu papel. Hoje em dia, não é tanto um espaço só de livros, no sentido clássico da Biblioteca. A Biblioteca é um sítio de livros, mas é um sítio, sobretudo, de informação e de saberes. Hoje temos menos gente, a requisitar livros, porque a leitura se faz de outras formas. Temos a leitura digital, por exemplo, que acaba por complementar o papel do livro físico. E depois, há esta relevância da Biblioteca enquanto centro. É quase um centro social. É um ponto de encontro onde acontecem atividades culturais. É um sítio onde acontecem formações, é um sítio onde acontecem reuniões das várias entidades que solicitam este espaço. Portanto, eu acho que a nossa Biblioteca, com muito orgulho meu e com todo o trabalho que tem sido feito por toda a equipa, obviamente, e com a abertura do Executivo, porque a Biblioteca sendo um espaço municipal, a nossa tutela é o Executivo, tem aqui todo um conjunto de querer dar resposta à comunidade, que, por sua vez, nos tem permitido também usufruir do carinho dessa própria comunidade.
A parte mais positiva e que tem realmente mais relevo, é que este é um espaço cultural, mas que acolhe todo o tipo de saberes e de fazeres.”
Quando questionada sobre o possível balanço, Maria João Fonseca refere
“O balanço é sempre positivo.
Tivemos uma pandemia pelo meio e tivemos algum retrocesso em termos de visitas. Aqueles dois anos foram muito maus, prejudicaram muito, porque a biblioteca esteve inclusivamente fechada, porém, fizemos a ligação à comunidade através de outras formas.
Agora estamos a recuperar esses números. Eu acho que o ano passado, 2022, já foi muito melhor do que 2021 e este ano, os números que temos são já superiores ao ano 22 e, portanto, acho que estamos de novo a recuperar. Agora, isto é um trabalho que requer muito esforço, que requer muita paciência.
Temos que criar outros hábitos para as pessoas virem à biblioteca, não só para requisitar os livros, mas que tenham também o hábito de sair de casa, de vir às atividades que promovemos”
Em relação à faixa etária predominante na Biblioteca de Mangualde, a coordenadora refere situar-se no jovem adulto.
“No ano passado tivemos um decréscimo no público infantil-juvenil, porque não nos foi permitido avançar com o projeto o Livros Sobre Rodas, que traz sempre à biblioteca todos os meninos do Concelho. Estamos a recuperar isso este ano e já está outra vez em funcionamento
Estamos outra vez a procurar criar novos leitores nessa faixa infantil-juvenil, mas como sabem, estas crianças só vêm através das escolas ou com os pais.
Mas, efetivamente, o nosso maior número de leitores é naquela faixa do jovem adulto, que vai desde os 15, 16 anos até à altura, mais ou menos, da faculdade. Os alunos universitários que antes da pandemia vinham para a Biblioteca, enchiam as salas a estudar a consultar e a usufruir da internet. Depois parou naqueles dois anos, agora, estamos também a recuperar.”
Por outro lado, a bibliotecária da Biblioteca Alexandre Alves destaca também uma outra perspetiva deste equipamento “É importante pensar que a biblioteca tem um papel social muito importante. É sobretudo o espaço de encontro. Enche-me o coração o facto de as pessoas saberem que podem recorrer à biblioteca para quase tudo. Isto é quase como uma farmácia.”
Em relação ao que tem para oferecer, particularmente a nível do material disponível Maria João refere “O nosso grande objetivo é ter todos os assuntos representados em termos do fundo bibliográfico.
Tivemos algumas doações, como é conhecido, e temos procurado ao longo de cada ano comprar, adquirir livros novos, nomeadamente o que é mais solicitado.
Nós temos muitos livros que são sugeridos e pedidos pelo público. Temos sempre isso em referência. Esses são prioritários, porque queremos chegar aos leitores, chegar a quem quer ler e se calhar não consegue.
Uma das missões da biblioteca pública é realmente permitir a igualdade de acesso aos bens culturais, quer sejam livros, quer sejam outras atividades, da mesma forma, em termos de recursos, em termos raciais, em termos de todo o tipo de público.”
A finalizar Maria João Fonseca deixou uma mensagem aos leitores “Quero convidar quem não está habituado a vir à biblioteca, a vir aqui e usufruir dos serviços que temos, trazer sugestões. 
Não somos só nós que oferecemos, nós também gostamos que o público venha e nos faça sugestões, porque é importante que o público se sinta envolvido na própria organização das atividades e na própria biblioteca.
Portanto, toda a equipa está aberta a estas sugestões.
 O convite é que venham, usem, desfrutem. É para isso que nós cá estamos, é isso que queremos fazer e ter esta casa sempre cheia com pessoas.”