Venezuela, China e Rússia: o que têm em comum?


O mundo já estava um lugar estranho antes da pandemia.
Com a pandemia ficou pior.
Depois da pandemia, pior ficou.
Primeiro, a Rússia invade a Ucrânia e dá início a uma guerra na Europa.
Depois, o Hamas ataca Israel e outra guerra começa numa zona do globo sempre muito problemática.
Agora, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um referendo para anexar o território da região do Essequibo que pertence à Guiana. E porquê agora? Porque há eleições presidenciais em 2024 na Venezuela e porque há muitos minérios e muito petróleo em jogo.
Os dois países fazem fronteira com o Brasil que também já reforçou militarmente na região. Lula da Silva já veio dizer que o mundo não precisa de outra guerra.
A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como “zona em reclamação”, está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.
Com uma extensão de 160 mil quilómetros quadrados e rico em minerais, Essequibo está sob administração da Guiana, com base num documento assinado em Paris, em 1899, que estabelece limites territoriais que a Venezuela não aceita.
Em 2015 a ExxonMobil descobriu várias jazidas petrolíferas no Essequibo. Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas petrolíferas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela. Está-se mesmo a ver o porquê do interesse da Venezuela neste território.
E o que virá a seguir? Onde rebentará a próxima guerra?
Aquilo lá para os lados da China também anda muito instável. Vários ministros do governo Chinês têm desaparecido misteriosamente.
Um sinal sinistro foi a morte prematura de Li Keqiang, o recém-reformado primeiro-ministro da China e número 2 da hierarquia comunista, que terá morrido de ataque cardíaco numa piscina em Xangai em outubro último. Para muitos, “ataque cardíaco numa piscina” é o equivalente russo do “cair de uma janela”, uma forma de morte comum a quem se atreve a irritar ou ofender Vladimir Putin.
As purgas de Xi Jinping, desde 2012, já removeram milhões de funcionários – desde ‘tigres’ de topo no Partido Comunista até simples trabalhadores burocráticos. A diferença é que atualmente os responsáveis neutralizados não são membros de fações políticas hostis, mas simpatizantes do círculo interno de Xi, o que levanta sérias questões sobre a estabilidade do regime chinês. Devido aos problemas domésticos, aumenta o receio de que o presidente chinês possa provocar um conflito armado com um vizinho ou lançar uma invasão em grande escala de Taiwan para desviar atenções.
Em jeito de resumo, tanto a Venezuela, como a China e a Rússia são liderados por regimes totalitários e comunistas e quando têm problemas internos, apelam ao patriotismo para alargar fronteiras para territórios com muitas riquezas.
Tal como na Ucrânia, na Palestina e em Israel, a história não nos larga. Vamos ver como será o dia de amanhã - e todos os que se seguem.