EDITORIAL Nº 653 – 1/1/2015

SR

Caro Leitor,

Estamos no início do ano e com ele partimos para mais uma etapa da nossa vida. É costume dizer-se que ano novo é vida nova, como lemos nas inúmeras mensagens trocadas nestes últimos dias do ano. Mas para ter uma nova vida, temos primeiro de partir do pressuposto que é necessário mudar muita coisa, a começar logo pela nossa mentalidade. Ora como tudo que vale a pena, esta tarefa não é fácil, dado que os vícios são mais que muitos e a vontade é sempre pouca.
Então vejamos: como se pode mudar quando se está rodeado de tudo quanto é velho e a vontade também é velha? Ano novo e vida nova só terá sentido para quem não está preso ao passado e consegue ter a mente suficientemente aberta para fazer as alterações necessárias e cortar com os maus hábitos. Caso contrário será sempre um esforço inglório de alguém de fato novo em pano velho.
Ouvi em tempos uma história deste alguém. Um homem almejava ser Santo e a certa altura da sua vida decidiu ir viver para o alto de uma montanha para se purificar e não cometer mais actos de impureza. E por lá se manteve um ano, o tempo que entendeu ser necessário para se curar dos males que a sociedade lhe cultivou. Terminado este retiro, disse cheio de coragem: “Já chega. O meu esforço garante-me que agora consigo viver em comunidade sem cair nas armadilhas do passado”. Resolveu então descer a montanha, convicto que estava curado dos males do mundo. No entanto, assim que se volta à cidade e no momento em que torpeça numa pedra vocifera de imediato. Instantaneamente, apercebe-se da sua atitude grosseira e conclui que o retiro de nada valeu, pois a mentalidade do passado continuava a ditar o seu comportamento. Temos então de estar conscientes dos parâmetros que definem a nossa mentalidade, para poder fazer mudanças significativas e duradouras na nossa atitude.

Abraço amigo