EDITORIAL Nº 648 – 15/10/2014

SR

Caro leitor,
A maioria dos políticos não são produtivos. O político é muitas vezes cego ao trabalho de todos e, com tempo de vista limitado, apenas vê o que seja em benefício da sua política. O político produz uma imagem, não tem nada de inovador. O carisma que tem é limitado e a personalidade moldada, subjugada até, que seja aos valores partidários. Muitos têm fome de notoriedade, de estatuto, de poder e/ou de atenção. Alguns se deixarem de ser políticos podem mesmo morrer de fome, porque perdem o meio para o fim e descobrem que se calhar pouco jeito têm para subsistir fora do que a esfera política garante. O povo por sua vez, inocentemente, ajuda à festa com comentários alusivos ao seu papel reduzido. “Pois…só aparece agora em altura de eleições...” é a mais ouvida. Ora, o político sabendo disto acaba por descurar as suas responsabilidades: governar todos e para todos, para o bem comum. Muitas vezes, quiça maioritariamente, passa o tempo na ribalta, em vez de estar nas trincheiras. Produz uma imagem, que tenta que valha mil palavras, e para ela gasta do erário público, dos impostos de todos nós. É urgente mudar este conceito. Cada vez que o político está na rua em horário de expediente deve ter um propósito colectivo por cada acção individual.
A outro respeito, estamos agora em tempo de vindimas, em que os vinhateiros tratam da sua vinha e do seu vinho, para assim assegurar que chega ao altar do mundo, às mesas de casas portuguesas, mas cada vez mais não só. Parece que este ano a colheita foi boa e de grande qualidade. Quando era moço gostava muito das vindimas, porque o ritual despertava todos e reunia-os em festa e alegria. Gostava também do vinho doce, tanto que a primeira vez que fiquei alegre, aos onze anos, foi com a jeropiga, que ainda hoje é das bebidas que mais aprecio.
Ainda, temos agora à porta o dia de Todos os Santos. Dia marcante, dos que já partiram. Os nossos heróis. Já lá estão na eternidade, mas só nos levam a dianteira pois, mais ou menos tempo, lá iremos ter. Na correria deste mundo, estudam e inventam preço para tudo, menos para o tempo do homem. O tempo é a jóia mais valiosa. Um dia após o outro, demos-lhe o justo valor, dando o tempo a quem o tem.

Um abraço amigo,