O município de Mangualde assinalou, no passado dia 21 de novembro, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres com dois workshops, dinamizados por Silvia Abreu da associação Tocar n´Alma.
A primeira sessão formativa/informativa, teve lugar, pelas 10h00 no CIDEM intitulava-se “Velhos são os trapos”. Abordou a violência na vida do idoso. Ensinado a identificar formas e sinais que o idoso possa apresentar permitindo à identificação e acompanhamento desta problemática atualmente tão presente na sociedade. Esta iniciativa destinou-se aos profissionais de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que, diariamente, se empenham em dar respostas à terceira idade.
“Recuso ser vítima” foi o título da palestra interativa que teve lugar no Auditório da Câmara Municipal de Mangualde, pelas 15h00, e tinha como público alvo à comunidade em geral e técnicos. Com esta iniciativa, na qual foram apresentados casos reais de violência, pretendeu-se sensibilizar para uma violência silenciosa, alertando particularmente para a violência doméstica e para a violência no namoro.
De salientar que a violência doméstica é uma questão preocupante e com números muito elevados, não sendo Mangualde, diferente da tendência que se verifica a nível nacional.
As duas sessões inseriram-se no Plano Municipal para a Igualdade, no âmbito do Projeto “+ Igual Viseu Dão Lafões” e primaram pela particularidade da interação e da componente artística imprimida por Silvia Abreu, que, de forma prática e com imagens que representam a realidade desta problemática da violência, permitem uma melhor e mais clara abordagem.
Maria José Coelho, vereadora com o pelouro da Ação Social, considera que a violência contra as mulheres ainda tem “um longo caminho pela frente” até ser eliminada. “É nossa obrigação sensibilizar a comunidade, assim como todos os que estão empenhados em minimizar esta problemática. Por outro lado, estes workshops pretendem ajudar a encontrar soluções para lidar com problemas tão complexos, que demasiadas vezes não são partilhados”, afirma a vereadora.
“A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A violência doméstica pode assumir a forma de:
Violência Física: qualquer comportamento que compreenda a utilização de força física com o objetivo de causar dor e, ou, que impeça a obtenção de bens essenciais alimentares e tratamentos de saúde.
Violência Psicológica ou emocional: qualquer atitude e, ou, comportamento, que desrespeite os sentimentos da vítima e consequentemente a levem à culpabilização, e por vezes mesmo ao isolamento. Usualmente inclui insultos, desprezo, críticas, humilhação, desvalorização, ridicularização, chantagem afetiva e emocional, privação de afeto e privação do poder de decisão.
Violência Sexual: qualquer comportamento que imponha práticas de cariz sexual contra a vontade e sem o consentimento da vítima, sendo utilizadas ameaças, força física, persuasão, uso de álcool ou drogas ou o recurso a uma posição de autoridade.
Violência Económica: qualquer comportamento que intente privar ou controlar o dinheiro da vítima sem que esta deseje. Pode ocorrer através do controlo do ordenado, recusa de dar dinheiro para necessidades básicas, controlo de contas bancárias e, ou, impedir que a vítima procure emprego.
Violência Social: qualquer comportamento que vise controlar e, ou, impedir, a vida social da vítima. Pode ocorrer através de estratégias para a afastar rede familiar e social impedindo a comunicação, tornando-a mais facilmente manipulável e vulnerável. É um tipo de violência que faz parte da violência psicológica, assim como a perseguição.
Perseguição: qualquer comportamento que tenha o objetivo de atormentar a vítima, seguindo-a e controlando todos os seus movimentos quando sai de casa.
In site GNR”