EDITORIAL Nº 665 – 1/7/2015

SR

Caro leitor,
Entre os muitos, um dos melhores meses do ano consegue ser o mês de Junho. Por entre os inícios de calor e do retorno de alguns emigrantes, festas decorrem nas aldeias e as gentes reencontram-se. Em particular, há festas recorrentes que nos lembram da tradição portuguesa e do gosto que esta desperta de quando a quando. Típicas festas desta época são por exemplo o Stº António, o S. João Baptista e o S. Pedro.
Estes são três grandes Santos emblemáticos, sendo que estes e outros até inspiraram muitos dos nomes que existem em Portugal, na fé que nomes santificados abençoassem as pessoas que os têm.
Lembro-me, desde que era muito pequeno, que na minha aldeia surgia uma alegria inesperada mas pontuada, com os ranchos à ida e à vinda das sachas do milho, sempre ecoava uma música e, no dia que antecede o de S. João, ao fim da sardinhada, fazia-se à noite uma fogueira que queimava o rosmaninho e todas as pessoas saltavam por cima dela. Eram dias de alegria e convívio de toda a aldeia. Hoje em dia existem outros meios de convívio, mais distanciados, pelo que as pessoas podem saber muito umas das outras, mas se calhar nem se conhecem. O que acontece, é que a alegria agora é outra e o espírito de entreajuda e comunidade já não é de todo o mesmo que existia naqueles tempos de alegria fácil.
Os bons costumes nunca deverão acabar e devem-se manter ao custo de manter pelo menos o espírito que nos une nesses momentos. É com agrado que constatei que no dia 26 de junho o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde levou a cabo mais um convívio com a sardinha a reinar, nas instalações desta instituição e para todos os utentes e convidados. Apraz-me ver a alegria de todos mais uma vez, em particular os idosos, que dançavam já com idade avançada mas uma vontade muito jovem. Fibra desta vem da vivência e apreciação desses momentos. Foi um fim de tarde que bem valeu a pena. A multidão de pessoas não arredava pé para ver e aplaudir a marcha dos idosos, a primeira a desfilar. A segunda marcha foi de Tibaldinho, depois o rancho da Mesquitela, a marcha da Sta. Casa da Misericórdia de Penalva do Castelo que veio também abrilhantar esta festa e por fim a nossa marcha da Sta. Casa de Misericórdia de Mangualde, com o seu provedor à cabeça a ditar o passo. Também no largo da Câmara Municipal, houve um evento com uma fogueira de rosmaninho promovido pelos escuteiros, onde as crianças se encantavam a saltar por cima do fogo como há muitos anos atrás se fazia com a mesma alegria.

Um abraço amigo,